Atuação é um marco na vida pessoal e profissional
1, 2, 3 e 4. Christiane Veigga como Baronesa em "Revoada"
5. Christiane Veigga (D) como Herodias em "Paixão de Cristo", de Paulo Dourado, ao lado de Annalu Tavares
6. Christiane Veigga no seu perfil do Facebook
O filme "Revoada", de José Umberto, está com exibição programada em cinemas de todo o país, através do projeto Distribuição Longas Bahia, produzido pelo também cineasta Vítor Rocha, da Abará Filmes, e coordenado por Walter Lima, da VPC Cinemavídeo. O filme entra em cartaz no dia 15 de agosto, com pré-estreia em São Paulo na quinta-feira, 8. Em Feira de Santana, será exibido no Orient CinePlace Boulevard, com possibilidade de pré-estreia.
Na trama, a presença da atriz Christiane Veigga, que é feirense - "amo minha terra. Minha família mora em Feira, mãe, irmãos e sobrinhos. Sempre estou em Feira. Entre os amigos sou chamada de soterofeirense, por viver entre as duas cidades". Ela estudou no Colégio Nobre. Também é dançaterapeuta, professora de teatro, coreógrafa, mestre de cerimônias, entre outras atividades artísticas.
O jornalista Dimas Oliveira entrevista a atriz para o Blog Demais.
Quem é Christiane Veigga?
Christiane Veigga é um ser humano em construção, sempre. Busco, através do autoconhecimento ser alguém com mais equilíbrio e sabedoria. Acredito na arte como instrumento de cura e transformação. Meu mestre Harildo Deda disse para mim, no início de minha carreira profissional, duas frases: "quando o teatro não servir para mais nada, serve para o autoconhecimento" e "tome em suas mãos as rédeas de sua carreira". Com o tempo ampliei essas frases de meu mestre amado para: a arte serve para o autoconhecimento, e tome as rédeas de sua vida. Segui esse caminho.
Qual sua atuação em Feira de Santana?
Iniciei minha vida na arte com a dança, na Earte com minha prima Ângela Oliveira. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), participei do grupo Gênesis (1986), trabalhando a dança numa perspectiva teatral, que mais tarde soube se chamar Dança Teatro. Depois fui convidada por estudantes de História para formar um grupo autodidata de teatro. Fiz algumas apresentações de dança, teatro e performances teatrais em bibliotecas, na Uefs e em clubes. Em 1991, vim para Salvador estudar Interpretação Teatral na Escola de Teatro da Ufba.
Atuei nas peças "Só Depende de Nós", direção de Gilberto Rios, encenada no Teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e outros espaços; "Como Nossos Pais", direção de Gilberto Rios, encenada no Teatro da CDL, no Serviço Social da Indústria (Sesi), em Salvador, e participação em Festival de Teatro em Curitiba; "Verde Hemorragia" e "A Carroça Mágica e o Contador de Histórias", direção de Grasca Souto, levada aos palcos do Teatro do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), Teatro da CDL, Teatro Ângela Oliveira, do Centro de Cultura Maestro Miro, e outros espaços.
Trabalhei como professora de teatro e expressão corporal e vocal de 1990 até 2006. Trabalhei com a Cia Cuca de Teatro durante alguns anos como professora de expressão vocal, expressão corporal, coreógrafa e como atriz.
Conte sobre sua experiência em fazer cinema com "Revoada".
"Revoada" foi meu primeiro longa metragem. Já tinha atuado em curtas, peças comerciais, institucionais e documentários. Foi uma honra e uma grande satisfação, inicialmente por estar cercada e contracenando com colegas queridos e amados, tanto atores quanto a equipe técnica. Os profissionais que não conhecia logo fui construindo uma conexão o que muito colaborou para facilitar minha atuação. Uma equipe formada por excelentes profissionais garante não apenas um ótimo resultado, mas a construção de uma egrégora de respeito, admiração e colaboração.
Construir a personagem Baronesa de Água Branca foi um desafio maravilhoso. Inspirei-me em minha bisavó Mariana Ferreira em sua altivez, força e autoridade passados em sua postura, gestos e modo de falar; em minha mãe, Yvone de Oliveira Veiga, em sua essência guerreira, mártir e mãe, capaz de muitos sacrifícios pelos seus, uma doçura ora escondida ora vívida; além do estudo histórico que compôs uma espécie de pano de fundo para minha personagem.
Costumo construir as personagens utilizando uma mistura de técnicas, desde o Constantin Stanislavski e seu método, Jerzy Grotowski, Eugênio Barba - "A Arte Secreta do Ator", "Canoa de Papel", "Yoshi Oida - O Ator Invisível", e Michael Chekhov - "Para o Ator", entre outros. Gosto de oposições, onde existem emoções que estão evidentes, na superfície e outras que estão escondidas, sendo mantidas em sigilo, na profundeza, no oculto, mas que está perceptível em alguns momentos. Às vezes ocorre uma inversão onde tais emoções vêm para a superfície e as que estavam aparentes somem ou se misturam umas com as outras a depender da cena, do perfil da personagem e do contexto.
Fazer "Revoada" foi um misto de emoções. Zé Umberto tem uma direção muito precisa, sempre indicando exatamente o que queria. Algumas vezes ele dizia o detalhe da mão, do rosto, e outras vezes deixava a gente fazer livremente como na contracena com Carlos Betão (Tião). O meu desafio maior neste filme foi mostrar o poder do latifúndio de forma diferenciada, mas não queria que fosse uma linha reta, quis desvelar a mulher no poder, fazendo um antagonismo e ao mesmo tempo espelho com a personagem Jurema (Annalu Tavares), mulheres no poder em perspectivas sociais, políticas e de gênero tão diferentes, mas em determinados aspectos semelhantes. Trabalhar com uma equipe técnica (alguns amigos) que dava informações sobre suas visões de cenário, figurino, maquiagem, e um elenco com uma generosidade sem igual, muito me ajudou na construção da Baronesa.
Foi uma experiência de emersão temporal que me conectou com as pessoas que viveram aquela história que de certa forma estávamos contando. Não se trata de um documentário, evidentemente, mas a pesquisa de Zé Umberto foi tão profunda que trouxe essa sensação para mim. A energia nos sets de filmagem era tão precisa que sentia o peso, a dor, a luta, numa intensidade que só em poucas peças teatrais pude vivenciar. "Revoada" será para mim um marco na minha vida pessoal e profissional. Agradeço a Zé Umberto por ter confiado no meu trabalho e me ofertado essa experiência tão marcante para mim.
Quem é Christiane Veigga?
Christiane Veigga é um ser humano em construção, sempre. Busco, através do autoconhecimento ser alguém com mais equilíbrio e sabedoria. Acredito na arte como instrumento de cura e transformação. Meu mestre Harildo Deda disse para mim, no início de minha carreira profissional, duas frases: "quando o teatro não servir para mais nada, serve para o autoconhecimento" e "tome em suas mãos as rédeas de sua carreira". Com o tempo ampliei essas frases de meu mestre amado para: a arte serve para o autoconhecimento, e tome as rédeas de sua vida. Segui esse caminho.
Qual sua atuação em Feira de Santana?
Iniciei minha vida na arte com a dança, na Earte com minha prima Ângela Oliveira. Na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), participei do grupo Gênesis (1986), trabalhando a dança numa perspectiva teatral, que mais tarde soube se chamar Dança Teatro. Depois fui convidada por estudantes de História para formar um grupo autodidata de teatro. Fiz algumas apresentações de dança, teatro e performances teatrais em bibliotecas, na Uefs e em clubes. Em 1991, vim para Salvador estudar Interpretação Teatral na Escola de Teatro da Ufba.
Atuei nas peças "Só Depende de Nós", direção de Gilberto Rios, encenada no Teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e outros espaços; "Como Nossos Pais", direção de Gilberto Rios, encenada no Teatro da CDL, no Serviço Social da Indústria (Sesi), em Salvador, e participação em Festival de Teatro em Curitiba; "Verde Hemorragia" e "A Carroça Mágica e o Contador de Histórias", direção de Grasca Souto, levada aos palcos do Teatro do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), Teatro da CDL, Teatro Ângela Oliveira, do Centro de Cultura Maestro Miro, e outros espaços.
Trabalhei como professora de teatro e expressão corporal e vocal de 1990 até 2006. Trabalhei com a Cia Cuca de Teatro durante alguns anos como professora de expressão vocal, expressão corporal, coreógrafa e como atriz.
Conte sobre sua experiência em fazer cinema com "Revoada".
"Revoada" foi meu primeiro longa metragem. Já tinha atuado em curtas, peças comerciais, institucionais e documentários. Foi uma honra e uma grande satisfação, inicialmente por estar cercada e contracenando com colegas queridos e amados, tanto atores quanto a equipe técnica. Os profissionais que não conhecia logo fui construindo uma conexão o que muito colaborou para facilitar minha atuação. Uma equipe formada por excelentes profissionais garante não apenas um ótimo resultado, mas a construção de uma egrégora de respeito, admiração e colaboração.
Construir a personagem Baronesa de Água Branca foi um desafio maravilhoso. Inspirei-me em minha bisavó Mariana Ferreira em sua altivez, força e autoridade passados em sua postura, gestos e modo de falar; em minha mãe, Yvone de Oliveira Veiga, em sua essência guerreira, mártir e mãe, capaz de muitos sacrifícios pelos seus, uma doçura ora escondida ora vívida; além do estudo histórico que compôs uma espécie de pano de fundo para minha personagem.
Costumo construir as personagens utilizando uma mistura de técnicas, desde o Constantin Stanislavski e seu método, Jerzy Grotowski, Eugênio Barba - "A Arte Secreta do Ator", "Canoa de Papel", "Yoshi Oida - O Ator Invisível", e Michael Chekhov - "Para o Ator", entre outros. Gosto de oposições, onde existem emoções que estão evidentes, na superfície e outras que estão escondidas, sendo mantidas em sigilo, na profundeza, no oculto, mas que está perceptível em alguns momentos. Às vezes ocorre uma inversão onde tais emoções vêm para a superfície e as que estavam aparentes somem ou se misturam umas com as outras a depender da cena, do perfil da personagem e do contexto.
Fazer "Revoada" foi um misto de emoções. Zé Umberto tem uma direção muito precisa, sempre indicando exatamente o que queria. Algumas vezes ele dizia o detalhe da mão, do rosto, e outras vezes deixava a gente fazer livremente como na contracena com Carlos Betão (Tião). O meu desafio maior neste filme foi mostrar o poder do latifúndio de forma diferenciada, mas não queria que fosse uma linha reta, quis desvelar a mulher no poder, fazendo um antagonismo e ao mesmo tempo espelho com a personagem Jurema (Annalu Tavares), mulheres no poder em perspectivas sociais, políticas e de gênero tão diferentes, mas em determinados aspectos semelhantes. Trabalhar com uma equipe técnica (alguns amigos) que dava informações sobre suas visões de cenário, figurino, maquiagem, e um elenco com uma generosidade sem igual, muito me ajudou na construção da Baronesa.
Foi uma experiência de emersão temporal que me conectou com as pessoas que viveram aquela história que de certa forma estávamos contando. Não se trata de um documentário, evidentemente, mas a pesquisa de Zé Umberto foi tão profunda que trouxe essa sensação para mim. A energia nos sets de filmagem era tão precisa que sentia o peso, a dor, a luta, numa intensidade que só em poucas peças teatrais pude vivenciar. "Revoada" será para mim um marco na minha vida pessoal e profissional. Agradeço a Zé Umberto por ter confiado no meu trabalho e me ofertado essa experiência tão marcante para mim.
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