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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

"O Titã Bolsonaro (e a nova França Antártica)"


Por Ipojuca Pontes
Como se sabe, os titãs foram entidades da mitologia que se distinguiram por enfrentar os deuses do Olimpo. Entre eles, o mais admirado foi Prometeu, o titã que roubou o fogo dos deuses para entregá-lo aos mortais.
Para puni-lo, Zeus, o mais poderoso dos deuses, mandou acorrentá-lo numa rocha, no alto de uma montanha, onde todo santo dia uma águia, em sucessivas bicadas, devorava o seu fígado. À noite, quando a ave de rapina dava trégua, o fígado do titã se regenerava. No dia seguinte, no entanto, a águia reaparecia para cumprir sua parte no ritual macabro.
Para Ésquilo (524/455 a/C), dramaturgo do "Prometeu Acorrentado", reconhecido como o pai da tragédia grega, a entrega do fogo aos mortais significava a propagação da luz, da razão e da capacidade de enxergar a realidade com nitidez. Numa palavra, a possibilidade de libertar o ser humano das trevas.
Bem, eis o que eu queria dizer: de certo modo, seria mais que pertinente se estabelecer um paralelo entre a rebeldia heróica de Prometeu e a coragem inabalável de Jair Messias Bolsonaro. De fato, tal qual o titã da mitologia grega, o presidente eleito, restituindo ao povo brasileiro a chama da razão, numa postura política até então inédita na vida nacional, provocou a ira dos deuses da corrupção comunista, que, em represália, de forma bestificante, mas programada, vem impondo o estraçalhamento público do titã caboclo, numa profusão de calúnias grosseiras, achaques, mentiras indecorosas e interpretações não apenas cínicas e acanalhadas, mas, sobretudo, criminosas.
Contra os bombardeios tonitroantes desses falsos deuses (e batalhões amestrados da mídia, dos partidos totalitários e da burocracia engajada) Bolsonaro se multiplica e luta contra todos de forma titânica. Para quem não se degenerou de vez, ou perdeu o senso da dignidade, dá gosto vê-lo, pelo twitter, nas entrevistas televisivas e em depoimentos diários, fustigar o inimigo sem meias palavras, levando-o às cordas, até o dia seguinte, quando enfrenta com altivez e até bom humor os novos e pérfidos ataques.
Ora, o nosso titã questiona dados estatísticos manipulados pela burocracia militante dentro do governo; ora, denuncia a ação a nefasta dos ativistas das esquerdas dentro das universidades federais, a consumir verbas bilionárias para formar ignorantes úteis; ou mesmo desmascarar abertamente entidades, corporações e grupos parasitários a extorquir dinheiros públicos pela permissividade de políticos vermelhos que nem Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer.
Nos últimos dias, o titã Bolsonaro tem-se desdobrado na tarefa hercúlea de desfazer as trapaças armadas, entre outros, pelo politicóide Emmanuel Macron (segundo os "coletes amarelos" - que querem vê-lo pelas costas -, um "demagogo ordinário que enganou a França").
Com efeito, aproveitando a recente reunião em Biarritz do G7, grupo de países mais industrializados do mundo, Macron quis condicionar a efetivação do Acordo Comercial União Europeia-Mercosul, assinado em Osaka-Japão, à internacionalização da gestão da floresta amazônica. Disse Macron, o aloprado, querendo apoio: "A nossa casa arde. O pulmão do mundo, que produz 20% do nosso oxigênio, está em chamas".
Macron é um pirata. Tal como Nicolas Villegagnon, agente da Coroa Francesa que invadiu secretamente o Rio de Janeiro (Baía da Guanabara) para fundar em 1555 a França Antártica com objetivo de instalar uma base naval e explorar o comércio do Pau Brasil com as Índias. Os franceses só saíram do Brasil quando os portugueses se organizaram com os nativos e os expulsaram na base do porrete.
Por sua vez, muito antes da "Guerra da Lagosta" (1961/1963), quando barcos franceses foram flagrados roubando o crustáceo em águas territoriais brasileiras, a velha França, como sua vocação colonialista, invadiu o Maranhão (ilha de S. Luis), para estabelecer a chamada "França Equinocial" (1612) e explorar a mão de obra indígena no plantio do algodão, do tabaco e da cana-de-açúcar. Até serem expulsos de novo pelos portugueses, em 1615.
No momento, aproveitando as queimadas sazonais, intensificadas por incêndios criminosos, Macron, dirigente rejeitado na linha dos incompetentes ex-presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande (de quem foi, aliás, ministro da economia), quer seguir a linha invasora dos seus ancestrais. Vai se dar mal, pois encontrará sempre, pela proa, o Titã Bolsonaro.
Voltaremos ao assunto.
PS 1 - O saudoso crítico literário paraibano Virginius da Gama e Melo, uma vez em Paris, depois de percorrer o Louvre, escreveu que os franceses afanaram (e afanam) a humanidade duplamente: primeiro, com Napoleão, nas suas investidas militares, saqueando objetos e obras de arte do Egito, Grécia etc. que passaram a compor, em mais de 60%, o acervo do famoso Museu instalado no coração de Paris; segundo, porque cobram caro dos turistas o preço do ingresso para ver obras de arte saqueadas dos seus países pelo "Le Petit Corbeau".
A propósito, os italianos não engolem a conversa de que o quadro mais famoso do mundo, "A Monalisa", de Leonardo da Vinci, foi adquirida por Francisco I, rei de França. A versão correta é a de que Napoleão se apossou da Monalisa numa viagem que fez à Itália (para visitar a irmã, Paulina Borghese) e levou o quadro na mão grande para os seus aposentos privados, em Paris.
PS 2 - Ainda a propósito dos franceses: quem pesquisar, vai saber que no segundo desgoverno de FHC, o Vasilinoso, cerca de duas dúzias de militares franceses foram flagrados saqueando a valiosa biota amazônica. Foi um rififi danado. Que o "pomadée" Chirac, então presidente da França, tratou de abafar.
PS 3 - Recordar é viver: O 'JB' de 1992 dá conta de que 2.700 livros do general Golbery, o ideólogo do "golpe" de 1964, foram levados a leilão. Entre as preciosidades, foi encontrado um exemplar de "Calabar", peça de Rui Guerra e Chico Buarque. Nele, o cineasta do "cinema novo" dedica o volume ao "humanista Golbery".
O que é a natureza...

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