Por Reinaldo Azevedo
Se a imprensa, boa parte
dela ao menos, que cobre o caso Marco Feliciano (PSC-SP) estivesse empenhada em
reportar os fatos aos que estão do outro lado da tela, em vez de tentar convertê-los
ao progressismo, só um título - ou variantes com tal conteúdo - seria possível
para deixar claro o que se deu nesta terça na reunião de líderes com o
presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara: é o que está aí
no alto. Sim, foi isto mesmo: o PT impediu a renúncia de Feliciano à presidência
da comissão. Ou, se quiserem, o PT mantém Feliciano.
Por quê? O deputado aceitou
renunciar à presidência da comissão. Ele só impôs uma condição: que os petistas
José Genoino e João Paulo Cunha renunciassem à Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ). É claro que acho uma boa proposta, até porque ela surgiu primeiro neste
blog. E olhem, observei então e observo agora, que Feliciano não é oficialmente
um criminoso; os outros dois são. O que é um criminoso? O Houaiss explica: "que
ou aquele que infringiu por ação ou omissão o código penal, cometendo crime;
delinquente, réu".
Vamos ver como a imprensa
vai noticiar a coisa. Nos sites dos grandes jornais, já vi que a informação foi
parar no pé. As TVs, pelo cheiro da brilhantina, tendem a omitir a condição que
ele impôs, rejeitada pelo PT. Assim, os nobres coleguinhas vão esconder dos
telespectadores pela segunda vez que os petistas são os responsáveis pela
manutenção de Feliciano na comissão:
a) quando a recusaram para pegar postos mais importantes, deixando-a para O PSC;
b) quando recusaram a renúncia de dois deputados criminosos.
a) quando a recusaram para pegar postos mais importantes, deixando-a para O PSC;
b) quando recusaram a renúncia de dois deputados criminosos.
E por que vão esconder? Ah,
porque não é "progressista". Como estão em campanha em favor do casamento gay -
e podem estar, tudo certo! -, todas as notícias passarão por esse filtro. Eu
sempre defendi que os veículos de comunicação tenham agenda. Só os tiranos
querem impedir que tenham. Mas distorcer os fatos não é parte do jogo.
Proposta excelente
A proposta de Feliciano era excelente porque se aumentava a moralidade média da CCJ, ainda que muito pudesse ser feito por ali. Notem que Feliciano não exigiu, por exemplo, a renúncia de José Guimarães (PT-CE), irmão de Genoino, líder do PT na Câmara e chefe daquele pobre coitado encontrado com a cueca recheada de reais e dólares. Até os semoventes sabem que o dinheiro não era dele. O sujeito mal falava; tartamudeava. E olhem que Feliciano não pediu a renúncia de Ricardo Berzoini (PT), presidente do PT quando estourou o caso dos aloprados. Que ele conhecesse parte da operação ao menos, isso está comprovado pelos fatos. E olhem que Feliciano não pediu, atenção!, a renúncia de Paulo Maluf (PP-SP). Sim, ele mesmo: Maluf, acreditem, é titular de uma comissão chamada de "Constituição e Justiça".
A proposta de Feliciano era excelente porque se aumentava a moralidade média da CCJ, ainda que muito pudesse ser feito por ali. Notem que Feliciano não exigiu, por exemplo, a renúncia de José Guimarães (PT-CE), irmão de Genoino, líder do PT na Câmara e chefe daquele pobre coitado encontrado com a cueca recheada de reais e dólares. Até os semoventes sabem que o dinheiro não era dele. O sujeito mal falava; tartamudeava. E olhem que Feliciano não pediu a renúncia de Ricardo Berzoini (PT), presidente do PT quando estourou o caso dos aloprados. Que ele conhecesse parte da operação ao menos, isso está comprovado pelos fatos. E olhem que Feliciano não pediu, atenção!, a renúncia de Paulo Maluf (PP-SP). Sim, ele mesmo: Maluf, acreditem, é titular de uma comissão chamada de "Constituição e Justiça".
Que eu saiba, só mesmo os líderes
do PT, Psol, PDT, PCdoB e PPS insistiram na renúncia. Os demais acabaram
concordando com a permanência. O PSDB nem mesmo participou da reunião porque
considerou que não havia dispositivo regimental que a justificasse. E não há
mesmo. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara - imaginem se
Feliciano tivesse proposto a renúncia de todo mundo que está enrolado com a
Justiça… - cobrou que as reuniões da comissão voltem a ser abertas. Voltarão.
Quero saber se o homem que responde pela segurança dos trabalhos na Casa
Legislativa garantirá também as condições necessárias para a sua realização.
Se não garantir, Feliciano
pode recorrer ao Artigo 272 do Regimento Interno e fechar de novo. E o artigo
diz o seguinte:
Art. 272. Será permitido a qualquer pessoa, convenientemente trajada e portando crachá de identificação, ingressar e permanecer no edifício principal da Câmara e seus anexos durante o expediente e assistir das galerias às sessões do Plenário e às reuniões das Comissões.
Parágrafo único. Os espectadores ou visitantes que se comportarem de forma inconveniente, a juízo do Presidente da Câmara ou de Comissão, bem como qualquer pessoa que perturbar a ordem em recinto da Casa, serão compelidos a sair, imediatamente, dos edifícios da Câmara.
Art. 272. Será permitido a qualquer pessoa, convenientemente trajada e portando crachá de identificação, ingressar e permanecer no edifício principal da Câmara e seus anexos durante o expediente e assistir das galerias às sessões do Plenário e às reuniões das Comissões.
Parágrafo único. Os espectadores ou visitantes que se comportarem de forma inconveniente, a juízo do Presidente da Câmara ou de Comissão, bem como qualquer pessoa que perturbar a ordem em recinto da Casa, serão compelidos a sair, imediatamente, dos edifícios da Câmara.
Para encerrar
Feliciano, certamente, não representa um monte de gente. Também diz tolices e inconveniências sobre a morte de Jesus Cristo. Ooops, errei, ele falou besteira sobre a morte daquele outro mais famoso, né?, o tal John Lennon, acho… Mas representa outros tantos, como se vê na foto abaixo, de André Borges, da Folhapress. Aqueles dois que estão ali não devem ter entendido, inclusive, que o deputado seja racista.
Feliciano, certamente, não representa um monte de gente. Também diz tolices e inconveniências sobre a morte de Jesus Cristo. Ooops, errei, ele falou besteira sobre a morte daquele outro mais famoso, né?, o tal John Lennon, acho… Mas representa outros tantos, como se vê na foto abaixo, de André Borges, da Folhapress. Aqueles dois que estão ali não devem ter entendido, inclusive, que o deputado seja racista.
Aos inconformados, inclusive
os do jornalismo, coma liberdade de expressão, resta-me repetir a fala do
economista Walter Williams:
"É fácil defender a liberdade de expressão quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas".
"É fácil defender a liberdade de expressão quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas".
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
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