Experiência pedagógica começou na
segunda-feira, em Goiás, e até 15 de fevereiro na Bahia, no Ceará, em Alagoas e
no Espírito Santo; na Bahia, a experiência será testada na Escola Sesi de Feira
de Santana
Fotos: Silvio Tito
O Serviço Social da
Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) são
pioneiros na implementação da nova Lei do Ensino Médio (Lei 13.415/2017) com um
currículo organizado por áreas de conhecimento e não por
disciplinas, totalmente contextualizado à realidade dos estudantes e
integrado à formação técnica e profissional. A nova metodologia começou a ser
testada na segunda-feira, 29, em regime de experiência pedagógica no
Estado de Goiás. Na Bahia, as aulas começam nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, com duas
turmas na Escola Sesi José Carvalho, em Feira de Santana. Até 15 de fevereiro,
outros três estados - Espírito Santo, Ceará e Alagoas - iniciarão o projeto. Ao
todo, 150 alunos serão envolvidos no projeto-piloto que, ao longo de três anos,
formará jovens na área de Eletrotécnica.
A proposta pedagógica
prevê que, no primeiro ano, já tenha início uma preparação para o mundo do
trabalho que inclui formação genérica para as profissões da indústria,
orientação profissional e desenvolvimento de competências socioemocionais. No
segundo ano, além das áreas de conhecimento, os alunos terão acesso aos
fundamentos e práticas de formação para a área industrial de energia. Já no
terceiro ano, a carga horária prevista para a formação técnica e profissional é
dedicada às aprendizagens específicas do curso Técnico em Eletrotécnica, com
possibilidade de certificações intermediárias ao longo do itinerário formativo.
De acordo com o
diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi, que também é diretor-geral do
Senai, a proposta curricular foi estruturada por competências e habilidades
contextualizadas à realidade atual, constituindo-se em uma forma de estimular
os estudantes a darem significado aos saberes e às atividades escolares. "A
ideia da iniciativa é apresentar à
sociedade uma proposta curricular inovadora, factível, replicável e alinhada
com as diretrizes da nova Lei do Ensino Médio, podendo ser implementada
futuramente, sobretudo, na rede pública de ensino", destaca. "O
Sesi e o Senai são instituições de excelência em educação, que agora buscam ser
referência para outras redes. A nova lei do ensino médio trouxe oportunidades
para avançarmos qualitativamente na formação de cidadãos e profissionais, mas
precisamos saber implantá-la para efetivamente aproveitarmos todo o seu
potencial", declara.
O superintendente do
Sesi Bahia, Armando Neto, e o diretor-geral do Sena Bahia, Luís Alberto Breda,
destacaram a importância da escolha da Bahia como um dos departamentos
regionais que vão testar a nova proposta pedagógica. Segundo eles, isso atesta
o reconhecimento nacional do ensino de excelência que Sesi e Senai praticam no
estado.
ESPECIALISTAS
Para a construção do novo
currículo, docentes do Sesi e do Senai se reuniram com especialistas da área de
educação, que estão auxiliando nesse trabalho de integração. Entre eles está o
professor Genuíno Bordignon, da Faculdade de Educação da Universidade de
Brasília (UnB). Segundo ele, o projeto Ensino Médio com Itinerário de Formação Técnica e Profissional do
Sesi e do Senai permitirá o desenvolvimento de competências em que os alunos
colocam em prática os aprendizados teóricos. A novidade, alerta, exigirá a
preparação de professores com visão multidisciplinar para promover a integração
das disciplinas e a aplicabilidade do conhecimento. "Se o conhecimento permite
a aquisição de competências, aí sim, houve aprendizagem de fato. Se não é mera
erudição", destaca.
No projeto piloto, o
Sesi e o Senai experimentam quatro modelos de gestão para a implantação da nova
proposta. Em um deles, adotado em Alagoas e Goiás, serão oferecidas a educação
básica e a educação profissional na mesma unidade. Em outra proposta, realizada
no Ceará, a integração ocorrerá em uma unidade do Sesi e outra do Senai, próximas. No
terceiro modelo, que será implantado no Espírito Santo, há uma série de unidades
do Sesi e uma unidade do Senai trabalhando integradas. O arranjo mais complexo,
que será adotado na Bahia, é focado na formação técnica e profissional mediada
por tecnologia. "O docente estaria em um único ponto de transmissão para
todas as unidades e, no outro ponto, os monitores fazem a mediação de
aprendizagem", explica o gerente-executivo de Educação Profissional e
Tecnológica do Senai, Felipe Morgado. A Bahia vai adotar esse formato.
De acordo com a
educadora Guiomar Namo de Mello, que também integra o time de especialistas que
ajudam o Sesi e o Senai na implementação do novo ensino médio, a competência
mais importante para implantar a nova proposta, que servirá de modelo para o
sistema educacional público, é a construção de confiança. "O Sesi e o Senai
precisam se atentar a essa questão da formação de líderes, que são fundamentais
para o sucesso de implementação do modelo", avalia.
EXPERIÊNCIA
O Sesi e o Senai têm
experiência de 18 anos na execução da Educação Básica articulada com a Educação
Profissional (Ebep), que atende cerca de 32 mil alunos por ano em 22 estados.
Esse modelo, que oferta cursos de educação profissional a alunos do ensino
médio, foi uma base para avançar na proposta pedagógica integrada. Mas,
enquanto no Ebep, o curso de educação profissional é ofertado no contraturno e
a aprovação no ensino regular não está vinculada à aprovação no curso de
educação profissional e vice-versa, a nova proposta prevê o currículo e sistema
de avaliação e aprovação integrados na grade horária regular estabelecida em
lei para o ensino médio. "Nesse caso, os alunos concluem o ensino médio e a
educação profissional ao mesmo tempo", esclarece o gerente-executivo de
Educação do Sesi, Sérgio Gotti.
(Com informações da
Gerência de Comunicação Institucional da Fieb)
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