Por Augusto Nunes
Entrevista
coletiva de Dilma Rousseff em Havana
Assista: http://youtu.be/Z9mAbs3q__s
"A senhora está engasgada com as notícias sobre a sua estada em
Lisboa?", quis saber uma jornalista quase no fim da entrevista coletiva em
Havana. Confiram a resposta de Dilma Rousseff, publicada no Portal do Planalto
e abaixo reproduzida sem correções nem retoques:
Olha,
eu vou te falar, viu? Eu acho fantástico. Vou te falar o que é que eu acho
fantástico. Eu fui pra Zurique, e pra Davos. E tinha uma estrutura em Zurique e
Davos. E não comparem o gasto em Zurique, ou na Suíça, com o gasto em Portugal.
Tá certo? Não vamos comparar. Agora, interessante é que foram procurar meu
gasto lá em Portugal, e não em Zurique.
A minha estrutura, aliás, até vocês lembram,
houve aquela crítica violenta ao "aeroLula", vocês lembram disso? Bom, o avião
chamado "aeroLula", ele não tem autonomia de voo, ao contrário dos aviões do
México e de outros países, da Argentina, é, aqui você vai achar vários aviões
com maior autonomia que a minha. Eu, pra ir, faço uma escala. Para
voltar, eu faço duas, para voltar pro Brasil. Neste caso agora nós tínhamos uma
discussão. Eu tinha que sair de Zurique, podia ir para Boston, ou pra Boston, até
porque… vocês vão perguntar, mas é mais longe? Não é não, a Terra é curva, viu?
De Zurique eu ia para Boston, para
Pensilvânia, ou para Washington. Acontece, como vocês sabem, tinha, podia ter,
podia, não se sabia se confirmaria ou se não confirmaria. Tinha um problema
forte lá por causa das nevascas. Então a Aeronáutica montou uma outra
alternativa. Eu cheguei. Qual é essa outra alternativa? Eu fui para Lisboa com
a equipe que estava comigo em Zurique e Davos. Tá? E lembra bem, hein? Tem uma
parte da equipe que faz mais escalas do que eu, porque o meu é um airbus-319. O
deles é um avião do Escav, o avião reserva, ele tem menos autonomia de voo
ainda do que o meu. Bom, então saí de Zurique, pousei na… em Lisboa às
5h30 da tarde, e fui embora às 9 horas da manhã. Quem anunciou que eu estava
passando um fim de semana em Lisboa não sabe fazer a conta. Eu dormi em Lisboa.
No que se refere a restaurante, eu quero
avisar pra vocês o seguinte: é exigência de todos, para todos os ministros, eu
só faço exigência que eu também exijo de mim, que quem jantar ou almoçar
comigo, pague a sua conta. Já houve casos chatos no dia do meu aniversário
porque a conta foi um pouquinho alta e tinha gente – que eu não vou dizer quem - que estava acostumado que seria um pagamento do governo. No meu aniversário
eu paguei a minha parte, porque é assim que eu lido com isso. Então, não vem…
eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu
pago a minha conta, pode ter certeza disso.
Pode olhar em todos os restaurantes que eu
estive, em alguns causando constrangimento porque fica esquisito uma presidente
e uma porção de ministros fazendo aquela conta: "é quanto para cada um? Soma
aí, deu quanto?" E com calculadora. Tem gente que acha estranho. Eu acho que
isso é extremamente democrático e republicano. Não tem… Não, só um pouquinho.
Não tem a menor condição de, alguma vez, eu usar cartão corporativo. Não fiz
isso. Até, no meu caso, está previsto para mim cartão corporativo, mas eu não
faço isso porque eu considero que é de todo oportuno que eu dê exemplo,
diferenciando o que é consumo privado do que é consumo público. Então, podem
ter certeza disso.
Nenhum jornalista se atreveu a perguntar como foram pagas as
contas dos hotéis. Ninguém pediu à entrevistada que justificasse o sigilo que
encobre desde maio de 2013 a gastança com viagens presidenciais. O palavrório
só serviu para escurecer o que estava cinzento. Por isso mesmo, deixou claro
que chegou a hora da escala técnica numa oficina especializada em
reparar neurônios solitários. Pelo andar da carruagem, daqui a pouco até Dilma
Rousseff vai ficar perplexa com o que diz a presidente da República.
Fonte: "História
em Imagens"
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