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terça-feira, 26 de maio de 2009

Mentira

Por Madalena de Jesus
Há algum tempo estou adiando a produção de um texto sobre a imprensa e o tratamento da notícia. O fato é que todas as abordagens que eu vislumbrava pareciam amplas demais em alguns momentos ou reduzidas demais, em outros. Até que ocorreram novos fatos na Câmara Municipal, envolvendo profissionais de comunicação, o que, aliás, já se tornou rotina.
Para alguns vereadores -felizmente a maioria não pensa assim, inclusive o presidente da Casa da Cidadania, Antônio Carlos Passos Ataíde - o trabalho da imprensa não tem o menor valor. A não ser, claro, que seja para aplaudir as suas ações, mesmo que elas não tenham lá essa relevância toda.
Bom, mas voltando ao texto, preferi não entrar em maiores detalhes sobre essas questões que todos já conhecem. Por isso, faço minhas as sábias palavras do jornalista Egberto Costa (nesta terça-feira, 26, completam sete anos que morro um pouco a cada dia de saudade), no ensaio sobre a verdade (ou seria sobre a mentira?), publicado no livro "Estrada do Tempo", três anos após o seu vôo para o infinito.
Eis a íntegra do texto:
Se alguém nos perguntasse: “que é a verdade?” que responderia? Aí está, pois uma inquietação dos que fazem a notícia. Estamos em busca da verdade ou a escondemos conforme nossa convivência? Não existe uma medida para a verdade, ela se apresenta conforme a ótica de cada um e da maneira que mais projeta seus interesses. Mas não existem duas verdades sobre um mesmo fato. Não existe meia verdade, não se diz que está falando “ligeiramente” a verdade. Ela existe ou não existe.
E não se pode separar a verdade da justiça. Quando se falta à verdade está se cometendo injustiça. “Verdade e justiça são a medida da verdadeira liberdade”, nos ensina o cardeal J. Ratzinger. É por isso que as mentiras geram as ditaduras e elas sobrevivem enganando sempre, ocultando as verdades dos fatos, como eles aconteceram. E é aí que Santo Inácio de Antioquia aparece para dar sua lição: “É melhor calar-se e ser que falar e não ser”.
Mas nós somos os responsáveis pela transmissão da verdade através das palavras. “Palavra que se solta não se engole outra vez”, é a sabedoria do provérbio russo. Quando a notícia é divulgada e se comete injustiça, dificilmente o erro será corrigido, ficará sempre uma pontinha de dúvida. Aqui é que entra a ética profissional, esta coisa que muitos pensam ser uma camisa de força para impedir o exercício da profissão. Mas quem usa a verdade comete a justiça e não precisa temer os códigos, por mais rígidos que eles sejam.
O profissional precisa de dignidade no exercício da profissão, ser cortês sem ser subserviente. O adulador é sempre injusto: agacha-se perante os poderosos e massacra os humildes. Muda sempre de opinião conforme a direção que o vento sopra. Foi Honoré de Balzac quem nos advertiu: “A educação nunca parte do espírito elevado. É produção de medíocres”.
Madalena de Jesus é jornalista e professora

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