Por Percival Puggina
Muito pertinente o protesto das
atrizes e dos atores que se vestiram de preto na entrega do troféu Globo de
Ouro em Los Angeles. São verossímeis os relatos que nos últimos meses desabaram
sobre o mundo hollywoodiano contando histórias de assédio e de carreiras
construídas entre as câmeras e as camas. Simetricamente, se afigura igualmente
verossímil que alguém busque nos microfones a fama que não obteve nas telas.
Imagino que nem metaforicamente seja prudente pôr a mão no fogo pela sanidade
dos bastidores do mundo do cinema. Então, certo, certo. Como dizem as
militantes do movimento, "Time's up!".
No entanto, não posso deixar de
conceder razão a Catherine Deneuve quando condena o estupro e a violência
contra a mulher, mas denuncia um feminismo muito em voga, que converte o homem
num malfeitor potencial e toda tentativa de sedução em assédio. Temos visto
sucessivos e excessivos exemplos desse feminismo socialmente nocivo. Ele é bem
qualificado pela escritora iraniana radicada na França, Abnousse Shalmani,
em matéria do jornal 'El País': "O feminismo se transformou em um
stalinismo com todo seu arsenal: acusação, ostracismo, condenação". Essa
definição se encaixa no feminismo que vejo promovendo manifestações públicas
nas ruas de nosso país; feminismo grosseiro, nudista, apelativo, feio como o
diabo, expressando repulsa a tudo que seja masculino (misandria). Então,
certo, certo. Catherine tem razão.
No entanto, é preciso reconhecer que
ela e suas amigas, no manifesto que assinam, põem foco no que denominam
liberação sexual, que não se tem revelado benéfica, dada a dissolução que
provoca nos laços familiares, respondendo diretamente por altíssima e crescente
quantidade de famílias monoparentais das quais sumiu a figura paterna.
Então, certo, certo. Prudência,
moderação, justo discernimento, bom senso, limites, são virtudes e qualidades
sempre necessárias e de benéficos resultados.
Percival Puggina é
membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor
e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de 'Crônicas Contra o Totalitarismo'; Cuba, a Tragédia da Utopia'; 'Pombas e Gaviões'; 'A Tomada do
Brasil'. integrante do grupo Pensar+.
Um comentário:
Quem quer respeito deve respeitar os outros também. Ontem estava numa casa comercial e chegou uma mulher com o traje da academia, totalmente inapropriado para um ambiente externo. Já passava das 11 HS e pelo visto a mesma estava circulando daquela forma desde cedo. Pergunto: ela se dá ao respeito ? Ela pode criticar quem olha com falta de respeito ? Hoje a vaidade feminina não tem limites e é uma das causas da violência contra as mulheres.
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