Artista
plástico Carlo Barbosa (1945-1988)
Maior obra das artes plásticas feirenses: "Flagelo de Lucas da Feira", acrílica sobre tela, 240 x 150, 1987, pertencente ao Município de Feira de Santana, emprestada ao acervo do Museu Regional de ArteFotos: Reproduções
Nesta
segunda-feira, 20, se estivesse vivo, o artista plástico feirense Carlo Barbosa
(1945-1988) faria 71 anos.
Como disse a crítica de arte Lígia Motta, Carlo Barbosa tem"“uma trajetória
artística significativa para as artes plásticas da Bahia e do Brasil.
Autodidata, pintou de tudo, retratos, obras decorativas e quadros temáticos
diversificados, apurando sua técnica com intuição e inspiração surpreendentes.
Pintou o sincretismo religioso que havia na festa em homenagem a padroeira da
cidade Nossa Senhora Santana, posteriormente pintou anjos, santos e romeiros".
Para Lígia, "sua obra permanece viva do que nunca, forte, atual e a cada dia
mais, se revelando como nova, na sua beleza plástica, no conteúdo e na riqueza
dos seus detalhes, as vistas de conhecedores, iniciantes e leigos, todos,
admiradores de uma arte verdadeira, a arte de Calo Barbosa".
Lembrar que Feira de Santana abriga desde 2002, a Fundação Carlo Barbosa (FCB)
que tem proporcionado ações no sentido de inserir a obra do artista no contexto
cultural da cidade, por meio de trabalhos como sites, palestras, programas de
visitação, exposições, seminários de pesquisa, projetos, oficinas de arte,
curso livre de pintura e estudo da obra. Seu objetivo maior é preservar todo
acervo do artista, composto de telas, desenhos, fotografias, publicações e
documentos.
A presidente desta fundação, Lucy Barbosa, tem desenvolvido um trabalho
competente e de grande importância para os feirenses. Na sexta-feira, lançou no
Mercado de Arte Popular mais um álbum "Memórias - Pintores de Feira de
Santana", com reproduções de trabalhos da segunda fase religiosa de Carlo
Barbosa.
Ações como estas são fundamentais para contribuir com a memória de Feira de
Santana. Carlo Barbosa, artista singular, é um dos grandes ausentes do cenário
das artes plásticas feirenses, ao lado de Raimundo de Oliveira, Eduardo
Carvalho, Pedro Roberto e Marcus Moraes, além de artistas vivos como César Romero, Gil Mário,
Graça Ramos, Juraci Dórea e Leonice Barbosa.
Ausente fisicamente, Carlo Barbosa está presente com o legado que deixou para
a posteridade com telas espalhadas por todos os cantos e em exposição
permanente na Fundação Carlo Barbosa. São telas povoadas de baianas, vaqueiros,
romeiros, caboclos, santos, operários na paisagem urbana, ex-votos, misticismo.
Carlo sempre bebeu na fonte de sua inspiração criadora.
Com estilo próprio e definido, ele soube retratar bem manifestações populares
de sua terra, universalizando-a através dos traços e das cores fortes. A raiz
popular sempre esteve nas telas do artista. Sua pintura pode ser definida como
figurativa. Seus trabalhos, principalmente da última fase, são de grande força
e vigor, de composição dramática que refletem visões que povoavam sua mente,
trabalhos que demonstram a sua maturidade artística.
É recorrente, mas deve ser dito que a morte parece elevar mais as pessoas.
Depois de 28 anos de seu desaparecimento, Carlo Barbosa aumenta o seu
reconhecimento, sua obra é mais vista, estudada e discutida. Até na Espanha e
no Japão, onde já teve trabalhos expostos.
Com o projeto "Memórias:- Pintores de Feira de Santana", uma
contribuição para que a memória de Carlo Barbosa seja para todo o sempre.
Ele também empresta seu nome a única galeria de arte da cidade, a Galeria de
Arte Carlo Barbosa, do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) da
Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
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