Por
Percival Puggina
"O presidente fez um discurso ideológico!"
Depois de década e meia de discursos, experimentos,
práticas, relacionamentos, leis, nomeações, opções, infiltrações e
aparelhamentos ideológicos de esquerda, há quem se espante, no Brasil, com a
ideologização do governo Bolsonaro. Não se requer muita honestidade
intelectual, não; basta não ser um punguista intelectual, ou um intelectual
punguista, para reconhecer que não há ideologização maior do que nomear para o
STF 13 ministros de esquerda, dos quais oito ainda permanecem na Corte que
rompeu relações com a Nação. Mas isso nunca suscitou os mesmos melindres. Quem
comandava a política externa brasileira era Marco Aurélio Garcia, na Secretaria
de Relações Internacionais do PT.
Os governos petistas puderam nomear com critérios
ideológicos reitores de dezenas de universidades federais. Aliás, as
universidades se tornaram aparelhos políticos a seu serviço, como bem se pôde
perceber. As gestões petistas, onde atuaram e onde atuam, são marcadas pela
ideologia de esquerda. E isso tampouco suscitou escândalo algum nos círculos
que hoje condenam a ideologização do governo Bolsonaro.
Em sucessivas Assembleias da ONU, Lula e Dilma
proferiram discursos que entraram para a história das insignificâncias ou das
ridicularias. Discursos que proporcionaram memes, discursos que ninguém no
Brasil se deu o trabalho de ler e, menos ainda, de aplaudir. Foram todos
inócuos, mas não havia dúvida na seleta plateia sobre a natureza do sinistro
alinhamento do Brasil, nem das afeições internas e externas daquelas duas
figuras exóticas. Elas convergiam para a escória da política internacional e
para os "negócios" que acabaram se tornando conhecidos.
Nenhum dos atuais críticos do discurso de Bolsonaro fez fila no microfone para investigar ou reclamar disso! Do meu humilde canto, eu escrevi. Externei ao longo dos anos meu constrangimento, como cidadão brasileiro, ante os ostensivos e inegáveis desatinos ideológicos dos ex-presidentes.
Nenhum dos atuais críticos do discurso de Bolsonaro fez fila no microfone para investigar ou reclamar disso! Do meu humilde canto, eu escrevi. Externei ao longo dos anos meu constrangimento, como cidadão brasileiro, ante os ostensivos e inegáveis desatinos ideológicos dos ex-presidentes.
Era tudo tão ideológico - estou adorando usar essa
palavra hoje! - que os resultados colhidos após década e meia de governos foram
os, inevitáveis e bem conhecidos dessa visão de mundo: corrupção, insegurança
pública, ascensão do corporativismo; economia em decadência, empobrecimento da
população; aumento dos desníveis de renda, da máquina pública e do peso do
Estado.
Quão difícil aceitar que essa ideologia funesta
perdeu a eleição! Quão pungente resulta a percepção de que outras ideias,
combatidas ou mantidas ocultas no Brasil ao longo de quase meio século, ressurgiram
no coração e na mente dos cidadãos: família, valores, ordem, cultura de
trabalho, patriotismo, liberdade, importância do direito de propriedade,
combate à impunidade, segurança e unidade nacional; respeito à fé, seus cultos
e símbolos.
Foi o que se ouviu na ONU, sob intenso aplauso
nacional. O Brasil deixou a sala maior do que entrou e os brasileiros viveram
um dia para não esquecer. Ainda que no fundo não seja ideologia, mas mera
aplicação da inteligência aos fatos nacionais.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de "Crônicas Contra o Totalitarismo", "Cuba, a Tragédia da Utopia", "Pombas e Gaviões", "A Tomada do Brasil". Integrante do grupo Pensar+.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de "Crônicas Contra o Totalitarismo", "Cuba, a Tragédia da Utopia", "Pombas e Gaviões", "A Tomada do Brasil". Integrante do grupo Pensar+.
Fonte: http://www.puggina.org
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