Fui um pouco reticente
assistir ao filme "A Culpa É das Estrelas", baseado no livro de John Green,
pois soube que era muito triste e o tema era o câncer de uma jovem. Este tema me traz tristes recordações, mas
fui assim mesmo. Soube depois que o
escritor inspirou a personagem principal Hazel Grace num drama real vivido por
uma garota. Lógico que eu e a sala inteira do cinema choramos o filme inteiro!
Bem, vamos começar pela
personagem principal do filme, Hazel Grace (vivida pela talentosa atriz
Shailene Woodley). Uma jovem de apenas 17 anos, que
recebeu um diagnóstico de câncer incurável ainda criança e que estava "vivendo" tendo a doença controlada por uma nova droga experimental. Uma linda jovem que
sabia que ia morrer a qualquer momento...
Esta jovem não tinha como
não ser revoltada. Era muito injusto, como ela própria fala diversas vezes no
filme. Ela vivia com um cilindro de oxigênio ao seu lado sem interrupção. Seus
pais viviam para cuidar dela, principalmente a mãe, que deixou sua vida para
viver o tempo restava da filha, com tanto amor e dedicação que me marcou
demais!
Nessa preocupação da filha
estar com outras pessoas e falar de sua dor, seus pais insistem com ela para ir
para um Grupo de Apoio a Crianças Com Câncer, que ela achava super chato! Só
que um dia, um dia especial, estava lá o lindo, charmoso, alegre e radiante
Augustus Waters (vivido pelo ator Ansel Elgort, que dá um show de interpretação, às vezes só com
o olhar!). Gus, como era chamado pelos amigos, era portador de câncer ósseo e
teve que amputar uma perna para sobreviver. A partir deste encontro a vida de
todos muda no filme.
Um amor lindo, forte, cheios
de medos começa entre eles. A forma linda e apaixonante como Gus olha para
Hazel é emocionante. O amor pode mudar as pessoas? Pode sim! No filme o autor
mostra muito bem isso, pois Hazel não tinha mais vontade de fazer nada por
causa da doença, vivia por viver, e Gus mostrou a ela que até o último suspiro,
vale à pena amar e ter uma vida!
O filme mostra como uma
doença como o câncer destrói uma família. Como é doloroso ver uma pessoa "sua" indo embora. Mas mostra também como essas famílias podem fazer para que esta
dor não seja em vão. Fiquei emocionadíssima com os pais de Hazel, a dedicação,
amor, abdicação, o lutar até o fim para dar o melhor a sua filha, me tocou
profundamente.
É uma história de um amor
intenso e lindo! Uma história de superação de medos, de solidão e de
preconceitos. Hazel Grace andava com um cilindro de oxigênio para todos os
lugares que ia e Augustus Waters tinha uma prótese na perna que foi amputada.
Para ambos, isso era pequeno demais para se importarem.
Augustus Waters deu a Hazel
Grace motivos para viver! Mostrou a ela que a VIDA está para ser vivida, que a
alegria e brincadeiras são importantes para qualquer ser humano, mesmo aqueles
com seus dias contados. O papel dele no filme foi muito importante, mostrou que
sempre podemos contar com alguém para superar momentos difíceis. Lindo como ele
faz de tudo para realizar o sonho dela em conhecer o autor de um livro que ela
tanto gostava, para saber o final da história. Para ela era importante ter um
final! E Gus percebeu isso e foi atrás desse sonho para realizá-lo.
Chorei muito quando Augustus
Waters morre no filme. Chorei por eles, por não poderem envelhecer juntos, mas
principalmente por ser injusto um jovem tão cheio de alegria, que irradiava
simpatia morrer.
Depois do filme, fui ler o
livro. O filme me emocionou mais. Ver o rosto deles emociona qualquer um, ver a
batalha de cada dia que ambos passam, suas famílias, são muito fortes as cenas.
Quando leio um livro, tenho
o hábito de escrever frases ou capítulos que mais me emocionaram ou me disseram
algo. No livro "A Culpa É das Estrelas", destaquei algumas:
"A depressão aparece na
lista dos efeitos colaterais. Só que na verdade, ela não é um efeito colateral
do Câncer. É um espelho colateral de estar morrendo" (capítulo 1).
"A ambição voraz dos seres humanos nunca é
saciada quando os sonhos são realizados, porque há sempre a sensação de que
tudo poderia ter sido feito melhor, e ser feito outra vez" (capítulo 25).
"Os verdadeiros heróis, no
fim das contas, não são as pessoas que realizam certas coisas: os verdadeiros
heróis são as que REPARAM nas coisas" (capítulo 25).
As passagens que mais me
tocaram:
"Este
é o problema da dor. Ela precisa ser SENTIDA" (capítulo 4)
"Não se dá para escolher se você vai ou não se
ferir neste mundo, mas é possível escolher quem vai feri-lo" (Augustus Waters,
capítulo 25).
"Eu
queria mais números do que provavelmente vou ter" (Hazel Grace).
Se aprendi alguma lição no
filme e no livro? Com certeza!
Temos
tanto e muitas vezes nos queixamos por pequenas coisas. Já passei pela dor de
uma perda, tenho uma noção de como é, mas não a noção da dor de um pai ou de
uma mãe. A dor tem que ser sentida mesmo! Se vai passar, acho que nunca! Mas que dela você tem quem tirar algum
aprendizado, tenho certeza!
Nunca
desista de VIVER! Não viva o passado, nem o futuro, seja feliz HOJE, o AGORA, o
amanhã pode estar muito longe!
Lília Campos é jornalista e promotora de eventos
Lília Campos é jornalista e promotora de eventos
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