Não
bastassem a crise econômica e o conflito permanente com a base aliada, a presidente
Dilma Rousseff agora enfrenta uma evidente crise de insatisfação nas Forças
Armadas. Já chega a 130 o número de assinaturas de generais em um manifesto
contra sua "comandanta-em-chefa". Os militares criticam a forma revanchista e
inconsequente com a qual Dilma governa apenas para parcelar diferenciadas da
sociedade brasileira.
O
ex-comandante do Exército, general Zenildo de Lucena, e o ex-presidente do
Superior Tribunal Militar, general Valdésio de Figueiredo, são figuras de
grandes expressão na lista de insatisfeitos por escrito. Embora já circule há
mais de um ano pela internet, o curioso do documento é que cada vez consegue
mais adesões explícitas de protesto contra o desgastado governo.
As
reclamações, principalmente em relação aos salários e ao desinvestimento nas
Forças Armadas, já assustaram Dilma - a ponto de o Ministério da Defesa ter
soltado, meses atrás, uma bravata de que puniria o pessoal na reserva. Como o
ministro Celso Amorim constatou que qualquer punição seria ilegal, além de
provocar um desgaste político de consequências imprevisíveis, os revanchistas
do governo recuaram na ameaça.
A confusão
acontece desde 16 de fevereiro de 2012, quando os presidentes dos três clubes
militares soltaram o mais duro manifesto dos últimos tempos. O manifesto "Alerta à Nação - Eles que venham. Por aqui não passarão!" até hoje incomoda a
equipe de Dilma. Celso Amorim ficou PT da vida com dois pontos do documento. No
que os militares, veladamente, alegam que ainda têm influência sobre a tropa. No
que advertem que as associações não se intimidarão frente aos acontecimentos. E
no que deixa claro que o atual ministro da Defesa não tem autoridade para
censurar atos de entidades como os clubes militares.
Além da
Constituição, que garante total liberdade de expressão, os militares
insatisfeitos contam com outro respaldo legal. A Lei 7.524, ainda em vigor com
um texto curto, objetivo e fácil de entender: "Respeitados os limites
estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente
das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas,
opinar livremente sobre assunto político e externar pensamento e conceito
ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público".
Fonte:
serrao@alertatotal.net
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