Por Augusto Nunes
Autoritário desde
a infância, espaçoso desde a adolescência, mandão desde sempre, Lula só faz o
que lhe dá na telha, só ouve quem lhe convém e só consulta os que estão prontos
para dizer amém. Sozinho, o presidente de sindicato escolhia os parceiros de
diretoria, negociava com os patrões, decretava o começo ou o fim da greve.
Sozinho, o dono do
PT decidiu que o vermelho seria a cor e a estrela seria o símbolo da seita,
escolheu os fundadores do clube, distribuiu as carteirinhas de sócio,
confiscou-as quando bem entendeu, promoveu-se a presidente de honra e, depois,
nomeou-se candidato perpétuo ao Palácio do Planalto.
O presidente da
República montou o ministério à sua imagem e semelhança, empregou e demitiu
quem quis, intrometeu-se em assuntos que mal conhecia ou ignorava
completamente, elegeu novos amigos de infância, afastou-se de velhos amigos da
mocidade, proclamou-se consultor-geral das nações em crise e virou conselheiro
do mundo.O ex-presidente é o mais feliz dos portadores da síndrome de Deus. Dá
ordens à sucessora, indica ministros, dá palpites na economia, elogia o Brasil
Maravilha de cartório, interfere na escalação do Corinthians e negocia a
construção do Itaquerão. Fora o resto.
Desde o começo do
ano, entre um ataque a FHC e um pontapé em José Serra, o Lula palanqueiro
escolhe candidatos a prefeito, vereador ou síndico. Fechou negócio com Paulo
Maluf, aposentou Marta Suplicy por antiguidade, botou na cabeça que Fernando
Haddad deve governar São Paulo, arrumou confusão com o PSB, decidiu que
Humberto Costa será o derrotado no Recife e Patrus Ananias merece naufragar em
Belo Horizonte. Pelo andar da carruagem, o PT amargará o maior fracasso
eleitoral desde a fundação. E nem assim os companheiros ousam discordar do
intuitivo genial.
Quem manda é ele,
o oráculo infalível, o guia incomparável, o Cara. Por isso se mete em tudo e
deve ser ouvido por todos. É sempre dele a última palavra. Sem o aval do
mestre, nada deve ser feito. No caso do mensalão, por exemplo, ele decidiu o
que o Executivo e o Legislativo deveriam fazer para livrar da cadeia os
culpados. E avisou que cuidaria de enquadrar os ministros do Supremo.
Não deu certo,
comprovam a fila dos condenados e as revelações de Marcos Valério divulgadas
por VEJA. O Lula retratado pelo diretor-financeiro do bando não surpreendeu
ninguém. Ele continua fingindo que, pela primeira vez na vida, não soube de
nada, não se meteu em nada. Nem desconfiou do que ocorria na sala ao lado. Quem
o conhece sabe que, como sempre, o chefe foi Lula.
Fonte: "Direto ao Ponto"
Um comentário:
Lula Falastrão, agora, querer se fazer de santinho, de inocente, é desfazer muito de nossa inteligência. Nos tira de idiotas, ignorantes, de eleitores dêle.
Postar um comentário