Por Olavo de
Carvalho
Abortismo, casamento gay, quotas raciais, desarmamento civil, regulamentos ecológicos draconianos, liberação das drogas, controle estatal da conduta religiosa, redução da idade de consentimento sexual para 12 anos ou menos: tais são, entre alguns outros, os ideais que fazem bater mais forte o coração de estudantes, professores, políticos, jornalistas, ongueiros, empresários "esclarecidos" e demais pessoas que monopolizam o debate público neste País.
Abortismo, casamento gay, quotas raciais, desarmamento civil, regulamentos ecológicos draconianos, liberação das drogas, controle estatal da conduta religiosa, redução da idade de consentimento sexual para 12 anos ou menos: tais são, entre alguns outros, os ideais que fazem bater mais forte o coração de estudantes, professores, políticos, jornalistas, ongueiros, empresários "esclarecidos" e demais pessoas que monopolizam o debate público neste País.
Nenhuma dessas
propostas veio do povo brasileiro ou de qualquer outro povo. Nenhuma delas tem
a sua aprovação.
Isso não
importa. Elas vêm sendo e continuarão sendo impostas de cima para baixo aqui
como em outros países, mediante conchavos parlamentares, expedientes
administrativos calculados para contornar o debate legislativo, propaganda
maciça, boicote e repressão explícita de opiniões adversas e, last not least,
farta distribuição de propinas, muitas delas sob a forma de "verbas de
pesquisa" oferecidas a professores e estudantes sob a condição de que
cheguem às conclusões politicamente desejadas.
De onde vêm
essas ideias, a técnica com que se disseminam e o dinheiro que subsidia a sua
implantação forçada?
A fonte desses
três elementos é única e sempre a mesma: a elite bilionária fabiana e
globalista que domina a rede bancária mundial e tem nas suas mãos o controle
das economias de dezenas de países, assim como da totalidade dos organismos
internacionais reguladores.
Nada nos seus
planos e ações é secreto. Apenas, para perceber a unidade de um empreendimento
cuja implementação se estende por todo um século e abrange as contribuições de
milhares de colaboradores altamente preparados - uma plêiade de gênios das
humanidades e das ciências. É preciso reunir e estudar uma massa de fatos e
documentos que está infinitamente acima das capacidades da população em geral,
aí incluído o "proletariado intelectual" das universidades e da mídia
onde esse mesmo empreendimento colhe o grosso da sua militância e dos seus
idiotas úteis. Em geral, nem seus adeptos e servidores, nem a população que se
horroriza ante os resultados visíveis da sua política têm a menor ideia de quem
é o agente histórico por trás do processo. Os primeiros deixam-se levar pelo
atrativo aparente das metas nominais proclamadas e acreditam piamente - ó céus!
- estar lutando contra a "elite capitalista".
A população vê o mundo piorando e de vez em quando se revolta contra esta ou aquela mudança em particular, contra a qual brande em vão os mandamentos da moralidade tradicional, sem que nem em sonhos lhe ocorra a suspeita de que essas reações pontuais e esporádicas já estão previstas no esquema de conjunto e canalizadas de antemão no sentido dos resultados pretendidos pela elite iluminada.
A população vê o mundo piorando e de vez em quando se revolta contra esta ou aquela mudança em particular, contra a qual brande em vão os mandamentos da moralidade tradicional, sem que nem em sonhos lhe ocorra a suspeita de que essas reações pontuais e esporádicas já estão previstas no esquema de conjunto e canalizadas de antemão no sentido dos resultados pretendidos pela elite iluminada.
Para explicar a
confortável invisibilidade que, após décadas de ação ostensiva em todo o mundo,
o mais ambicioso projeto revolucionário de todos os tempos continua
desfrutando, não é preciso nem mesmo apelar ao famoso adágio esotérico de que
"o segredo se protege a si mesmo".
No meio do
quadro há, é claro, alguns segredos, bem como a supressão de notícias
indesejáveis, ordenada desde muito alto e praticada com notável subserviência
pela classe jornalística. Mas esses não são, nem de longe, os fatores
decisivos.
O que tem feito
das populações as vítimas inermes de mudanças que elas não desejam nem
compreendem são três fatores: (a) a luta desigual entre uma elite intelectual e
financeira altissimamente qualificada e a massa das pessoas que não recebem
informação nem educação senão dessa mesma fonte; (b) a continuidade do projeto
ao longo de várias gerações, transcendendo o horizonte de visão histórica de
cada uma delas; (c) a prodigiosa flexibilidade das concepções
fabiano-globalistas, cuja unidade reside inteiramente em objetivos de
longuíssimo prazo e que, na variedade das situações imediatas, sabem se adaptar
camaleonicamente às mais diversas exigências ideológicas, culturais e
políticas, sem nenhum dogmatismo, sem nada daquela rigidez paralisante dos
velhos partidos comunistas.
Para enxergar a
unidade e coerência por trás da diversidade alucinante das ações empreendidas
por essa elite em todo o mundo ocidental, é preciso, além da massa de dados,
alguns conceitos descritivos que o "cientista social" vulgar ignora
por completo.
É preciso
saber, por exemplo, que as "nações" e as "classes" não são
nunca sujeitos agentes da História, mas apenas o excipiente com que os
verdadeiros agentes injetam no corpo do tempo a substância ativa dos seus
planos e decisões. Isto deveria ser óbvio, mas quem, numa intelectualidade
acadêmica intoxicada de mitologia marxista (ou, em parte, de formalismo
doutrinário liberal-conservador), entende que só grupos e entidades capazes de
durar inalteradamente ao longo das gerações podem ter a veleidade de conduzir o
processo histórico?
Entre esses
grupos destacam-se, é claro, as famílias dinásticas, de origem nobre ou não,
que hoje constituem o núcleo vivo da elite globalista. Quando essas famílias
têm a seu serviço a classe acadêmica mundial, os organismos reguladores
internacionais, o grosso das empresas de mídia, a rede planetária de ONGs e,
por meio destas, até a massa de militantes enragés que imaginam combater
aqueles que na verdade os dirigem, quem pode resistir a tanto poder
concentrado?
Decerto, só os
dois esquemas globalistas concorrentes, o russo-chinês e o islâmico. Mas o
"mundo melhor" que eles prometem não é nem um pouco mais humano, nem
mais livre, do que aquele para o qual a elite fabiana está nos conduzindo à
força.
Publicado
no "Diário do Comércio"Fonte: Mídia Sem Máscara"
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