Por Augusto Nunes
"O governo anunciou, com
espantosa naturalidade, que mais 4 mil cubanos virão ao Brasil para integrar o
programa Mais Médicos", começa o editorial publicado pelo Estadão na
segunda-feira. "Com isso, o exército de profissionais exportados pela ditadura
castrista para servirem como peça de propaganda eleitoral petista - e serem
despudoradamente explorados como mão de obra de segunda classe - chegará a
11.400, maioria absoluta entre os 14.900 médicos do programa". Consumada a
expansão, a tropa originária da ilha-presídio será mais numerosa que a
população de quase 3 mil dos 5.565 municípios brasileiros. Haja cinismo.
"Ninguém sabe quantos eles
são, nem onde estão e o que fazem exatamente", advertiu Florentino Cardoso,
presidente da Associação Médica Brasileira, durante a entrevista ao Roda Viva de segunda-feira. Como a
doação dos bilhões de dólares que financiaram a construção do porto de Mariel,
também a importação dos doutores fabricados em série virou segredo de Estado. Conjugados,
o editorial e a entrevista demonstram que, ajoelhada no altar dos Irmãos
Castro, os sacerdotes da seita lulopetista resolveram esconder dos que bancam a
gastança os caminhos percorridos pelo dinheiro desviado para os companheiros
caribenhos.
Transformados num dos
principais produtos de exportação de uma tirania comunista à beira da falência,
os jalecos encomendados pelo Planalto a 10 mil reais por cabeça vão custando R$
900 milhões por ano. A conta não inclui os incalculáveis prejuízos éticos e morais
decorrentes da parceria que, ao institucionalizar uma nova forma de trabalho
escravo, reduziu o Brasil a ajudante de capitão-do-mato, aboliu a Lei Áurea,
debochou da legislação trabalhista e confiscou os direitos humanos dos médicos
cubanos. Confrontados com as cobranças do país que não perdeu a vergonha, os
escravocratas federais recorrem a vigarices de estelionatário aprendiz.
"Não traremos médicos
cubanos", mentiu o então ministro da Saúde Alexandre Padilha meses depois de
fechado o negócio e semanas antes do desembarque da primeira leva. "Tudo foi
feito com a intermediação da Organização Panamericana de Saúde", reincidiu
depois da chegada dos primeiros aviões negreiros. Primeira a escapar da
ratoeira, a médica Ramona Rodriguez revelou que a venda de seres humanos é
administrada por uma certa Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S. A..
A substituição de Padilha por Artur Chioro reforçou a suspeita de que a escolha
de ministros agora é determinada pelo critério da desfaçatez.
Chioro afirmou que "o
modelo do contrato assinado pelo Brasil é igual ao estabelecido com os demais
países que recebem médicos cubanos". Assim é na França, no Chile e na Itália,
exemplificou. A mentira foi desmontada pelo Jornal Nacional. Os governos da
França e do Chile pagam a um cubano o mesmo salário recebido por todos os
estrangeiros - e não permitem que sejam vigiados pelos agentes da polícia
castrista em ação no Brasil. A Itália não contrata profissionais cubanos.
"Nada justifica o descarado
atropelo das leis trabalhistas, cujo objetivo é não apenas sustentar a
demagogia do governo, mas também - e talvez principalmente - financiar a
ditadura cubana", conclui o editorial do Estadão.
É isso. Os comerciantes de gente ressuscitaram, além da escravidão, o
diagnóstico de Mário de Andrade: "Pouca saúde e muita saúva os males do Brasil
são". Como por aqui o que está muito ruim sempre pode piorar, as saúvas estão
no poder.
Fonte: "Direto ao Ponto"
Nenhum comentário:
Postar um comentário