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Como o Blog Demais já noticiou em postagens anteriores, no catálogo oficial do I Mille Occhi, oitava edição do Festival Internacional de Cinema e de Arte, realizado em Triestre, na Ítália, entre 18 e 26 de setembro, consta artigo de Dimas Oliveira, especialmente escrito (e traduzido do inglês para o italiano), sobre "Grito da Terra", de Olney São Paulo, 1964, que foi exibido no festival.
Como se sabe, a atriz Helena Ignez - que atuou na realização feirense - foi destacada com o "Premio Anno Uno" e teve mostra de seus filmes no evento.
O catálogo dedica 26 páginas (29 a 54) a Helena Ignez, sendo as duas últimas destinadas ao filme de Olney São Paulo.
O artigo (em português)
Homem e sertão são personagens de "Grito da Terra"
O filme é regionalista, é pleno do universo cultural sertanejo, é Cinema Novo. Telúrico. As imagens de forte brilho em preto & branco (fotografia de Leonardo Bartucci) têm grande beleza plástica. O homem e a terra são personagens - a partir do título está clara a motivação. Com a revisão feita, a constatação que é mesmo sensível e lírico. É uma crônica rural como queria Olney São Paulo, que faz um filme-poema, cinema de força dramática, um depoimento quase documental sobre a vida do sertanejo sem amparo.
Enfim, um filme contemplativo, cheio de planos gerais, para ressaltar a paisagem bucólica e situar a realidade nua e crua do sertão. Com toda realidade na tela, um filme importante sobre a temática nordestina.
Ainda hoje, “Grito da Terra” causa espanto por ter sido realizado e produzido em Feira de Santamna, uma cidade do interior da Bahia, do Nordeste. O certo é que um filme que foi ponta de lança na luta pela liberdade de expressão artística em período de repressão no país. Assim, com dimensão histórica e engajamento.
Homem e sertão são personagens de "Grito da Terra"
O filme é regionalista, é pleno do universo cultural sertanejo, é Cinema Novo. Telúrico. As imagens de forte brilho em preto & branco (fotografia de Leonardo Bartucci) têm grande beleza plástica. O homem e a terra são personagens - a partir do título está clara a motivação. Com a revisão feita, a constatação que é mesmo sensível e lírico. É uma crônica rural como queria Olney São Paulo, que faz um filme-poema, cinema de força dramática, um depoimento quase documental sobre a vida do sertanejo sem amparo.
Enfim, um filme contemplativo, cheio de planos gerais, para ressaltar a paisagem bucólica e situar a realidade nua e crua do sertão. Com toda realidade na tela, um filme importante sobre a temática nordestina.
Ainda hoje, “Grito da Terra” causa espanto por ter sido realizado e produzido em Feira de Santamna, uma cidade do interior da Bahia, do Nordeste. O certo é que um filme que foi ponta de lança na luta pela liberdade de expressão artística em período de repressão no país. Assim, com dimensão histórica e engajamento.
Olney São Paulo
Olney foi elogiado por Orson Welles, para quem “Manhã Cinzenta” era um filme extraordinário. Glauber Rocha chamou Olney de “martyr do cinema brasyleyro”, disse mais que ele “é a metáfora de uma alegoria. Alegorias estas que muitas vezes foram barradas mas que nunca deixaram de ser registradas”. Sobre “Manhã Cinzenta”, o crítico e cineasta Rubem Biáfora comentou no jornal “O Estado de São Paulo”: “Uma fita mais abertamente polêmica, que a Censura cometeu o erro e a inutilidade de proibir”.
O cineasta feirense (de Feira de Santana) mereceu biografia em livro, “Olney São Paulo e a Peleja do Cinema Sertanejo” (1999), de Ângela José do Nascimento. Em paralelo ao livro, Ângela José realizou o vídeo “O Cineasta do Sertão”, um documentário biográfico cheio de respeito e ternura para com Olney, com depoimentos de colegas, familiares e amigos. Olney São Paulo morreu de câncer aos 41 anos, em 1978.
Filmografia
Curta-metragem: "Um Crime na Rua", 1955. “O Profeta de Feira de Santana”, 1970. “Cachoeira, Documento da História”, 1973. "Como Nasce uma Cidade", 1973. “Teatro Brasileiro I: Origens e Mudanças”, 1975. “Teatro Brasileiro II: Novas Tendências”, 1975. “Sob o Ditame de Rude Almagesto: Sinais de Chuva”, 1976.
Olney foi elogiado por Orson Welles, para quem “Manhã Cinzenta” era um filme extraordinário. Glauber Rocha chamou Olney de “martyr do cinema brasyleyro”, disse mais que ele “é a metáfora de uma alegoria. Alegorias estas que muitas vezes foram barradas mas que nunca deixaram de ser registradas”. Sobre “Manhã Cinzenta”, o crítico e cineasta Rubem Biáfora comentou no jornal “O Estado de São Paulo”: “Uma fita mais abertamente polêmica, que a Censura cometeu o erro e a inutilidade de proibir”.
O cineasta feirense (de Feira de Santana) mereceu biografia em livro, “Olney São Paulo e a Peleja do Cinema Sertanejo” (1999), de Ângela José do Nascimento. Em paralelo ao livro, Ângela José realizou o vídeo “O Cineasta do Sertão”, um documentário biográfico cheio de respeito e ternura para com Olney, com depoimentos de colegas, familiares e amigos. Olney São Paulo morreu de câncer aos 41 anos, em 1978.
Filmografia
Curta-metragem: "Um Crime na Rua", 1955. “O Profeta de Feira de Santana”, 1970. “Cachoeira, Documento da História”, 1973. "Como Nasce uma Cidade", 1973. “Teatro Brasileiro I: Origens e Mudanças”, 1975. “Teatro Brasileiro II: Novas Tendências”, 1975. “Sob o Ditame de Rude Almagesto: Sinais de Chuva”, 1976.
Média-metragem: “Manhã Cinzenta”, 1969. “Pinto Vem Aí”, 1976. “Dia de Erê”, 1978.
Longa-metragem: "Grito da Terra", 1964. “O Forte”, 1974. “Ciganos do Nordeste”, 1976.
4 comentários:
Parabéns, Dimas! Orgulho de ver o nome do cidadão feirense em publicação internacional.
Para matar de inveja certos jornalistas que Feira de Santana hospeda e não saem das quatro paredes.
Legal mesmo! Muito bom prá Feira, prá Bahia e para o Brasil, ter um brasileiro citado em um evento cultural internacional. Parabéns, Dimas!
E de vez em quando ainda aparecem anônimos despeitados afirmando que o blog se resume a clippings de outros veículos e nada mais.
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