Por
Ricardo Noblat
Manchete da página 11 do primeiro
caderno do jornal "Valor", edição desta quarta-feira, 12: "Lula discute saída para evitar
prisão de petistas".
Diz a notícia no seu primeiro
parágrafo:
- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva está o comando das articulações políticas e jurídicas para tentar salvar
da prisão os acusados de montar o esquema do mensalão. Lula e a cúpula do PT
avaliam que já não há mais o que fazer para evitar a condenação dos réus.
Assustei-me.
O julgamento do mensalão ainda não
chegou à metade.
O destino dos réus depende
exclusivamente do voto dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Haverá
condenados e inocentes. E por fim os ministros fixarão a pena dos condenados.
O que Lula poderá fazer para evitar
que os condenados cumpram pena caso os ministros assim decidam?
Os advogados sabem que medidas legais
lhes restarão para livrar seus clientes da cadeia. Para isso não precisam da
ajuda de Lula.
Então Lula só poderá ajudar os
advogados se atravessar a fronteira da legalidade.
Como seria isso?
Pressionando os ministros do Supremo
para que façam o que ele quer.
Ou pressionando Dilma para que ela
pressione os ministros do Supremo.
Ou pressionando amigos dos ministros
do Supremo para que os pressionem.
Onde fica o respeito à Justiça? À
independência dos poderes? À própria democracia.
Mantido o respeito, simplesmente Lula
nada terá a fazer para evitar que eventuais condenados sejam presos.
É por isso que a notícia do jornal
assusta.
Lula foi protagonista de um escândalo
dentro do outro.
Para tentar adiar o julgamento do
mensalão, ele cabalou votos de ministros, sugeriu ao ministro Gilmar Mendes que
ele poderia ter problemas com a CPI do Cachoeira e se ofereceu para livrá-lo de
maiores embaraços.
Quanta afoiteza!
Gilmar subiu nas tamancas e contou o
que ouvira de Lula.
O ex-presidente é conhecido por
mandar às favas todos os escrúpulos quando quer alcançar seus objetivos.
Daí o perigo que representa em certas
ocasiões.
Fonte: "Blog do Noblat"

Um comentário:
Que os ministros do STF se preparem e não se esqueçam que estaremos de ôlho nêles.
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