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sábado, 14 de abril de 2007

Al Gore: Uma Verdade Hipócrita

Por Eduardo Ferreyra

Na noite do Oscar, o anticientífico documentário de Al Gore, “Uma Verdade Inconveniente”, recebeu um Oscar político da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas como Melhor Documentário do ano. Porém, o Centro de Investigações Políticas de Tennesse (o Estado de Al Gore) descobriu que ele merece, na realidade, um Oscar da Hipocrisia.
A mansão de Gore, localizada no elegante bairro de Belle Meade de Nashville, consome mais eletricidade por mês do que o lar médio americano em todo o ano, segundo a Companhia de Eletricidade de Nashville.
Em seu documentário, o ex-vice-presidente faz um chamado ao povo americano para conservar a energia reduzindo seu consumo elétrico em casa. Aconselha a reduzir o consumo inútil desligando todos os aparelhos eletrodomésticos que estão em “stand by”, quer dizer, as televisões e monitores de computador que estejam esperando que se faça um clique com o controle remoto para religá-los, e o mesmo com as lavadoras de roupa que têm esse led, as cafeteiras elétricas, os equipamentos de música, os aparelhos de DVD, os vídeo-cassetes...
É evidente que o Sr. Aquecimento Global, Al Gore, pratica o costume preferido do ecologismo: “Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”.
Segundo nos informa a organização de Tennesse, o lar médio americano consome 10.656 kiloWatts/hora (kWatt/h) por ano, de acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos. Em 2006, Gore devorou quase 221.000 kW/h - mais de 20 vezes que a média nacional.
Comparando com a média argentina de 300 kW/h mensal, ou 3.600/k por ano (e somos muito generosos!), o consumo do lar médio norte-americano é três vezes maior que o argentino. Não é em vão que os americanos ganham mais e vivem melhor que os argentinos e que qualquer outro povo no mundo - e a idéia de Al Gore é que os países sub-desenvolvidos limitem seu miserável consumo de energia -, para que ele e seus amigos possam gastar seus 18 mil kW/mensais sem que se diminua a imagem de seus televisores de 50 polegadas.
Só em agosto passado Gore queimou CO² pelo valor de 22.619 kW/h - esbanjando em um mês mais que o dobro do que usam os pobres americanos em média em um ano inteiro. O resultado é que a média mensal da fatura de eletricidade do Sr. Al “Aquecimento Global” Gore é de 1.359 dólares. Quase o mesmo cobrado a um aposentado argentino em todo um ano. Não está nada mal - oxalá pudéssemos nos dar esse luxo aqui no distante sul...
Desde a estréia de “Uma Verdade Inconveniente”, o consumo de energia de Gore aumentou de uma média de 16.200 kW/h mensal em 2005, para 18.400 kW/h em 2006. O uso extravagante que Al Gore faz da eletricidade não fica só em sua conta de luz. A fatura do gás natural de sua casinha em Nashville (e a “casinha de hóspedes”) é de 1.080 dólares mensais em média. Comparado com uma média generosa de 30 dólares mensais dos pobres argentinos, Al Gore vem a ser o Luís XV do século 20 e este Luís XV nos aconselha: “Poupem energia - ou o mundo se acaba”.
Em 2006, o total combinado de eletricidade e gás natural usado e pago por Gore em sua casa de Nashville totalizou quase 30 mil dólares. Se acrescentarmos o gasto em combustível para suas viagens de avião, suas limusines, as de sua família e de seu pessoal, a cifra gasta - e o CO² emitido! - chega a cifras apavorantes.
Vendo a maneira com que o Campeão Mundial da Conservação da Energia usa a eletricidade e o gás às mancheias, não é maluquice dizer que trata-se de um Hipócrita Categoria Galáctica. “Como o porta-voz eleito pelo movimento ecologista da mudança climática”, disse Drew Johnson, presidente do Tennesse Center For Policy Research, “Al Gore teria que trilhar seu caminho e fazer o que prega, quando se refere ao uso de energia em seu próprio lar”. É certo. Seria o justo e o honesto.
Nas pesquisas que se fazem nos Estados Unidos, acerca de seu filme e sua alegação em “defesa do planeta”, quase sempre aparece a pergunta: “O que você diria ao Sr. Al Gore depois de ver o filme?” Eu lhe diria: “Cara de Pau!!!”. Certamente, ele já está acostumado...
Eduardo Ferreyra é presidente da Fundación Argentina de Ecologia Cientifica (Faec).
Fonte: Texto publicado no site “Mídia Sem Máscara”, publicado originalmente no site da Faec.

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