Por Renato Ribeiro
Desde o último dia 17 venho acompanhando esta polêmica e repercussão da decisão do Supremo Tribunal Federal que por oito votos a favor e um contra resolveu abolir a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Na prática isso já vinha acontecendo há muito tempo. Quando se fala em comunicação, as pessoas logo associam a liberdade de expressão. Os jornalistas de hoje, diplomados ou não, de fato vivem uma realidade bem diferente daqueles que enfrentaram os anos de chumbo na época da ditadura militar.
Desde o último dia 17 venho acompanhando esta polêmica e repercussão da decisão do Supremo Tribunal Federal que por oito votos a favor e um contra resolveu abolir a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Na prática isso já vinha acontecendo há muito tempo. Quando se fala em comunicação, as pessoas logo associam a liberdade de expressão. Os jornalistas de hoje, diplomados ou não, de fato vivem uma realidade bem diferente daqueles que enfrentaram os anos de chumbo na época da ditadura militar.
Na atualidade tudo pode ser feito na comunicação, artistas, personalidades, estudantes, assessores, políticos, profissionais liberais das mais variadas áreas estão e sempre estiveram aptos para expressar seus pontos de vista como jornalistas nas emissoras de rádio, nos jornais, nas TVs, além de sites, blogs e portais. A comunicação ela é atrativa, fascina, encanta, ao mesmo tempo é perigosa, tendenciosa, a depender de quem a pratica.
Sou jornalista e radialista por vocação, quando comecei há quase 18 anos não tinha registro profissional, fui chamado para fazer um teste de aptidão e passei de primeira, comecei a fazer noticiários, trabalhei também como apresentador, locutor noticiarista, enfim não tinha a famosa DRT, número do registro profissional na carteira de trabalho que permitia que eu exercesse plenamente a digna função de radialista.
Quando comecei a despontar e chamar a atenção pela atuação, logo apareceram os primeiros arautos da moralidade, os primeiros obstáculos, fui denunciado junto ao sindicato, pois os antigos profissionais do microfone não admitiam que um jovem profissional, mesmo com talento dado por Deus, pudesse exercer com dignidade a atividade de radialista, eles não admitiam concorrência.
Fiquei cinco anos sem o registro de radialista, porém nunca deixei de exercer, até que fosse realizado um curso de extensão promovido pelo Sindicato das Empresas de Radiodifusão de Feira de Santana, tive ótimos colegas neste curso que hoje são grandes profissionais. Paralelo ao rádio, sempre fui um dos profissionais mais requisitados da cidade para a apresentação de cerimoniais de formaturas e eventos de grande porte, fazendo textos de apresentação, composição de mesa, enfim um trabalho que só pode ser desenvolvido por quem tem vocação.
Sempre alimentei o desejo de cursar jornalismo, pois mesmo tendo dom e vocação não deveria me limitar apenas aos microfones, cheguei a passar no vestibular para Administração de Empresas, porém não quis fazer, porque a comunicação sempre foi minha grande paixão. Quando a Unef implantou o curso de Jornalismo em Feira de Santana resolvi enfrentar este desafio e aprender novas técnicas na minha área.
Ao longo da minha carreira profissional, tenho tido o privilégio de conviver com jornalistas experientes, a maioria deles provisionados, com excelentes textos, pessoas que foram grandes desbravadores e pioneiras na implantação da comunicação na cidade. Portanto, o diploma não é o principal requisito para ser um bom jornalista, tenho aprendido mais com os colegas que não são formados na área, do que com pessoas formadas que não tem maturidade e equilíbrio para respeitar os colegas de profissão.
Quero deixar bem claro que nunca fui contra quem não tem diploma, pelo contrário, sempre defendi os colegas provisionados publicamente, às vezes ganhando a antipatia de recém-formados. As empresas de comunicação continuarão sendo criteriosas na contratação de profissionais independente da exigência do diploma, buscando os mais qualificados e preparados, de preferência com nível superior. Caráter, dignidade e ética não se aprende em faculdade, se aprende na escola da vida. Muitos professores tem postura que envergonham os seus alunos, outros servem de referência por toda vida.
Por fim ser jornalista e radialista não é apenas ter um diploma como troféu, é ter a consciência de ser cidadão, útil a sociedade, propagar o bem, fazendo um jornalismo comunitário que respeite as pessoas e as famílias, sem perseguição, radicalismos de caráter político-partidário, pois vivemos numa democracia.
Considero uma verdadeira babaquice esta discussão sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalista. Quem tem qualidade se estabelece, há espaço para todos, diplomados ou não, o importante não é só a formação e sim o conteúdo que o jornalista poderá proporcionar a seu público, o uso da liberdade de expressão deve ser feito com responsabilidade, a sociedade está o tempo todo avaliando a conduta do comunicador social.
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