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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dilma vai bem, mas...

Comentário de Ricardo Noblat:
A candidatura de Dilma Rousseff à sucessão de Lula está crescendo, ultrapassou a de Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto, e diminuiu a distância que a separa da candidatura de José Serra (PSDB).
Portanto, está tudo muito bom, tudo muito bem com ela, só que tem alguns probleminhas. E é sobre eles que iremos nos deter aqui.
Na hora de escolher um candidato a presidente da República, a maioria dos brasileiros leva em conta uma série de valores.
Para 92% deles, segundo a mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto, é muito importante que a biografia do candidato nunca tenha sido maculada por denúncias de corrupção. Beleza para Dilma!
Mas 85% também dão muita importância à experiência administrativa do candidato e 75% consideram vital que ele tenha um passado político conhecido. Aí o bicho pode pegar Dilma.
O passado político dela é irrelevante. Sua única experiência administrativa de peso tem a ver com os cargos de ministra que ocupou no governo Lula – o de Minas e Energia e o da Casa Civil.
É uma experiência rala se comparada com a do seu provável adversário José Serra (PSDB), governador de São Paulo, ex-prefeito de São Paulo, ministro da Saúde, senador, deputado e secretário de Estado.
Há mais de ano que Dilma é apresentada como a mãe do... Do que mesmo? Do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A maioria dos brasileiros não sabe do que se trata – ou se sabe não dá a mínima pelota para o PAC.
O governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, entregou a Lula há poucos dias pesquisa nacional de opinião encomendada ao Ibope que ouviu dois mil eleitores entre os dias 15 e 20 de maio passado.
Os entrevistados citam o Bolsa-Família (40%) como a “ação, medida ou obra” mais importante do governo Lula. O PAC só aparece em 5% das respostas, empatado com o ProUni e o Fome Zero, esse reduzido a uma logomarca, nada mais do que isso.
O Datafolha conferiu que a maioria dos entrevistados não dá importância ao fato do candidato ser pobre (73%) ou rico (79%), homem (70%) ou mulher (71%). Uma das razões que pesou na escolha de Dilma foi o fato de ser mulher.
Lula viu algumas mulheres chegarem ao poder na Europa e na América Latina. E concluiu que isso seria uma vantagem para Dilma. Pelo jeito não é.
O Ibope quis saber quais seriam as duas características mais importantes de um candidato a presidente no próximo ano.
Os entrevistados citaram honestidade (54%), competência (24%), compromisso com o que prometeu em campanha (24%) e preocupação com os pobres (19%). Ser apoiado por Lula foi mencionado em 4% das respostas espontâneas.
Na parte do questionário de respostas induzidas, aí sim 18% disseram que só votarão no candidato de Lula, e 30% que poderão votar. Dos 18%, 34% são eleitores do Nordeste, o paraíso do Bolsa-Família, 18% do Norte e Centro-Oeste, 14% do Sudeste e 5% do Sul. O apoio de Lula será indiferente para 40%.
Como Serra é conhecido por 92% dos eleitores (Datafolha) e lidera todas as pesquisas (Datafolha, Ibope e Sensus), nada mais natural que seja melhor avaliado quando se testa os atributos de cada candidato.
Na pesquisa Ibope, ele bate Dilma nos quesitos experiência política (57% a 7%), competência (40% a 12%), preparo para enfrentar uma crise financeira (36% a 12%), capacidade de articulação política (40% a 10%), preocupação com os problemas sociais (31% a 11%) e conhecimento do país (40% a 10%).
Mas atenção, Houston! Algo por ora inexplicável atrapalha o crescimento mais rápido e consistente de Dilma. A pesquisa Sensus, divulgada na semana passada, apontou que ela é conhecida por 72% dos brasileiros, mas que 32% a rejeitam para a vaga de Lula.
No caso de Serra, o índice de conhecimento dele é de 95% e o de rejeição, 26%. Na pesquisa Datafolha de final de maio, a rejeição de Dilma é de 49% contra a de Serra de 25% entre os eleitores que ganham acima de 10 salários mínimos.

2 comentários:

Thomas disse...

O passado político de Dilma era de assaltante de banco em organização terrorista...

Anônimo disse...

Tento não falar muito dela, já que meio mundo confunde as bolas e colocam logo a doença de Dilma na pauta. Francamente, com cancer ou sem, ela continua a mesma, uma quase tirana e intragável. Não acredito que a doença a tenha feito tão melhor.E o povo vê isto. Nosso povo é romantico e piegas, fácil de ser enganado, mas quer ser acarinhado,bajulado. Esta lição, ela ainda não aprendeu com o seu grande mestre bajulador.Hoje, precisando de votos, ela consegue fingir simpatia,mas é tão óbvio que esta não é sua praia. Deixe ela ganhar prá presidente e voces verão o que ela fará com os jornalistas...Mariana