Deu no "Blog Reinaldo Azevedo":
Um amigo ligou para o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e afirmou que queria se filiar à entidade. Ele estava brincando, naturalmente. Tenho amigos muito bem-humorados. Perguntou quais eram os documentos necessários. A boa senhora informou que, entre eles, era preciso ter o registro profissional, “mas não aquele provisório”, ela alertou. “Tem de ser aquele de quem é formado em jornalismo”. Meu amigo objetou que, depois da decisão do Supremo, tal exigência não poderia ser feita, já que, agora, passou a ser inconstitucional. E, então, ouviu uma resposta formidável: “A Fenaj [Federação Nacional dos Jornalistas] vai se reunir no dia 17 de julho para decidir que tratamento dará à decisão do Supremo”. Entenderam?
Pensei cá comigo: “Não é possível. Essa gente não pregaria assim, com essa desfaçatez, o desrespeito à Constituição.” Então entrei no site da Fenaj. É possível!!! Em “carta aberta” (“eles” adoram isso…), Sérgio Murillo de Andrade, presidente da entidade, orienta os sindicatos:
Pensei cá comigo: “Não é possível. Essa gente não pregaria assim, com essa desfaçatez, o desrespeito à Constituição.” Então entrei no site da Fenaj. É possível!!! Em “carta aberta” (“eles” adoram isso…), Sérgio Murillo de Andrade, presidente da entidade, orienta os sindicatos:
“Até novas orientações da FENAJ, os Sindicatos filiados devem manter rigorosamente os mesmos procedimentos na emissão de cédulas de identidade e sindicalização.”
É como se a decisão do Supremo não existisse. Murilo chama os jornalistas, claro, de “companheiros”. Convenham: nem inova tanto assim. Um “companheiro” seu, Tarso Genro, ministro da Justiça, confessou outro dia que deixou de cumprir uma ordem judicial porque não concordava com ela. O Ministério Público se calou.
Não sei se vocês percebem o que há de formidável nisso: a Fenaj, que exige um diploma para o exercício do jornalismo, desrespeita, e faz alarde disso, o diploma de todos os diplomas: a Constituição.
É como se a decisão do Supremo não existisse. Murilo chama os jornalistas, claro, de “companheiros”. Convenham: nem inova tanto assim. Um “companheiro” seu, Tarso Genro, ministro da Justiça, confessou outro dia que deixou de cumprir uma ordem judicial porque não concordava com ela. O Ministério Público se calou.
Não sei se vocês percebem o que há de formidável nisso: a Fenaj, que exige um diploma para o exercício do jornalismo, desrespeita, e faz alarde disso, o diploma de todos os diplomas: a Constituição.
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