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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

158 anos do enforcamento de Lucas da Feira

Quarta-feira, 26 de setembro, deve ser um dia a ser lembrado - mesmo?, como?, onde? - pelos que estão defendendo um monumento em homenagem a Lucas da Feira. Nesta data, há 158 anos (1849), ocorreu o seu enforcamento, no Campo do Gado (hoje, praça D. Pedro II, a do Nordestino). no dia 18 de outubro (1807), a vez de lembrarem de seu bicentenário de nascimento.
Lucas da Feira foi como ficou conhecido o mulato Lucas Evangelista, por ter nascido em Feira de Santana. Filho de negros cativos, Inácio e Maria, Lucas era vesgo e canhoto e cresceu vendo a situação a que eram submetidos os escravos, com surras e castigos. Estas cenas viriam marcar para sempre a sua vida de criança e posterior adolescência. Lucas era forte e taludo e com 15 anos de idade, fugiu para o mato e resolveu vingar-se, a seu modo, das crueldades praticadas pelos feitores para com seu povo.
Ele juntou grupos compostos por mais de trinta homens, entre negros e mulatos fugitivos, e passou a aterrorizar grandes trechos da Bahia, assaltando propriedades, surrando e matando fazendeiros brancos, deixando as estradas vazias.
Historiadores contam que uma peculiaridade sua era a de achar que tinha, sobre as moças brancas, o mesmo direito que os senhores brancos tinham para com as mulheres negras, que eram estupradas e seviciadas pelos seus “donos”. Lucas não se fazia de rogado. Ao invadir uma propriedade, estuprava igualmente as moças brancas daquela casa, juntamente com seu grupo. Com o passar do tempo seu grupo foi diminuindo. Lucas foi então traído por um compadre e ferido, foi levado à forca, depois de julgamento.
Diante do mito em que se tornou, o imperador D. Pedro II manifestou desejo de conhecê-lo. Lucas foi levado da Bahia ao Rio de Janeiro e ao retornar foi então enforcado aos 42 anos de idade.
O crânio de Lucas da Feira foi destruído em janeiro de 1905, durante um incêndio que consumiu parte da Faculdade de Medicina e o laboratório de Medicina Legal, lugar de trabalho de Nina Rodrigues.

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