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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Lava Jato investiga filme "Lula, o Filho do Brasil"

Rui Ricardo Diaz faz Lula no filme

A Operação Lava Jato resolveu mirar mais uma questão ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O financiamento do filme que conta a história da vida dele, "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, lançado em janeiro de 2010. Os agentes já chamaram o empresário Marcelo Odebrecht e o ex-ministro Antonio Palocci para prestar depoimento. 
A Polícia Federal foca "a participação de personagens envolvidos no tema, em especial Antonio Palocci Filho, junto a empresas". 
O ex-ministro Palocci foi convocado para prestar depoimento no dia 11 de dezembro, e foi questionado sobre a suposta relação que ele teria com a produção do filme. O político disse que "deseja colaborar na elucidação de tais fatos", mas que naquele momento ficaria em silêncio, de acordo com informações do Estadão. 
O filme, baseado no livro homônimo da jornalista Denise Paraná, custou cerca de R$ 12 milhões.
No mesmo dia, Marcelo Odebrecht respondeu a uma série de perguntas e foi apresentado a e-mails que teriam sido extraídos do seu computador e ligados ao financiamento do longa. Os e-mails teriam sido trocados por executivos da empreiteira entre 7 de julho e 12 de novembro de 2008. Um deles, escrito por Marcelo Odebrecht, tem cinco tópicos e é endereçado a outros funcionários do grupo, que também se tornaram delatores. 
"5) O italiano me perguntou sobre como anda nosso apoio ao filme de Lula, comentei nossa opinião (com a qual concorda) e disse que AA tinha acertado a mesma com o seminarista, mas adiantei que se tivermos nos comprometido com algo, seria sem aparecer o nosso nome. Parece que ele vai coordenar/apoiar a captação de recursos", escreveu Marcelo Odebrecht no e-mail, ainda segundo o jornal paulista. 
"Pelo que o declarante conhece, Emílio Odebrecht nunca condicionou apoio financeiro de interesse de Lula a benefícios específicos de interesses da Odebrecht; que acredita que nunca houve esse tipo de vinculação específica, à exceção de episódios já expostos pelo declarante em seu acordo de colaboração (casos do Refis da crise liberação de linha de crédito para Angola)", declarou Odebrecht sobre o assunto.
Em janeiro de 2010, a revista "Veja" publicou:
Assim que o filme começa, antes dos créditos, mensagem informando que o filme "Lula, o Filho do Brasil", foi feito sem leis de incentivo nem apoio de governo municipal, estadual ou federal, mas, devem ser lembradas as empresas patrocinadoras do filme e suas relações com o Governo Federal: 
AmBev - Em 2005, o BNDES destinou R$ 319 milhões para a empresa de bebidas. 
Camargo Corrêa - A construtora participa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo recebido, em 2008, R$ 102,7 milhões. 
CPFL Energia - O controle da distribuidora de energia está dividido entre a Camargo Corrêa, o BNDES e fundos de pensão de estatais. 
EBX - Os empréstimos feitos pelo BNDES às empresas de Eike Batista ultrapassam R$ 3 bilhões só no ano de 2009. 
GDF Suez - A empresa faz parte do consórcio responsável pelas obras da hidrelétrica de Jirau e recebeu do BNDES empréstimo de R$ 7,2 bilhões. 
Grendene - O BNDES aprovou, em 2008, financiamento de R$ 314 milhões para a aquisição total do controle acionário da Calçados Azaléia pela Vulcabrás dos mesmos controladores da Grendene. 
Hyundai - Em 2007, o Governo Federal deu uma mãozinha para a implantação da fábrica da montadora em Goiás. 
Neoenergia - O Banco do Brasil e a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) detêm, juntos, 61% da companhia. Em 2008, o BNDES aprovou crédito superior a 600 milhões de reais para a construção de usinas pelo grupo. 
OAS - Foi uma das financiadoras da campanha de reeleição de Lula. Participa das obras do PAC, tendo recebido, em 2007, R$ 107 milhões. 
Odebrecht 
Venceu em 2007, em parceria com a estatal Furnas, a licitação para a construção da usina de Santo Antônio, no rio Madeira. O valor do investimento foi definido em R$ 9,5 bilhões, com 75% do total financiado pelo BNDES. 
Oi - O BNDES aprovou, em novembro de 2009, financiamento de R$ 4,4 bilhões, o maior valor já concedido para uma empresa de telecomunicações. Desde a aquisição da Brasil Telecom (BrT), bancos públicos já aprovaram empréstimos de mais de R$ 11 bilhões ao grupo Oi. O BNDES e a Previ têm participação no bloco de controle da companhia de telefonia. 
Volkswagen - Tem contrato com o governo para o programa Caminho da Escola para a renovação da frota de ônibus escolares. Em agosto, entregou o primeiro lote de 1 .100 veículos, pelo qual recebeu R$ 223 milhões.
Lembrar que o filme "Lula, o Filho do Brasil" é muito ruim e foi um fracasso de público.

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