Por Jorge Oliveira
A
preguiça mental dos petistas para pensar, projetar e executar projetos está
levando o Brasil a bancarrota. Como num país capitalista que tudo é feito com e
para o dinheiro, o governo do PT consegue a façanha de ser ainda mais selvagem
quando se trata de resolver os problemas sociais a curto prazo usando o
dinheiro do contribuinte. É o caso, por exemplo de São Paulo, onde o prefeito
Fernando Haddad acaba de criar o "Bolsa Crack", que vai destinar 15 reais a 400
craqueiros da cracolândia, no Centro da capital, para higienizar o local
onde eles mesmos moram em 160 barracas que servem de abrigo e incomodam,
segundo a Prefeitura, os olhos dos turistas e moradores da cidade.
O
Brasil hoje tem bolsa pra tudo. Basta o governo identificar um problema social
que logo saqueia o bolso do contribuinte para resolver a situação sem ao
menos discutir o problema. Esse é retrato, sem retoque, de um governo
incompetente que não encontra saída inteligente para os grandes males que
afligem o país. É mais fácil sacar dinheiro do Tesouro para amenizar situações
com soluções improvisadas e imediatistas do que pensar, planejar e executar um
projeto a médio ou a longo prazo.
A
epidemia do crack no Brasil não se resolve com 15 reais. O problema é mais
sério. A situação hoje é de calamidade e de saúde pública. Os craqueiros nada
mais são do que vítimas impotentes de um governo estabanado que abandonou os
investimentos sociais para projetar um "Avante Brasil", ou o "Brasil do Milagre
Econômico" , slogans apregoados pela ditadura para esconder o Brasil real, a
exemplo do que faz o PT quando manipula os índices econômicos e aumenta
impostos à revelia numa atitude autoritária só dispensada aos déspotas.
Você
lembra dos primeiros comerciais da Dilma, candidata a presidente em 2010?
Então, vou refrescar a sua memória. Em maio de 2010, a Dilma se apresentou na
televisão em vários spots do PT com o slogan: "Brasil contra Crack" em que
convocava a sociedade para uma brigada contra a droga que afetava a família
brasileira. Ao ser cutucada pelo candidato tucano José Serra que a chamou de
demagoga por tratar com tanta leviandade o problema do droga, quando se sabia
que o PT era parcimonioso com Evo Morales, presidente boliviano que
incentiva o plantio da cocaína, base do crack, em seu território, Dilma saiu-se
com essa: "Não podemos desprezar nossos vizinhos e olhar com soberba para
países diferentes de nós. Essa é a política imperialista que leva à guerra,
leva ao conflito, leva ao desprezo". Quase quatro anos depois, os fatos mostram
que o governo brasileiro fechou os olhos para o seu "irmão" traficante a
escancarou o mercado da droga vindo da Bolívia.
O
governo de Hadad, que vai de mal a pior em São Paulo, é o reflexo do que o
marketing político pode produzir. Ele é, na verdade, o espelho da Dilma no
Brasil: inexperiente e descoordenado do mundo real, mas ambos empurrados de
goela adentro do eleitor como bons administradores. Haddad remunera em 15
reais os craqueiros para que eles ajudem nos serviços de rua. Oferece também
alimentação e casas de triagem como se o problema se resolvesse com esses
artifícios imediatistas.
A
política petista para esse problema foi abandonada pela própria Dilma quando
não liberou recursos para combater a epidemia que já afeta mais de um milhão e
meio de pessoas no Brasil, ao contrário da propaganda que produziu na campanha
eleitoral. O programa "Crack, é possível vencer" teve um desembolso de apenas
166 milhões de reais do total de 558 milhões, ou seja: 30% do que foi projetado
para gastar. Isso mostra que a Dilma esqueceu os compromissos de campanhas, o
que compromete suas promessas futuras nas eleições deste ano.
O
Tribunal Superior Eleitoral, portanto, faz vista grossa as promessas de campanhas.
Uma lei do próprio TSE exige o cumprimento das propostas dos candidatos
vitoriosos. Ao contrário da regra dos contraventores cariocas, nas campanhas
eleitorais "não vale o que está escrito".
Fonte: "Diário do Poder"
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