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sábado, 20 de abril de 2013

"A reportagem de VEJA sobre o caso Rose lembrou a Lula que sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório"


Por Augusto Nunes

Há 148 dias Lula insulta o Brasil que presta com a acintosa mudez sobre o escândalo que protagonizou em companhia de Rosemary Noronha. Neste sábado, a reportagem de capa de VEJA, que revela bandalheiras colecionadas pela ex-segunda-dama na chefia do escritório da Presidência da República em São Paulo, confirmou que o caso não será sepultado pelo silêncio do artista de palanque. O texto assinado por Robson Bonin lembrou ao ex-presidente que sábado é mesmo o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório.
Ressentida com parceiros e amigos que a teriam abandonado, Rose não engole a ideia de naufragar sozinha. Vai afundar atirando, sugerem os sinais que vem emitindo. Um deles foi a troca dos responsáveis por defendê-la no processo administrativo em que é acusada de usar e abusar da estrutura do gabinete presidencial em benefício próprio. Até recentemente defendida por advogados do PT, Rose contratou um escritório que durante anos prestou serviços ao PSDB.
Outra ameaça em código é a lista de testemunhas arroladas pelos novos defensores da vigarista que Lula promoveu a servidora da pátria. Dela fazem parte, por exemplo, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, a notória Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil e ex-braço direito de Dilma Rousseff, e Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil e assíduo frequentador do escritório na Avenida Paulista.
Confiram dois trechos da reportagem:
Era grosseira e arrogante com seus subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre interessada em obter vantagens pessoais - um fim de semana em um resort ou um cruzeiro de navio, por exemplo. Rosemary adorava mordomias. Usava o carro oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e realizando compras. Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus subordinados.
Mensagens inéditas reunidas no relatório da investigação mostram que a ex-secretária foi recebida com honras de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Todas as facilidades possíveis lhe foram disponibilizadas. Rose temia ter problemas com a imigração no desembarque em Roma. O embaixador José Viegas enviou-lhe uma carta oficial que poderia ser apresentada em caso de algum imprevisto. Rose não conhecia a Itália. O embaixador colocou o motorista oficial à sua disposição. Rose não tinha hotel. O embaixador convidou-a a ficar hospedada no Palazzo Pamphili - e ela não ocuparia um quarto qualquer. Na mensagem, o embaixador brasileiro saudou a ida de Rose com um benvenuti!, em seguida desejou-lhe buon viaggio e avisou que ela ficaria hospedada com o marido no "quarto vermelho". Quarto vermelho?! Como o Itamaraty desconhece esse tipo de denominação, acredita-se que "quarto vermelho" fosse um código para identificar os aposentos relacionados ao chefe - assim como normalmente se diz "telefone vermelho", "botão vermelho", "sala vermelha"…
Há muito mais informações nas páginas da revista, que teve acesso ao relatório final de 120 páginas elaborado por técnicos do Planalto. Se Lula insistir na tática da afonia seletiva, o Ministério Público e a Polícia Federal terão de obrigá-lo a falar sobre as delinquências em que se meteu ao lado de uma quadrilheira. Rose é coisa dele.
Fonte: "Direto ao Ponto"
 

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