Por Reinaldo
Azevedo
Delúbio
Soares anda dizendo "a interlocutores", informa Andreza Matais, na Folha, que encara a
eventual prisão como uma "missão partidária". E nega que suas relações com José
Dirceu estejam abaladas. "Missão partidária"? Faz sentido. Sua mulher, Mônica
Valente, é membro do Diretório Nacional do partido, e ele próprio é uma memória
ambulante.
Eis
aí: Delúbio é um quadro, naquele antigo formato dos militantes de esquerda que
tinham de estar preparados para tudo. Embora o ex-tesoureiro do PT não seja um
formulador, um pensador, um intelectual revolucionário, certamente foi treinado
- ou lhe incutiram a ideia - para ficar em silêncio em nome da causa.
E
também isto ele deixa saber a seus interlocutores: não vai abrir o bico.
Querendo ou não, passa uma mensagem: tem o que falar. E, se falar, manda muita
gente graúda pelos ares. Ele sabe, no entanto, que seu silêncio vale mais. E
que sua loquacidade por ser perigosa.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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