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sábado, 8 de agosto de 2020

Relembrando "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial"

Há 45 anos, a dupla Zé Maria (falecido em 4 de janeiro de 2017) e Ideval Alves realizou, em Super 8, "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial". O filme, marcante - que, inclusive, foi apreendido para exame pelo Serviço de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal -, foi digitalizado pelo Núcleo de Preservação da Memória Feirense da Fundação Senhor dos Passos.
O filme é estrelado por Raimundo José, Verinha (Foto na capa de folheto), Chuquinha, Gracinha, Mariamélia, Virgínia e Eliane.
No folheto distribuído no lançamento do filme - maio de 1975 - em Super 8 realizado em Feira de Santana, Zé Maria disse: "Nada tenho a declarar, visto ser tudo mentira, tudo figura...".
Por sua vez, o co-autor Ideval considerou: "Nem tudo que é 'bem' é bem, nem tudo que é 'mal' é mal. Um vampiro pode ser menos perigoso do que uma fada bondosa, principalmente se ele for celestial. O mal pode estar dentro do próprio 'bem'. Bom mesmo é estar longe de ambos".
No folheto, Dimas Oliveira, que ajudou na montagem do filme, escreveu e depois publicou em sua coluna de cinema no jornal "Feira Hoje", de 8 de maio de 1975:
Em "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial", vemos o progresso de Zé Maria e Ideval Alves em relação ao primeiro filme, "Coisas do Destino". Se neste a simplicidade técnica como foi realizado era superada pela exuberância das cores, do figurino, das personagens, numa transmissão imaginativa de muito bom gosto, no choque entre a divina e o vampiro vimos que o aperfeiçoamento do domínio da câmera de Zé Maria, com a produção muito bem cuidada, da realização de um filme sem a pressa do anterior, influíram para um melhor resultado. Mas uma correlação entre os dois filmes é observada no que é apresentado na tela.
Em "Coisas do Destino" há uma personagem catalizadora que seduz os homens que a cercam e a interferência exercida por uma outra exótica personagem.
Em "A Divina Maravilhosa..." há o Vampiro Celestial absorvendo para si o relacionamento das mulheres, numa atração tão irresistível como fatal, existindo sempre a interferência da Divina Maravilhosa, bem simbolizada.
As intenções de Zé Maria mais Ideval ficam naquela de fazer os filmes que gostariam de ter visto ou sonhado. As incursões sempre nostálgicas que vemos através da elaboração bem situadas das personagens.
Mais uma vez montamos um filme da produção do Super 8 local. A cada novo trabalho uma nova experiência, o maior conhecimento do assunto, num trabalho acurado, criterioso, que nos dá satisfação de realizar.
Este filme tem a distribuição do Cinestúdio Super 8. No elenco aparecem, naturalmente, um astro e algumas estrelas e não um ator e certas atrizes. Eis aí outro fator determinante das obras de Zé Maria e Ideval. Assim, Raimundo José, Verinha Chuquinha, Mariamélia, Eliane, Gracinha e Virgínia compõem a constelação envolvente de "A Divina Maravilhosa e o Vampiro Celestial", um filme que deve agradar pela beleza de cenários e figurinos, de situações, das personagens, interligados nos mil e um fotogramas em contínuo e mágico movimento.

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