Cidade incluída no lançamento de "Revoada"
Nas fotos, José Umberto em ação, dirigindo "Revoada"
O cineasta José Umberto Dias, diretor, roteirista e produtor de "Revoada", é sergipano de Boquim. Aos sete anos. ele veio para a Bahia e passou a morar em Feira de Santana, com sua mãe, D. Marizete Dias, antes de se fixar em Salvador. Nesta cidade, além de integrar o grupo teatral Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), teve participação na Associação Feirense dos Críticos Cinematográficos (AFCC) nas gestões 1963/1964 de Antônio Álvaro e Luciano Ribeiro.
"Lembro que tínhamos um programa na Rádio Sociedade que se chamava 'Cinema em Três Dimensões'", conta.
Outra lembrança dele: "Fiz um discurso, no auditório da antiga Biblioteca Arnold Silva, de saudação ao cineasta Álvaro Guimarães (Alvinho), também diretor teatral".
Mais uma revelação de José Umberto: "Essa Associação foi o germém de minha iniciação cinematográfica".
Em 1968, então graduando em Ciências Socias na Universidade Federal da Bahia (Ufba), ele começou sua história como cineasta em curso de iniciação cinematográfica ministrado pelo Grupo Experimental de Cinema da universidade. Formou-se em 1971, mas não deixou mais o cinema e desde então vem atuando na cena cinematográfica, dirigindo, roteirizando, montando e produzindo.
José Umberto também é crítico de cinema, ensaísta, escritor, dramaturgo e poeta. Em 1984 escreveu e dirigiu o espetáculo teatral "O Beijo Final".
Em 2002, filmou em Feira de Santana, "Lua Violada". Em 2001, realizou o vídeoclipe "Dadá", focado na mulher do cangaceiro Corisco, e o vídeo "O Povo do Carnaval". Em 1997, o vídeo "Monte Santo - O Caminho da Santa Cruz"; em 1994 o vídeo "Rex Schindler"; e em 1993, outro vídeo, "Milton Gaúcho - Ator Baiano". O média metragem "A Musa do Cangaço", em 35 mm, foi realizado em 1982. No ano de 1991, fez o vídeo sobre sua terra natal, "Boquim: Terra da Laranja". Em 1981, em 16 mm, "Bola Chuveiro". Em parceria com Robinson Roberto, realizou em Super 8, "Maíra". No mesmo ano, 1980, realizou em Feira de Santana e cidades da região, "Cantos Flutuantes", em 35 mm, com Dimas Oliveira na assistência de direção. Em 1979, outro filme em 35 mm, realizado em Feira de Santana e com assistência de direção de Dimas Oliveira, "Ser tão". Nesse mesmo ano, o Super 8, "Glub - Estória de um Espanto". Em 1978, a vez de "Brabeza", Super 8, em parceria com Robinson Roberto. Outra parceira com Robinson Roberto se deu em 1977 no Super 8 "Urubu", tendo Feira de Santana como cenário. Em 1974, em 16 mm, José Umberto fez "Salv A Dor". seu primeiro longa metragem foi realizado em 1972, "O Anjo Negro". Em 1971, o curta em 16 mm, "Voo Interrompido". Em parceria com André Luiz de Oliveira, em 1968, realizou em 16 mm, "Doce Amargo", premiado como Melhor Documentário no Festival Brasileiro de Cinema Amador do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro. Em1967, registro dos seus dois primeiros filmes, "Perâmbulo", em 16 mm, e "O Forte", em Super-8.
"Urubu", segundo José Umberto e Robinson Roberto, trata-se de "bestiário simples e poético do urubu e a sua relação cósmica. Pássaro preto, contraditório, habitante da vida na esperança da morte. Enfim, uma homenagem àquele que resume a ânsia do desespero humano: poesia & morte". Teve como cenário o antigo matadouro municipal de Feira de Santana.
"Sertão" é um documentário poético em torno do belíssimo mural do pintor Lênio Braga, instalado no Terminal Rodoviário de Feira de Santana. "É um filme sobre a beleza do imaginário da cultura popular sertaneja, através seus poetas de cordel e repentistas", considera José Umberto.
"Lua Violada" é uma alegoria sobre "a perda da inocência e o despertar da consciência", conforme sintetiza o artista.
Homenagem ao cangaço
"Revoada" é considerado como uma homenagem de José Umberto à história de cangaço e ao próprio cinema baiano, sem falar que é "um filme sobrevivente, que hoje consegue existir mesmo com toda lógica de mercado e desrespeito artístico imperante no nosso país".
chega às salas de exibição de todo o país, através do projeto Distribuição Longas Bahia, produzido pelo também cineasta Vítor Rocha, da Abará Filmes, e coordenado por Walter Lima, da VPC Cinemavídeo.
José Umberto publicou em 2000, a peça teatral "Desconhece-te". Em1993, lançou "Alexandre Robatto Filho - Pioneiro do Cinema Baiano", pesquisa feita em parceria com André Setaro. Em 1978, publicou "Dadá", romance sobre a mulher de Corisco. E em 1978, lançou "A História do Cinema Vista da Província", com organização, estudo e ensaio da obra póstuma de Walter da Silveira.
Entre 1976 e 1977, ele foi coordenador da Imagem e do Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Em 2021, José Umberto confiou à Associação Baiana de Imprensa, acervo sobre Glauber Rocha, que inclui rariddes como a gravação inédita de uma entrevista de André Setro e João Ubaldo Ribeiro com o gênio do Cinema Novo.
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