Segmento
religioso vira alvo de pré-candidatos a presidente
Com a eleição de Marcelo Crivella (PRB) a
prefeito do Rio de Janeiro, em 2016, ficou claro que a rede Globo não possui
mais o mesmo tipo de influência sobre a opinião popular que detinha no passado.
Ela opôs-se ao bispo licenciado da Universal desde o início da campanha e
continua fazendo "marcação cerrada"
Não é novidade constatar que a empresa de comunicação
usa seus diferentes órgãos (rádios, jornais e canais de TV) para fazer
experimentos sociais em sua audiência. Mas os tempos são outros e a população
hoje possui
alternativas na web que oferecem inúmeras fontes de informação e
opinião.
Nas últimas campanhas eleitorais para presidente,
lideranças evangélicas ganharam espaço no horário eleitoral, onde manifestaram
seu apoio pelos candidatos. Preferindo ignorar a ideologia por trás de partidos
alinhados à esquerda, líderes denominacionais influenciaram o voto dos fiéis,
tendo de se desculpar quando esses projetos de poder mostraram ter uma agenda
anticristã. Ao que parece, a eleição de 2018 deverá ser um divisor de águas
para o futuro do país, onde a crise econômica e política se arrasta há pelo
menos cinco anos.
Mesmo antes de serem confirmadas as candidaturas, vários desses 'pré-candidatos' já estão procurando - de forma direta ou indireta - o apoio
dos líderes evangélicos. Ainda que isso faça parte do processo democrático, é
temerário observar-se que a imprensa continua ignorando a realidade dos fatos.
Os evangélicos, que constituem cerca de 30% da população, não se constituem em
um bloco monolítico, onde todos pensam (e votam) da mesma forma.
Logo, é no mínimo curioso ver que estão se multiplicando
matérias jornalísticas como a publicada neste domingo, 14, pelo jornal 'O
Globo'. Intitulada "Candidaturas
de centro dividem líderes evangélicos", o texto mistura fatos e
boatos, mostrando um jornalismo tendencioso, que não atenta para o quadro
maior.
Segundo a reportagem, as "principais referências do segmento" evangélicos
estariam negociando apoio a Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia e "até [Jair] Bolsonaro". Faltando oito meses para o pleito, é no mínimo curioso
tentar mostrar como esses nomes conseguiriam "fechar questão" com líderes
denominacionais e pastores formadores de opinião.
O fato de um político visitar um templo ou mesmo receber
a oportunidade de falar com os fiéis a partir do púlpito não significa que ele
terá o apoio dos evangélicos de um determinado segmento.
O bispo Robson Rodovalho, que preside a Confederação dos
Conselhos de Pastores do Brasil, tentou resumir a 'O Globo' o que seria uma
tendência esperada para este ano: "O público evangélico está de olho em um
candidato que seja liberal na economia e conservador nos valores". Com os
candidatos que já se apresentaram até agora, restariam bem poucas opções dentro
deste perfil, uma vez que a maioria foge do 'rótulo' de conservador. Nem Marina
Silva, a única pré-candidata assumidamente evangélica, conseguiu mostrar isso
nas outras vezes que concorreu ao cargo.
Silas Malafaia, um dos mais vocais opositores à esquerda
no meio evangélico, diz que terá um encontro com Jair Bolsonaro para conversar
sobre apoio, embora no passado tenha defendido como "seu candidato" João Doria,
que não parece ter conseguido firmar sua candidatura.
O líder da Assembleia Vitória em Cristo afirmou ao jornal: "Quem estiver citado
na Lava-Jato não irá prosperar entre os evangélicos. É o caso de Geraldo
Alckmin e Rodrigo Maia". Embora seja uma tese aceitável, as delações mostraram
que, lamentavelmente, há inclusive lideranças denominacionais sendo citadas em
delações nas investigações na Lava-Jato.
Portanto, haverá exceções.
Uma delas é a Igreja Universal do Reino de Deus, muito
ligada ao PRB. Embora descarte uma aproximação com o ex-presidente Lula (PT), a
quem apoiou nos seus dois governos, a sigla é presidida por Marcos Pereira,
deputado federal e ex-ministro de Temer. Delatores afirmaram que ele teria
recebido R$ 7 milhões. Seu
nome também apareceu nas conversas sobre propina gravadas pelo empresário
Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
A 'O Globo', o presidente do PRB, afirma que seu grupo
político aguarda a consolidação de um nome distante dos extremos. "Estaremos no
centro com certeza. Não temos condição de estar do lado da esquerda, muito
menos da extrema-direita”, prevê, sem explicar quem seria o representante deste 'centro'.
Voto consciente
A maioria das denominações ainda não se manifestou mas,
ao que tudo indica, todos os interessados em subir a rampa do Alvorada no ano
que vem precisarão conversar com esse grupo religioso que, pelo
que indica o Datafolha, serão o fiel da balança na disputa.
A aposta mais provável é que pautas morais com aborto,
casamento gay, ideologia de gênero, legalização das drogas e liberdade
religiosa dividam espaço nas propostas 'tradicionais' da maioria dos
candidatos, como economia, educação, saúde e segurança pública.
Ao contrário dos estereótipos que a mídia tenta impor,
os evangélicos são um grupo diverso e capilarizado. Estão presentes em todas as
classes sociais, em todas as faixas etárias e possuem algum tipo de
identificação com os diversos espectros políticos do país.
Pela lógica, seria esperado que eles se identificassem
com os candidatos de discurso conservador, como Jair Bolsonaro e Levy Fidélix,
mas eleições anteriores mostraram que isso não é uma regra. Apostando nisso,
diversos partidos estão propondo até reformulações internas, criando grupos
para atrair os evangélicos, mesmo
sem ter historicamente ligação com eles.
As experiências políticas de países vizinhos como
Venezuela e - mais recentemente - Bolívia, mostram que, se escolherem errado,
os evangélicos serão os primeiros a sofrer as consequências, com a imposição de
agendas que atentam contra as liberdades individuais, incluindo as de culto.
Portanto, não basta um voto consciente só para a presidência, sendo necessário
o mesmo tipo de escrutínio de propostas para todos os demais cargos em jogo:
governadores, senadores e deputados federais. Afinal, no sistema político
atual, as decisões deles serão tão importantes quanto a do próximo presidente.
Fonte:
https://noticias.gospelprime.com.br
Não é novidade constatar que a empresa de comunicação
usa seus diferentes órgãos (rádios, jornais e canais de TV) para fazer
experimentos sociais em sua audiência. Mas os tempos são outros e a população
hoje possui
alternativas na web que oferecem inúmeras fontes de informação e
opinião.
Nas últimas campanhas eleitorais para presidente,
lideranças evangélicas ganharam espaço no horário eleitoral, onde manifestaram
seu apoio pelos candidatos. Preferindo ignorar a ideologia por trás de partidos
alinhados à esquerda, líderes denominacionais influenciaram o voto dos fiéis,
tendo de se desculpar quando esses projetos de poder mostraram ter uma agenda
anticristã. Ao que parece, a eleição de 2018 deverá ser um divisor de águas
para o futuro do país, onde a crise econômica e política se arrasta há pelo
menos cinco anos.Mesmo antes de serem confirmadas as candidaturas, vários desses 'pré-candidatos' já estão procurando - de forma direta ou indireta - o apoio dos líderes evangélicos. Ainda que isso faça parte do processo democrático, é temerário observar-se que a imprensa continua ignorando a realidade dos fatos. Os evangélicos, que constituem cerca de 30% da população, não se constituem em um bloco monolítico, onde todos pensam (e votam) da mesma forma.
Logo, é no mínimo curioso ver que estão se multiplicando matérias jornalísticas como a publicada neste domingo, 14, pelo jornal 'O Globo'. Intitulada "Candidaturas de centro dividem líderes evangélicos", o texto mistura fatos e boatos, mostrando um jornalismo tendencioso, que não atenta para o quadro maior.
Segundo a reportagem, as "principais referências do segmento" evangélicos estariam negociando apoio a Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia e "até [Jair] Bolsonaro". Faltando oito meses para o pleito, é no mínimo curioso tentar mostrar como esses nomes conseguiriam "fechar questão" com líderes denominacionais e pastores formadores de opinião.
O fato de um político visitar um templo ou mesmo receber a oportunidade de falar com os fiéis a partir do púlpito não significa que ele terá o apoio dos evangélicos de um determinado segmento.
O bispo Robson Rodovalho, que preside a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil, tentou resumir a 'O Globo' o que seria uma tendência esperada para este ano: "O público evangélico está de olho em um candidato que seja liberal na economia e conservador nos valores". Com os candidatos que já se apresentaram até agora, restariam bem poucas opções dentro deste perfil, uma vez que a maioria foge do 'rótulo' de conservador. Nem Marina Silva, a única pré-candidata assumidamente evangélica, conseguiu mostrar isso nas outras vezes que concorreu ao cargo.
Silas Malafaia, um dos mais vocais opositores à esquerda no meio evangélico, diz que terá um encontro com Jair Bolsonaro para conversar sobre apoio, embora no passado tenha defendido como "seu candidato" João Doria, que não parece ter conseguido firmar sua candidatura.
O líder da Assembleia Vitória em Cristo afirmou ao jornal: "Quem estiver citado na Lava-Jato não irá prosperar entre os evangélicos. É o caso de Geraldo Alckmin e Rodrigo Maia". Embora seja uma tese aceitável, as delações mostraram que, lamentavelmente, há inclusive lideranças denominacionais sendo citadas em delações nas investigações na Lava-Jato.
Portanto, haverá exceções.
Uma delas é a Igreja Universal do Reino de Deus, muito ligada ao PRB. Embora descarte uma aproximação com o ex-presidente Lula (PT), a quem apoiou nos seus dois governos, a sigla é presidida por Marcos Pereira, deputado federal e ex-ministro de Temer. Delatores afirmaram que ele teria recebido R$ 7 milhões. Seu nome também apareceu nas conversas sobre propina gravadas pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
A 'O Globo', o presidente do PRB, afirma que seu grupo político aguarda a consolidação de um nome distante dos extremos. "Estaremos no centro com certeza. Não temos condição de estar do lado da esquerda, muito menos da extrema-direita”, prevê, sem explicar quem seria o representante deste 'centro'.
Voto consciente
A maioria das denominações ainda não se manifestou mas, ao que tudo indica, todos os interessados em subir a rampa do Alvorada no ano que vem precisarão conversar com esse grupo religioso que, pelo que indica o Datafolha, serão o fiel da balança na disputa.
A aposta mais provável é que pautas morais com aborto, casamento gay, ideologia de gênero, legalização das drogas e liberdade religiosa dividam espaço nas propostas 'tradicionais' da maioria dos candidatos, como economia, educação, saúde e segurança pública.
Ao contrário dos estereótipos que a mídia tenta impor, os evangélicos são um grupo diverso e capilarizado. Estão presentes em todas as classes sociais, em todas as faixas etárias e possuem algum tipo de identificação com os diversos espectros políticos do país.
Pela lógica, seria esperado que eles se identificassem com os candidatos de discurso conservador, como Jair Bolsonaro e Levy Fidélix, mas eleições anteriores mostraram que isso não é uma regra. Apostando nisso, diversos partidos estão propondo até reformulações internas, criando grupos para atrair os evangélicos, mesmo sem ter historicamente ligação com eles.
As experiências políticas de países vizinhos como Venezuela e - mais recentemente - Bolívia, mostram que, se escolherem errado, os evangélicos serão os primeiros a sofrer as consequências, com a imposição de agendas que atentam contra as liberdades individuais, incluindo as de culto. Portanto, não basta um voto consciente só para a presidência, sendo necessário o mesmo tipo de escrutínio de propostas para todos os demais cargos em jogo: governadores, senadores e deputados federais. Afinal, no sistema político atual, as decisões deles serão tão importantes quanto a do próximo presidente.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br
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