Rui Ricardo Diaz faz Lula no filme
A Operação Lava Jato resolveu mirar
mais uma questão ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
financiamento do filme que conta a história da vida dele, "Lula, o Filho
do Brasil", de Fábio Barreto, lançado em janeiro de 2010. Os agentes já chamaram o
empresário Marcelo Odebrecht e o ex-ministro Antonio Palocci para prestar
depoimento.
A Polícia Federal foca "a
participação de personagens envolvidos no tema, em especial Antonio Palocci
Filho, junto a empresas".
O ex-ministro Palocci foi convocado
para prestar depoimento no dia 11 de dezembro, e foi questionado sobre a
suposta relação que ele teria com a produção do filme. O político disse que
"deseja colaborar na elucidação de tais fatos", mas que naquele
momento ficaria em silêncio, de acordo com informações do Estadão.
O filme, baseado no livro homônimo
da jornalista Denise Paraná, custou cerca de R$ 12 milhões.
No mesmo dia, Marcelo Odebrecht
respondeu a uma série de perguntas e foi apresentado a e-mails que teriam sido
extraídos do seu computador e ligados ao financiamento do longa. Os e-mails
teriam sido trocados por executivos da empreiteira entre 7 de julho e 12
de novembro de 2008. Um deles, escrito por Marcelo Odebrecht, tem cinco tópicos
e é endereçado a outros funcionários do grupo, que também se tornaram
delatores.
"5) O italiano me perguntou
sobre como anda nosso apoio ao filme de Lula, comentei nossa opinião (com a
qual concorda) e disse que AA tinha acertado a mesma com o seminarista, mas
adiantei que se tivermos nos comprometido com algo, seria sem aparecer o nosso
nome. Parece que ele vai coordenar/apoiar a captação de recursos",
escreveu Marcelo Odebrecht no e-mail, ainda segundo o jornal paulista.
"Pelo que o declarante conhece,
Emílio Odebrecht nunca condicionou apoio financeiro de interesse de Lula a
benefícios específicos de interesses da Odebrecht; que acredita que nunca houve
esse tipo de vinculação específica, à exceção de episódios já expostos pelo
declarante em seu acordo de colaboração (casos do Refis da crise liberação de
linha de crédito para Angola)", declarou Odebrecht sobre o assunto.
Em janeiro de 2010, a revista "Veja" publicou:
Assim que o filme começa, antes dos créditos, mensagem
informando que o filme "Lula, o Filho do Brasil", foi feito sem leis
de incentivo nem apoio de governo municipal, estadual ou federal, mas, devem ser
lembradas as empresas patrocinadoras do filme e suas relações com o Governo Federal:
AmBev - Em 2005, o BNDES destinou R$ 319
milhões para a empresa de bebidas.
Camargo Corrêa - A construtora participa das obras
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo recebido, em 2008, R$
102,7 milhões.
CPFL Energia - O controle da distribuidora de
energia está dividido entre a Camargo Corrêa, o BNDES e fundos de pensão de
estatais.
EBX - Os empréstimos feitos pelo BNDES
às empresas de Eike Batista ultrapassam R$ 3 bilhões só no ano de 2009.
GDF Suez - A empresa faz parte do consórcio
responsável pelas obras da hidrelétrica de Jirau e recebeu do BNDES empréstimo
de R$ 7,2 bilhões.
Grendene - O BNDES aprovou, em 2008,
financiamento de R$ 314 milhões para a aquisição total do controle acionário da
Calçados Azaléia pela Vulcabrás dos mesmos controladores da Grendene.
Hyundai - Em 2007, o Governo Federal deu
uma mãozinha para a implantação da fábrica da montadora em Goiás.
Neoenergia - O Banco do Brasil e a Previ
(fundo de pensão dos funcionários do BB) detêm, juntos, 61% da companhia. Em
2008, o BNDES aprovou crédito superior a 600 milhões de reais para a construção
de usinas pelo grupo.
OAS - Foi uma das financiadoras da
campanha de reeleição de Lula. Participa das obras do PAC, tendo recebido, em
2007, R$ 107 milhões.
Odebrecht
Venceu em 2007, em parceria
com a estatal Furnas, a licitação para a construção da usina de Santo Antônio,
no rio Madeira. O valor do investimento foi definido em R$ 9,5 bilhões, com 75%
do total financiado pelo BNDES.
Oi - O BNDES aprovou, em novembro de
2009, financiamento de R$ 4,4 bilhões, o maior valor já concedido para uma
empresa de telecomunicações. Desde a aquisição da Brasil Telecom (BrT), bancos
públicos já aprovaram empréstimos de mais de R$ 11 bilhões ao grupo Oi. O BNDES
e a Previ têm participação no bloco de controle da companhia de telefonia.
Volkswagen - Tem contrato com o governo para o
programa Caminho da Escola para a renovação da frota de ônibus escolares. Em
agosto, entregou o primeiro lote de 1 .100 veículos, pelo qual recebeu R$ 223
milhões.
Lembrar que o filme "Lula, o Filho do Brasil" é muito ruim e foi um fracasso de público.
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