Por Reinaldo Azevedo
A associação que reúne os lojistas de todos os shoppings do país,
a Alshop, decidiu cobrar ajuda federal para que os tais "rolezinhos" sejam
coibidos. Não há exagero nenhum nisso. Ao contrário: a Alshop está, sim,
se dirigindo à pessoa certa. Até porque, em parceria com setores da imprensa, o
PT é responsável pela politização do que não não passava de um "movimento em
favor do beijo na boca". Ocorre que em um dos shoppings, o evento chegou a
reunir seis mil pessoas. Não é possível.
E por que a presidente Dilma é a pessoa certa? Ora, porque ela
chegou a convocar uma reunião com ministros para tratar do assunto, emprestando
ao caso uma gravidade que não tinha. A partir dali, passou a ser assunto
federal.
Ministros seus, como Gilberto Carvalho, que é secretário-geral da
Presidência, e Maria do Rosário, a equivocada permanente que comanda a
Secretaria de Direitos Humanos, vieram a público para criticar, direta ou
indiretamente, a Polícia, os shoppings e a Justiça. Em São Paulo, o prefeito
Fernando Haddad, também petista, pediu a seu secretário da Igualdade Racial que
iniciasse conversações com supostos líderes de rolezinhos. Ao fazê-lo, passou a
emprestar à coisa um caráter que nunca teve: discriminação da cor da pele. Isso
é uma fantasia.
As Polícias Militares estão, como vimos, mais ou menos de mãos
atadas. Caso se mexam, lá vem pancadaria da imprensa. Vão intervir, sim, sempre
que eventuais manifestações se transformarem em vandalismo e coisa e tal, mas
já perceberam que a máquina das esquerdas para desqualificar a ordem e exaltar
a bagunça opera com força total. O que restou aos lojistas?
Eu mesmo já sugeri aqui que Dilma deveria dar uma ordem a seus
ministros: que calassem a boca a respeito do assunto. Como se percebe, ela não
fez isso.
Neste fim de semana, militantes políticos - e não jovens da
periferia - decidiram promover protestos, e não rolezinhos, em shoppings ditos
de luxo de São Paulo, Rio e Porto Alegre. Esses eventos já não guardam mais
nenhuma relação com as manifestações originais. São, reitero, promovidos por
entidades de esquerda e extrema esquerda que confundem seu próprio rancor e,
acima de tudo, a sua ignorância com a causa popular.
A coisa é tão patética que, no Shopping Leblon, no Rio, que estava
fechado - enquanto alguns bananas promoviam gritaria do lado de fora - um grupo
de cinco moradores da Rocinha apareceu para fazer seu rolezinho - aquele outro,
o passeio… Eram dois maiores e três menores. Ricardo Israel, de 22 anos,
comentou, informa a Folha: "Eu vim para dar um rolé
com a minha gata no shopping, conhecer gente nova, mas pelo visto é
manifestação. Vou dar rolé na praia de skate mesmo". Ele se mandou, e os
esquerdistas da Zona Sul que, em tese, falam em nome de Israel ficaram lá se
esgoelando.
Olhem que o Brasil, em matéria de bobagem, parece ser um manancial
inesgotável. Como essa, acho que nunca vi. E não estou me referindo aos
rolezinhos originais, não, que tinham, sim, de ser coibidos porque põem em
risco a segurança de milhares de pessoas - inclusive a dos próprios rolezeiros.
Eu me refiro é ao rolezinho ideológico de grupelhos de extrema
esquerda, de subintelectuais do miolo mole, de setores da imprensa e, agora dos
petistas, que resolveram adotar o movimento. Como alertei aqui, esses
irresponsáveis acharam que a coisa ficaria restrita a São Paulo - e toda a
bagunça que puderem fazer no Estado lhes parece boa porque estão de olho nas
urnas. Pois é… Nunca é assim! A petezada resolveu apoiar o quebra-quebra do
Passe Livre, e a gente viu aonde a coisa foi dar.
Mas não tem jeito. Como os lobos, os petistas podem até perder o
pelo, mas não perdem o vício.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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