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Orient CinePlace Boulevard 14 a 20

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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

"Certo, certo, no entanto..."



Por Percival Puggina
Muito pertinente o protesto das atrizes e dos atores que se vestiram de preto na entrega do troféu Globo de Ouro em Los Angeles. São verossímeis os relatos que nos últimos meses desabaram sobre o mundo hollywoodiano contando histórias de assédio e de carreiras construídas entre as câmeras e as camas. Simetricamente, se afigura igualmente verossímil que alguém busque nos microfones a fama que não obteve nas telas. Imagino que nem metaforicamente seja prudente pôr a mão no fogo pela sanidade dos bastidores do mundo do cinema. Então, certo, certo. Como dizem as militantes do movimento, "Time's up!".
No entanto, não posso deixar de conceder razão a Catherine Deneuve quando condena o estupro e a violência contra a mulher, mas denuncia um feminismo muito em voga, que converte o homem num malfeitor potencial e toda tentativa de sedução em assédio. Temos visto sucessivos e excessivos exemplos desse feminismo socialmente nocivo. Ele é bem qualificado pela escritora iraniana radicada na França, Abnousse Shalmani, em matéria do jornal 'El País':  "O feminismo se transformou em um stalinismo com todo seu arsenal: acusação, ostracismo, condenação". Essa definição se encaixa no feminismo que vejo promovendo manifestações públicas nas ruas de nosso país; feminismo grosseiro, nudista, apelativo, feio como o diabo, expressando repulsa a tudo que seja masculino (misandria). Então, certo, certo. Catherine tem razão.
No entanto, é preciso reconhecer que ela e suas amigas, no manifesto que assinam, põem foco no que denominam liberação sexual, que não se tem revelado benéfica, dada a dissolução que provoca nos laços familiares, respondendo diretamente por altíssima e crescente quantidade de famílias monoparentais das quais sumiu a figura paterna.
Então, certo, certo. Prudência, moderação, justo discernimento, bom senso, limites, são virtudes e qualidades sempre necessárias e de benéficos resultados.
Percival Puggina é membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de 'Crônicas Contra o Totalitarismo'; Cuba, a Tragédia da Utopia'; 'Pombas e Gaviões'; 'A Tomada do Brasil'. integrante do grupo Pensar+.

Um comentário:

Fabiano disse...

Quem quer respeito deve respeitar os outros também. Ontem estava numa casa comercial e chegou uma mulher com o traje da academia, totalmente inapropriado para um ambiente externo. Já passava das 11 HS e pelo visto a mesma estava circulando daquela forma desde cedo. Pergunto: ela se dá ao respeito ? Ela pode criticar quem olha com falta de respeito ? Hoje a vaidade feminina não tem limites e é uma das causas da violência contra as mulheres.