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quarta-feira, 27 de maio de 2009

"A Política Como Astúcia e Manha"

Deu no "Ex-Blog do César Maia":
Trechos do artigo “A Política Como Astúcia e Manha”, de Nélida Baigorria, ex-deputada e atual membro da Academia de Ciências Sociais de Mendoza, em "La Nacion", em 25 de maio. Tem como referências as eleições parlamentares argentinas de junho, mas que serve também para cá.
1. A Política é uma Ciência para cujo estudo se requer disciplina intelectual, pesquisa, metodologia para fazer compreensíveis as teses sobre seus objetos. A Política é, pois, uma Ciência Social da qual Aristóteles disse ser o método para alcançar o melhor Estado. Quando os dirigentes ou militantes de um partido político hipotecam os princípios que conduzem ao bem comum e ao dever ser, fica anulada a vigência dos valores e o mandato emanado da doutrina partidária.
2. Além se ser uma ciência, a Política é uma Arte, que numa primeira acepção quer dizer uma virtude, uma disposição, ou uma habilidade para fazer alguma coisa. O trabalho político, dosado por uma disciplina científica se complementa com certos atributos de personalidade que nem todos possuem. E que, portanto, aceitar uma responsabilidade política sem as condições básicas de idoneidade para o cargo é uma fraude afetando um dos pilares básicos que sustentam a arquitetura de uma república: a soberania popular.
3. Há aqueles que frequentam os meios de comunicação e abordam qualquer tema, certos de que são oniscientes, ainda que careçam de formação mínima para entrar com dignidade num debate político. A patologia de chegar ao poder para eternizar-se nele, pode ser medida pela simples leitura da lista dos candidatos que provoca incredulidade, desânimo e tristeza.
4. A atual ausência dos partidos políticos, a diáspora produzida em muitos deles ao perder-se a força de coesão que supõe numa doutrina e a falta de democracia interna, determinaram que as listas sejam uma agregação de grupos heterogêneos sem selo ideológico definido que garantam o regime republicano.
5. A política, usada como astúcia, responde a um ardil para lograr seu propósito: reter o poder com estratagemas tão grosseiros como inéditos nas democracias do mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente artigo! Deveria ser leitura obrigatória para os que quisessem ingressar na política. Como diz a autora, nem sempre a arte da política chega a ser uma virtude(aqui no Brasil,pelo menos). Mariana