Está no "Ex-Blog do Cesar Maia":
1. Qualquer assessor palaciano da equipe - antes de José Dirceu - e hoje de Dilma Rousseff pode informar que Lula não lê detalhes de decretos e muito menos dos atos e processos que assina. Ou ouve no despacho, antes com ele e agora ela, seja em terra ou ar (no aerolula), ou recebe um bilhetinho anexo, fazendo um resumo do que vai assinar. Mesmo no caso dos vetos, é assim que decide, a menos que a imprensa divulgue os conflitos relativos aos vetos ou não vetos. Aí ele interfere um pouco mais.
2. No caso do "Decreto-Revanche" que estuprou a Lei de Anistia, certamente não leu. Lula diz isso e podem acreditar. Não faria isso em final de governo, estressando uma relação que tão bem estabeleceu com Delfim Neto, com os militares, etc. Curiosamente, o "El País" (Espanha) deu a notícia da "Comissão da Verdade", ou se preferir, "da Revanche", antes da imprensa brasileira. Este Ex-Blog anotou isso no dia. Sem debate, o decreto foi explicado por Dilma a Lula, antes de assinar, que se tratava apenas de levantamentos sobre atos conhecidos e não suficientemente divulgados. E Lula, querendo agradar a esquerda do PT, assinou satisfeito.
3. A consequência grave desse fato é dupla. Por um lado, atropela um longo processo de transição democrática, onde a Lei de Anistia, vindo logo após a Emenda Constitucional número 11, era parte central e consensual. E desperta fantasmas que estavam mortos e sepultados, de um lado e de outro. Quando Lula - que como deputado, ele e a bancada do PT não assinaram a Constituição de 1988 - decidiu nos 20 anos da Constituição criar medalha e ele mesmo entregá-las em solenidade, sinalizou que estava "assinando" de forma retroativa a Constituição que a esquerda do PT o fez não assinar. Portanto, o "Decreto-Revanche" não pode ter partido dele, nem ter sido entendido assim por ele.
4. Por outro lado - o que é mais grave - expõe a natureza íntima de Dilma Rousseff. Isso cria enormes dúvidas sobre seu comportamento se chegasse à Presidência da República. A escolha de Marco Aurélio Garcia para sua coordenação de campanha é um sinal claro de uma opção chavista, embora oculta nas entrevistas e discursos dela. E agora - tão grave ou mais - mostra que sua natureza política a remete aos anos 60 e 70 e que ainda usa a régua e o compasso de uma visão não democrática, onde a esquerda-antiga (dela) no poder, será a exclusão dos que tem outras ideologias políticas. Ou seja, a ditadura - bem ou mal disfarçada - de uma burocracia política uma vez vitoriosa.
5. É isso o que assusta. Se o comissário Tarso "Beria" Genro acha que se pode fazer uma mudancinha no decreto, está redondamente enganado. Esse decreto tem que ser cancelado liminarmente. Será inevitável que a oposição recorra ao STF para garantir essa anulação, afirmando a letra e o conteúdo da EC 11 e da Lei de Anistia.
Um comentário:
Eu não me canso de dizer que se esta criatura VENCESSE as eleições em 2010, estaríamos fritos, lascados. Ela, no Brasil, certamente seria muito pior do que Chaves na Venezuela, Fidel em Cuba e tantos outros amigos imbecis de Lula, pelo mundo.
A falta de autenticidade desta mulher, já em campanha, se desfigurando fìsicamente, com plásticas, botox e redução de tudo(menos o de arrogância), prá tentar parecer mais nova, moderna e humana(pasme), mostra bem que o negócio deles(lulistas) é enganar os eleitores, camuflar uma Dilmaa chegada a atitudes radicais e nada democráticas e pior: raivosa e vingativa pelo que diz ter passado na época da "ditadura". O povo tem que ser esclarecido sôbre os riscos de uma eleição desastrada, gente!
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