Por
Augusto Nunes
Há 148 dias Lula insulta o Brasil que presta
com a acintosa mudez sobre o escândalo que protagonizou em companhia de
Rosemary Noronha. Neste sábado, a reportagem de capa de VEJA, que revela
bandalheiras colecionadas pela ex-segunda-dama na chefia do escritório da
Presidência da República em São Paulo, confirmou que o caso não será sepultado
pelo silêncio do artista de palanque. O texto assinado por Robson Bonin lembrou
ao ex-presidente que sábado é mesmo o mais cruel dos dias para quem tem culpa
no cartório.
Ressentida com parceiros e amigos que a
teriam abandonado, Rose não engole a ideia de naufragar sozinha. Vai afundar
atirando, sugerem os sinais que vem emitindo. Um deles foi a troca dos
responsáveis por defendê-la no processo administrativo em que é acusada de usar
e abusar da estrutura do gabinete presidencial em benefício próprio. Até
recentemente defendida por advogados do PT, Rose contratou um escritório que
durante anos prestou serviços ao PSDB.
Outra ameaça em código é a lista de
testemunhas arroladas pelos novos defensores da vigarista que Lula promoveu a
servidora da pátria. Dela fazem parte, por exemplo, Gilberto Carvalho,
secretário-geral da Presidência e ex-chefe de gabinete de Lula, a notória
Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil e ex-braço direito de Dilma Rousseff, e
Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente do Banco do Brasil e assíduo frequentador
do escritório na Avenida Paulista.
Confiram dois trechos da reportagem:
Era grosseira e arrogante com seus
subalternos. Ao mesmo tempo, servia com presteza aos poderosos, sempre
interessada em obter vantagens pessoais - um fim de semana em um resort ou um
cruzeiro de navio, por exemplo. Rosemary adorava mordomias. Usava o carro
oficial para ir ao dentista, ao médico, a restaurantes e para transportar as
filhas e amigos. O motorista era seu contínuo de luxo. Rodava São Paulo a bordo
do sedã presidencial entregando cartas e pacotes, fazendo depósitos bancários e
realizando compras. Como uma rainha impiedosa, ela espezinhava seus
subordinados.
Mensagens inéditas reunidas no
relatório da investigação mostram que a ex-secretária foi recebida com honras
de chefe de estado na embaixada brasileira em Roma. Todas as facilidades
possíveis lhe foram disponibilizadas. Rose temia ter problemas com a imigração
no desembarque em Roma. O embaixador José Viegas enviou-lhe uma carta oficial
que poderia ser apresentada em caso de algum imprevisto. Rose não conhecia a Itália.
O embaixador colocou o motorista oficial à sua disposição. Rose não tinha
hotel. O embaixador convidou-a a ficar hospedada no Palazzo Pamphili - e ela
não ocuparia um quarto qualquer. Na mensagem, o embaixador brasileiro saudou a
ida de Rose com um benvenuti!, em seguida desejou-lhe buon viaggio e avisou que
ela ficaria hospedada com o marido no "quarto vermelho". Quarto vermelho?! Como
o Itamaraty desconhece esse tipo de denominação, acredita-se que "quarto
vermelho" fosse um código para identificar os aposentos relacionados ao chefe -
assim como normalmente se diz "telefone vermelho", "botão vermelho", "sala
vermelha"…
Há muito mais informações nas páginas da
revista, que teve acesso ao relatório final de 120 páginas elaborado por
técnicos do Planalto. Se Lula insistir na tática da afonia seletiva, o
Ministério Público e a Polícia Federal terão de obrigá-lo a falar sobre as
delinquências em que se meteu ao lado de uma quadrilheira. Rose é coisa dele.
Fonte: "Direto ao Ponto"
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