"Memória dos Campos" (Memory of the Camps), 56minutos e 57 segundos, é
conhecido como o documentário nunca visto produzido por Alfred Hitchcock sobre o
Holocausto. A película, realizada em 1945 para mostrar aos alemães
as atrocidades nazistas e vetada pelos aliados devido à brutalidade das suas
imagens, está finalmente pronta para ser mostrada ao público.
Em
1945, Alfred Hitchcock ficou em choque. O "mestre do suspense"
ficou tão horrorizado ao ver as imagens da chegada das tropas aliadas aos campos
de concentração, no fim da Segunda Guerra Mundial, que ficou
uma semana sem conseguir voltar aos estúdios. Em seguida, empenhou-se na produção
do filme, que editaria as imagens chocantes para mostrar aos alemães a dimensão
dos horrores do Holocausto.
No
entanto, as autoridades britânicas consideraram o filme tão
forte que não permitiram o seu lançamento oficial. Numa época
em que as potências vencedoras estavam interessadas em reconstruir a Alemanha,
uma obra que apontasse o dedo e atribuisse responsabilidades à população
alemã em geral, de forma tão poderosa, não seria a melhor solução.
O
jornal "Independent" conta que as
bobinas de "Memória dos Campos", como se chamou
a obra, ficaram durante anos armazenadas no Museu Imperial da Guerra.
Em 1984, uma versão incompleta foi projetada no Festival de Cinema de Berlim.
No ano seguinte, foi transmitida nos Estados Unidos, pela cadeia de televisão PBS, uma versão
de baixa qualidade.
Foi
apenas para os 70 anos da libertação da Europa do
poder nazista, que se completam em 2015, que o museu
decidiu restaurar o filme de forma a mostrá-lo, oficialmente, ao
mundo.
Afinal, que filme é este?
São
imagens da chegada das tropas aliadas aos campos de concentração, sendo
recebidos pelos sobreviventes e, em seguida, recuperando os debilitados e
encontrando os corpos dos que morreram por doença ou extermínios em massa.
Filmadas
por soldados britânicos e soviéticos, as imagens revelam
campos de concentração como Auschwitz, Bergen-Belsen
(cerca de metade do filme), Buchenwald e Dachau.
Toby Haggith, curador principal do Museu
Imperial de Guerra, descreve ao "Independent" que um dos comentários mais comuns
entre os que viram as primeiras versões do filme era que o filme "era
terrível e brilhante, ao mesmo tempo".
A
ser transmitido na televisão britânica em 2015, as projeções do filme serão
acompanhadas de um outro documentário, "The Night Will Fall",
de Andre Singer.
Fonte: http://zap.aeiou.pt
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