Pesquisa
realizada durante a Marcha para Jesus
procurou traçar perfil dos fieis
Ocorrida dia 26 de maio, a 24ª
edição da Marcha para Jesus em São Paulo reuniu cerca de três milhões de
pessoas, segundo seus organizadores. Durante o evento, o Grupo de Pesquisa
Mídia, Religião e Cultura (Mire), da Universidade Metodista de São Paulo, realizou uma pesquisa com os
presentes.
O nome do estudo é "Evangélicos:
Política e Pensamento Conservador" e foi realizado por meio de um questionário
com perguntas fechadas.
Esse tipo de iniciativa é
bem-vinda, pois no Brasil não existe uma tradição de usar pesquisas para traçar
tendências. Embora a amostragem seja pequena, os seus idealizadores garantem
ter usados técnicas modernas e afirmam que seu nível de confiança é de 97,5%.
Segundo os dados divulgados nos
últimos dias, a maioria dos presentes na Marcha (48%) pertenciam a denominações
independentes, não estando ligados à Renascer, promotora do evento.
Questionados sobre política, a maioria (62,7%) diz não ter preferência de linha
política (esquerda, centro ou direita). No quesito preferência partidária, 81,6%
afirmaram não possuir nenhuma.
Contudo, ao serem perguntados
sobre "representatividade", o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus
Vitória em Cristo apareceu como destaque, obtendo 58,6%, das menções no quesito "liderança". Em relação à representatividade política, o deputado federal Marco
Feliciano (PSC/SP) aparece em primeiro lugar, com 40,8%, dos entrevistados
afirmando sentirem-se "representados ou muito representados" por ele.
Ainda na parte sobre política,
65% dos entrevistados disseram ser favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff.
Ao mesmo tempo, 68% acreditam que o ideal seriam novas eleições ainda este ano.
Quando perguntados sobre a
Bancada Evangélica no Congresso, 46% disseram sentirem-se representados por
ela, ao mesmo tempo em que 13% das pessoas afirmarem não conhecê-la. A maior
homogeneidade foi alcançada quando se tratavam de pautas conservadoras.
Oitenta e dois por cento disse
acreditar no conceito tradicional de família, formado por um homem e uma
mulher. Já 69% afirmou ser totalmente contra o 'casamento' entre pessoas do mesmo
sexo. No tocante ao aborto, as opiniões estavam mais divididas. Enquanto 48%
dizem ser contrárias, 41% consideram aceitáveis nos casos previstos em lei. Em
relação às drogas, 83% são contrários à legalização.
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