Por Cesar Maia
Normalmente as pré-campanhas semeiam o que vai se colher na
campanha eleitoral. Mas esse não será o caso de 2014. A começar com o Carnaval
no início de março que, como desdobramento, leva a Semana Santa para a segunda
metade de abril.
Depois vem a Copa do
Mundo. Poder-se-ia argumentar que é assim a cada 4 anos, a cada eleição
presidencial. Mas essa é diferente. A Copa do Mundo é aqui. Para efeito da
atenção dos eleitores, ela começa na medida em que as delegações vão chegando.
E no caso do Brasil começa na convocação e nos jogos-treino, aqui bem pertinho.
A campanha eleitoral
começa formalmente dia 5 de julho. Mas é exatamente aí que se inicia a última
semana da Copa, com toda a excitação relativa. E, em seguida, as análises e os
debates: por que ganhou, por que perdeu, o que poderiam ter feito, quais foram
os destaques e os fracassos, etc. Assim, acabou o mês de
julho. Agora é finalizar a TV, que começa 15 dias depois. E o que fazer desde
agora -janeiro- até agosto? Tentar tirar proveito da Copa já está demonstrado
que desgasta. Fazer folders com o calendário da Copa, só dia 5 de julho, com 22
dias de Copa.
Antes vai ser um grande risco junto aos TREs.
Que candidato a
governador ou a presidente vai meter a cara num estádio? Grande drama para
Dilma, que tem obrigação de aparecer junto ao presidente da Fifa, assistir
abertura e fechamento, declarar aberta a Copa, ir ao Campo...
Para ela uma pré-campanha
minimizada seria excelente e para seus adversários um problema. Estes terão que
fazer uma pré-campanha de proximidade. Mas ela, que pensava que sem
pré-campanha surfaria na onda do primeiro turno, agora, com as inevitáveis
vaias, terá que ser treinada por seus marqueteiros para as caras, as bocas, os
gestos e as declarações. E nem se levou em conta
até aqui as hipotéticas manifestações de ruas. Campanha complicada esta. Se
ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
Fonte: "Ex-Blog do Cesar Maia"
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