Por Reinaldo Azevedo
Delinquentes intelectuais e morais - alguns deles disfarçados de
jornalistas, financiados com dinheiro público - resolveram censurar a Folha e a
VEJA.com por terem divulgado, respectivamente, os vídeos com os decapitados de
Pedrinhas e o incêndio do ônibus em São Luís, em que a menina Ana Clara aparece
com o corpo em chamas.
A divulgação seria, sustentam esses delinquentes, coisa típica de
jornalismo sensacionalista, de uma "mídia" (como eles dizem) comprometida com a
agenda da oposição.
Que bando! Se essa gente chegar a ter o poder que almeja, o DIP
(Departamento de Imprensa e Propaganda) do ditador Getúlio Vargas será
fichinha; a censura havida durante o regime militar será brincadeira de
criança.
O PT que sempre contou com a liberdade de imprensa, quando era
oposição, para veicular mesmo as suas denúncias infundadas acha que, agora, os
fatos atrapalham a história, entendem?
Sim, é verdade. Não fosse a divulgação dos dois vídeos, é bem
possível que o Brasil não tivesse se dado conta da gravidade do problema. Até
porque, em 2011, 14 foram decapitados no mesmo complexo de Pedrinhas. E ninguém
deu bola.
Os vídeos têm de ser exibidos simplesmente porque aquelas coisas
aconteceram. De fato, há similaridade entre a imagem do corpo da menina Ana
Clara em chamas e a foto (no alto) da então garota vietnamita Kim Phuc (de
autoria de Huynh Cong "Nick" Ut), que corre nua depois de sua aldeia ter sido
atacada com napalm pelas forças americanas, em 1972.
Todos sabiam dos horrores da Guerra do Vietnã. Faltava um emblema.
Todos sabiam da tragédia do Maranhão. Faltava conferir ao ocorrido a sua
trágica humanidade.
Se os petistas pudessem impedir, no entanto, nada disso viria a
público - não enquanto o partido estivesse no poder ao menos. A realidade
atrapalha a mística e a mistificação petistas. Os valentes acham que o
compromisso com os fatos transforma a "mídia" em força de oposição.
Eles gostam é do subjornalismo de situação, financiado por
estatais - o que, parece-me, caracteriza uma variante do peculato, já que se
trata de se apropriar de dinheiro público a serviço dos interesses particulares
de um grupo. Não passarão!
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário