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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"Em meio à crise política e econômica, velho manifesto de militares volta a incomodar a 'comandanta Dilma'"



Por Jorge Serrão
Não bastassem a crise econômica e o conflito permanente com a base aliada, a presidente Dilma Rousseff agora enfrenta uma evidente crise de insatisfação nas Forças Armadas. Já chega a 130 o número de assinaturas de generais em um manifesto contra sua "comandanta-em-chefa". Os militares criticam a forma revanchista e inconsequente com a qual Dilma governa apenas para parcelar diferenciadas da sociedade brasileira.
O ex-comandante do Exército, general Zenildo de Lucena, e o ex-presidente do Superior Tribunal Militar, general Valdésio de Figueiredo, são figuras de grandes expressão na lista de insatisfeitos por escrito. Embora já circule há mais de um ano pela internet, o curioso do documento é que cada vez consegue mais adesões explícitas de protesto contra o desgastado governo.
As reclamações, principalmente em relação aos salários e ao desinvestimento nas Forças Armadas, já assustaram Dilma - a ponto de o Ministério da Defesa ter soltado, meses atrás, uma bravata de que puniria o pessoal na reserva. Como o ministro Celso Amorim constatou que qualquer punição seria ilegal, além de provocar um desgaste político de consequências imprevisíveis, os revanchistas do governo recuaram na ameaça.
A confusão acontece desde 16 de fevereiro de 2012, quando os presidentes dos três clubes militares soltaram o mais duro manifesto dos últimos tempos. O manifesto "Alerta à Nação - Eles que venham. Por aqui não passarão!" até hoje incomoda a equipe de Dilma. Celso Amorim ficou PT da vida com dois pontos do documento. No que os militares, veladamente, alegam que ainda têm influência sobre a tropa. No que advertem que as associações não se intimidarão frente aos acontecimentos. E no que deixa claro que o atual ministro da Defesa não tem autoridade para censurar atos de entidades como os clubes militares.
Além da Constituição, que garante total liberdade de expressão, os militares insatisfeitos contam com outro respaldo legal. A Lei 7.524, ainda em vigor com um texto curto, objetivo e fácil de entender: "Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público".

Veja a lista dos oficiais no site www.averdadesufocada.com 



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