Por Dival Pitombo
Há qualquer coisa de maravilhoso e surpreendente no surto de progresso porque vai atravessando a Feira.
Ela já não é a cidade-garota dos bairros líricos onde violões boêmios enchiam de harmonias as noites de luar na mais adorável simplicidade provinciana.
Já não encontramos aqui, aquele cunho de cidade sertaneja que a caracterizava.
Cresce e civiliza-se.
É como se uma fada a tocasse com a sua varinha mágica e de um momento para outro tudo o que estava parado começasse a mover-se, crescer, colorir-se de uma vitalidade nova e verdadeiramente miraculosa.
Rasgaram-se avenidas, abriram-se escolas, estradas inúmeras como longas “serpentes de jaspe” levaram aos quatro ventos, a fama de uma hospitalidade que já se ia tornando tradicional. E a cidade foi perdendo rapidamente tudo o que ainda lhe restava do antigo povoado de D. Ana Brandoa.
As suas longas avenidas nada têm de provinciano , os seus parques outrora sombrios e melancólicos, estão inundados de luz: e a alegria radiosa da juventude das escolas forma como que uma auréola cintilante de vida e de graça.
Uma verdadeira febre de construção vai possuindo a população; e os bairros novos vão surgindo numa verdadeira sinfonia de cores tecendo uma moldura rica e graciosa na paisagem.
Há os bairros operários onde habita modestamente a classe pobre: casinhas enfileiradas como um largo rosário colorido. Todas as manhãs, o cortejo processional da gente para o trabalho. Movimento. O bom humor sadio do povo passando nas ruas embandeiradas de roupas secando ao sol. A noitinha sob a paz das estrelas, as serenatas tradicionais num lírico ambiente de aldeia.
O bairro comercial em movimento constante reflete o dinamismo do povo. Prático, movimentado, ele é sempre a parte que concentra toda a vida ativa da cidade.
E por fim os bairros aristocráticos. As longas avenidas senhoriais marginadas de construções elegantes onde vive gente abastada.
Mudou muito a minha Feira. Não mais cidade adolescente e romântica sonhando diante dos crepúsculos maravilhosos. Não mais a simplicidade encantadora de sertaneja nova e inconsciente da sua beleza. Cresceu, Estudou. Encheu-se de adornos e de ciência. Ficou mais bonita talvez. Mas teu poeta ó minha bela terra, já não poderia hoje chamar-te de “Cidade do Silencia e da Melancolia”.
Texto extraído da publicação “Serpentina”, de abril de 1941, republicado na edição especial sobre os 176 anos de Feira de Santana do jornal "Municípios em Foco".
Há qualquer coisa de maravilhoso e surpreendente no surto de progresso porque vai atravessando a Feira.
Ela já não é a cidade-garota dos bairros líricos onde violões boêmios enchiam de harmonias as noites de luar na mais adorável simplicidade provinciana.
Já não encontramos aqui, aquele cunho de cidade sertaneja que a caracterizava.
Cresce e civiliza-se.
É como se uma fada a tocasse com a sua varinha mágica e de um momento para outro tudo o que estava parado começasse a mover-se, crescer, colorir-se de uma vitalidade nova e verdadeiramente miraculosa.
Rasgaram-se avenidas, abriram-se escolas, estradas inúmeras como longas “serpentes de jaspe” levaram aos quatro ventos, a fama de uma hospitalidade que já se ia tornando tradicional. E a cidade foi perdendo rapidamente tudo o que ainda lhe restava do antigo povoado de D. Ana Brandoa.
As suas longas avenidas nada têm de provinciano , os seus parques outrora sombrios e melancólicos, estão inundados de luz: e a alegria radiosa da juventude das escolas forma como que uma auréola cintilante de vida e de graça.
Uma verdadeira febre de construção vai possuindo a população; e os bairros novos vão surgindo numa verdadeira sinfonia de cores tecendo uma moldura rica e graciosa na paisagem.
Há os bairros operários onde habita modestamente a classe pobre: casinhas enfileiradas como um largo rosário colorido. Todas as manhãs, o cortejo processional da gente para o trabalho. Movimento. O bom humor sadio do povo passando nas ruas embandeiradas de roupas secando ao sol. A noitinha sob a paz das estrelas, as serenatas tradicionais num lírico ambiente de aldeia.
O bairro comercial em movimento constante reflete o dinamismo do povo. Prático, movimentado, ele é sempre a parte que concentra toda a vida ativa da cidade.
E por fim os bairros aristocráticos. As longas avenidas senhoriais marginadas de construções elegantes onde vive gente abastada.
Mudou muito a minha Feira. Não mais cidade adolescente e romântica sonhando diante dos crepúsculos maravilhosos. Não mais a simplicidade encantadora de sertaneja nova e inconsciente da sua beleza. Cresceu, Estudou. Encheu-se de adornos e de ciência. Ficou mais bonita talvez. Mas teu poeta ó minha bela terra, já não poderia hoje chamar-te de “Cidade do Silencia e da Melancolia”.
Texto extraído da publicação “Serpentina”, de abril de 1941, republicado na edição especial sobre os 176 anos de Feira de Santana do jornal "Municípios em Foco".
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