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sexta-feira, 27 de abril de 2007

"Não Deixe Esta Chama Se Apagar" tem lançamento


O livro “Não Deixe Esta Chama Se Apagar: História do Jornal da Bahia”, de João Falcão, será lançado em Feira de Santana,na próxima quinta-feira, 3 de maio, às 18 horas, no foyer da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Este livro conta a história do “Jornal da Bahia”, fundado nos anos 50 por João Falcão, que o dirigiu durante 25 anos. É considerada uma das mais belas e dramáticas histórias da imprensa brasileira, na qual se registram momentos do mais puro idealismo do Partido Comunista e de outros mais jovens, irmanados pelo ideal de fundar um jornal livre de injunções partidárias e de grupos econômicos que dominavam a imprensa da Bahia e de quase todo o país.
Não obstante esta chama de idealismo dos seus fundadores, em poucos anos o “Jornal da Bahia” consolidou-se como empresa, realizando uma campanha vitoriosa de assinantes por dez anos e construindo uma bela sede própria no seu terceiro ano de funcionamento. Nos anos difíceis de repressão por parte do governo e sem publicidade o jornal contou com o apoio da imprensa nacional, de jornais como “O Estado de S. Paulo” e “A Tarde”, e de personalidades, entre as quais deputados estaduais e federais; de órgãos representativos da imprensa, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Associação Interamericana de Imprensa.
Em sua trajetória encontra-se a memória de homens idealistas e brilhantes como Zittelmen de Oliva, Milton Caíres de Brito, Glauber Rocha, João Batista de Lima e Silva, Flávio Costa, Ariovaldo Mattos, Alberto Vita, Osvaldo Peralva, Heron de Alencar, Rafael Pastore e outros. E de grandes jornalistas que o jornal formou e continuaram militando na imprensa baiana e nacional, como João Ubaldo Ribeiro, Muniz Sodré, Florisvaldo Mattos, João Carlos Teixeira Gomes, Antônio Torres, Sebastião Néri, Newton Sobral, Anísio Felix, e tantos outros.
QUEM É
João Falcão nasceu em 1919 em Feira de Santana. Formou-se em Direito e atuou na vida política brasileira dos anos 30 a 60. Militou durante vinte anos no Partido Comunista do Brasil, inclusive como elemento de ligação com a Internacional Comunista (Komintern). Fundou, em 1938, a revista “Seiva”, fechada pela ditadura Vargas em 1943, e, em 1942, o matutino “O Momento", que, superando dois fechamentos pela mesma ditadura, só encerrou suas atividades por decisão de seus integrantes, após a divulgação, em 1956, do relatório em que Nikita Kruschev acusava Stalin de cometer contra o socialismo. Responsável de 1947 a 1950 pelo aparelho clandestino do ex-senador Luiz Carlos Prestes no Rio de Janeiro, foi em 1955, deputado federal, chefe da Delegação Brasileira ao Congresso Mundial da Paz em Helsinque e visitante da União Soviética e da China Popular.
Abandonando a militância no Partido Comunista, fundou, depois de 1956, o “Jornal da Bahia”, cuja trajetória heróica é tema deste livro, lançado pela Editora Revam, com 252 páginas e preço de R$48,00.

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