Por Reinaldo Azevedo
Estou aqui quase a aplaudir de pé o líder do PMDB
na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Segundo o pelotão de fuzilamento montado pelo
Palácio do Planalto, integrado por alguns jornalistas e por certo colunismo,
ele é o culpado de tudo. Culpado de quê? Dez ministros foram convidados a se
explicar aos deputados sobre as suas ações - em quatro dos casos, há mesmo
convocação; eles são obrigados a ir. Nos outros seis, foram feitos "convites". Politicamente,
não dá para fugir. Sempre que o Executivo é chamado a se explicar ao
Legislativo, o Brasil sai ganhando.
Ao afirmar que estou aplaudindo Cunha de pé, é
claro que recorro a uma ironia, que nem sempre é bem entendida por aqueles que
não obtiveram do destino a melhor proporção cérebro-orelhas. É que há dias
venho afirmando aqui que o confronto do PMDB com Dilma faz ao país mais bem do
que mal. Aí alguém objeta: "Daqui a pouco, o governo faz um acordo com o PMDB e
dá o que Cunha está querendo, e isso tudo passa". Ok. Quando isso acontecer, aí
eu vaio Cunha, também de pé. O papel de um jornalista não é ajudar um governo a
governar. Há pessoas que são eleitas para isso. Há auxiliares que são pagos
para isso.
O que sei é que, desde que o governo entendeu que
poderia levar Cunha para as cordas, já se aprovou uma comissão para acompanhar
a investigação de eventuais falcatruas na Petrobras e já se convocaram para
falar os seguintes ministros: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da
Presidência), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), Manoel Dias (Trabalho)
e Aguinaldo Ribeiro (Cidades). Seis outros estão convidados: Arthur Chioro
(Saúde), Marco Antonio Raupp (Ciência e Tecnologia), Paulo Bernardo
(Comunicação), Francisco José Coelho Teixeira (Integração Nacional), Moreira
Franco (Secretaria de Aviação Civil) e Aldo Rebelo (Esporte). Soma-se ao grupo
a presidente da Petrobras, Graça Foster. Aprovou-se ainda o convite ao
Ministério das Minas e Energia. Quem vai falar sobre o risco de apagão é o
secretário-executivo Márcio Pereira Zimmermann.
Tuma Jr.
E a turma não parou por aí. Aprovou também o convite para ouvir Tuma Jr., ex-secretário nacional de Justiça, que escreveu o livro "Assassinato de Reputações". Segundo acusa, enquanto esteve no cargo, recebeu ordens para fabricar e esquentar dossiês contra adversários do PT. Um de seus principais alvos é Gilberto Carvalho, que foi convocado por duas comissões: a de Fiscalização Financeira e Controle e também a da Segurança. Num caso, terá de falar sobre a suspeita de repasses irregulares de verbas a ongs; no outro, sobre o financiamento oficial a atos do MST - inclusive a pancadaria promovida em Brasília.
E a turma não parou por aí. Aprovou também o convite para ouvir Tuma Jr., ex-secretário nacional de Justiça, que escreveu o livro "Assassinato de Reputações". Segundo acusa, enquanto esteve no cargo, recebeu ordens para fabricar e esquentar dossiês contra adversários do PT. Um de seus principais alvos é Gilberto Carvalho, que foi convocado por duas comissões: a de Fiscalização Financeira e Controle e também a da Segurança. Num caso, terá de falar sobre a suspeita de repasses irregulares de verbas a ongs; no outro, sobre o financiamento oficial a atos do MST - inclusive a pancadaria promovida em Brasília.
O governo chegou a investir na desmobilização do
chamado blocão, cooptando o PDT e PP. Como consequência, os dois partidos
tiveram convocados seus respectivos ministros: Manoel Dias, do Trabalho, e
Aguinaldo Ribeiro, das Cidades.
Considerando a comissão que vai acompanhar a
investigação da Petrobras e a convocação ou convite que alcançam 10 ministros,
mais Graça Foster e Tuma Jr., o placar da luta entre o Palácio do Planalto
e o líder do PMDB é de 13 a zero para Cunha.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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