Por Dimas
Oliveira
O que leva o ex-deputado federal Jairo Carneiro (PP) a aceitar uma
pré-candidatura a prefeito de Feira de Santana, que "já nasce morta",
como se comenta nos meios políticos?
O próprio Jairo responde a questão: "a decisão ocorreu no seu
devido tempo e através do chamado do Partido Progressista, por intermédio
do presidente João Leão, e está em sintonia com o projeto administrativo e
político do governador Rui Costa". Para ele, "também há a
importância da contribuição da presidente do diretório local, Eliana
Boaventura. Nós estamos sendo chamados para este grande desafio".
Resumo da ópera. A pré-candidatura está inserida na estratégia
bancada pelo Governo do Estado de muitos candidatos de partidos oposicionistas,
"pulverizando a disputa para forçar o segundo turno". Na hora H, os
braços auxiliares do petismo caem fora e convergem para o candidato de maior
densidade eleitoral no momento.
Jairo Carneiro anunciou a pretensão em entrevista, "em
primeira mão", no programa "Acorda Cidade", na Rádio Sociedade.
Provavelmente sem assessoria, cometeu um equívoco, pois para um fato que se
quer relevante a informação deveria ser dada em coletiva aos meios de
comunicação, não?
Uma questão: será que o eleitorado feirense ainda lembra do nome
do professor e advogado, que nos últimos seis anos passou pela Secretaria de
Estado da Agricultura e pelo Desenbanco?
Vale o túnel do tempo: a última vez que Jairo Carneiro disputou
uma eleição - para a Câmara dos Deputados, onde foi deputado por seis mandatos
consecutivos - foi há seis anos, em 2010. Depois que trocou de partido,
saiu do Democratas para o PP, só conseguiu 19.736 votos. Em 2014 não foi
candidato.
Mais memória: em 1996, o senador Antonio Carlos Magalhães indicou
Josué Mello como candidato do PFL, preterindo Jairo. Em 2000, o mesmo ACM
preferiu apoiar José Ronaldo em vez de Jairo Carneiro, que em pré-campanha
alardeava ter apoio do "cacique" peefelista.
Artigo publicado no jornal "NoideDia", edição desta sexta-feira,17
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