Por Carlos Brickman
… y te
sacarán los ojos, diz o
provérbio espanhol.
O Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto, MTST, que lidera tumultos, é ligado ao PT.
Seu líder, Guilherme Boulos, tem no ministro Gilberto Carvalho um amigo; Dilma se deixa fotografar abraçada a ele.
E é ele que ameaça impedir a Copa se suas reivindicações não forem atendidas agora, sejam legais ou não. Na lei ou na marra.
Não faz sentido: quem não quer a Copa são grupos contrários ao governo, que buscam desgastá-lo. O governo quer a Copa (e está certo - é um compromisso do país, não de Lula e Dilma; os gastos já foram feitos e é hora de colher o retorno, mesmo que pequeno).
Será a prova de que tem condições de atingir suas metas. Como entender que governistas radicais, que consideram fascista quem quer que não acredite que o PT comanda as melhores administrações que já houve no mundo, melhores até que a de Cuba, prejudiquem seus ídolos maiores?
Parece incrível, mas tem lógica. No Chile, o Movimiento de Izquierda Revolucionaria, MIR, chefiado por um sobrinho do presidente Allende, fez o que pôde para realizar e radicalizar as propostas do governo. No Brasil, cabos e sargentos, liderados pelo cabo Anselmo (que mais tarde mudaria de lado, mas naquela hora pensava como o governo), buscavam aprofundar as reformas propostas pelo presidente Goulart.
O cunhado de Goulart, Leonel Brizola, dava-lhe total apoio: "Reformas na lei ou na marra".
Deu errado: estes movimentos enfraqueceram Allende e Goulart. Mas quem não aprende com a História irá sempre repeti-la.
É proibido…
O Superior Tribunal de Justiça, a pedido da Advocacia Geral da União, proibiu greves na Polícia Federal.
Proibiu também o recurso à "operação padrão" - um tipo de greve tipicamente brasileiro, em que o funcionário cumpre rigorosamente a lei e, portanto, tudo anda mais devagar que discurso do senador Suplicy. Temia-se que a Polícia Federal entrasse em greve bem na época da Copa. O desrespeito à decisão judicial custará R$ 200 mil diários de multa.
…e daí?
Só há dois problemas:
a) se a Polícia Federal entrar em greve, "contra a decisão de seus sindicatos e da Federação", de quem cobrar a multa?
b) E, claro, mesmo que a multa seja cobrada, quem irá pagá-la? Que entidade sindical já pagou as multas devidas por desrespeito a ordens referentes a greves?
Ninguém imagina que, irritados com a proibição, alguns delegados lancem operações que deixem mal o governo, como aquela que atingiu Rose Noronha ou esta, que expôs a Petrobras.
Como diria o padre Quevedo, isto não ekziste.
O passado absolvido
O ex-presidente Lula e a presidente Dilma comandam o PT nos palanques de Renan Calheiros Filho, candidato a governador de Alagoas, e Fernando Collor de Mello, a senador.
Quando presidente, Collor usou uma camiseta com a frase "O tempo é senhor da razão".
Hoje, usaria "O tempo é senhor da absolvição".
Seu líder, Guilherme Boulos, tem no ministro Gilberto Carvalho um amigo; Dilma se deixa fotografar abraçada a ele.
E é ele que ameaça impedir a Copa se suas reivindicações não forem atendidas agora, sejam legais ou não. Na lei ou na marra.
Não faz sentido: quem não quer a Copa são grupos contrários ao governo, que buscam desgastá-lo. O governo quer a Copa (e está certo - é um compromisso do país, não de Lula e Dilma; os gastos já foram feitos e é hora de colher o retorno, mesmo que pequeno).
Será a prova de que tem condições de atingir suas metas. Como entender que governistas radicais, que consideram fascista quem quer que não acredite que o PT comanda as melhores administrações que já houve no mundo, melhores até que a de Cuba, prejudiquem seus ídolos maiores?
Parece incrível, mas tem lógica. No Chile, o Movimiento de Izquierda Revolucionaria, MIR, chefiado por um sobrinho do presidente Allende, fez o que pôde para realizar e radicalizar as propostas do governo. No Brasil, cabos e sargentos, liderados pelo cabo Anselmo (que mais tarde mudaria de lado, mas naquela hora pensava como o governo), buscavam aprofundar as reformas propostas pelo presidente Goulart.
O cunhado de Goulart, Leonel Brizola, dava-lhe total apoio: "Reformas na lei ou na marra".
Deu errado: estes movimentos enfraqueceram Allende e Goulart. Mas quem não aprende com a História irá sempre repeti-la.
É proibido…
O Superior Tribunal de Justiça, a pedido da Advocacia Geral da União, proibiu greves na Polícia Federal.
Proibiu também o recurso à "operação padrão" - um tipo de greve tipicamente brasileiro, em que o funcionário cumpre rigorosamente a lei e, portanto, tudo anda mais devagar que discurso do senador Suplicy. Temia-se que a Polícia Federal entrasse em greve bem na época da Copa. O desrespeito à decisão judicial custará R$ 200 mil diários de multa.
…e daí?
Só há dois problemas:
a) se a Polícia Federal entrar em greve, "contra a decisão de seus sindicatos e da Federação", de quem cobrar a multa?
b) E, claro, mesmo que a multa seja cobrada, quem irá pagá-la? Que entidade sindical já pagou as multas devidas por desrespeito a ordens referentes a greves?
Ninguém imagina que, irritados com a proibição, alguns delegados lancem operações que deixem mal o governo, como aquela que atingiu Rose Noronha ou esta, que expôs a Petrobras.
Como diria o padre Quevedo, isto não ekziste.
O passado absolvido
O ex-presidente Lula e a presidente Dilma comandam o PT nos palanques de Renan Calheiros Filho, candidato a governador de Alagoas, e Fernando Collor de Mello, a senador.
Quando presidente, Collor usou uma camiseta com a frase "O tempo é senhor da razão".
Hoje, usaria "O tempo é senhor da absolvição".
Fonte:
Coluna publica no domingo, 18, em vários jornais
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