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quarta-feira, 13 de maio de 2009

A escola de tempo integral: Uma possibilidade exequível

Por Anaci Bispo Paim
A implantação da Escola de Tempo Integral justifica-se pela necessidade de desenvolver a formação do cidadão na Educação Formal, exigindo escola competente e prazerosa, currículo integrado e integrador. A concepção político - filosófica da Escola de Tempo Integral, busca amparo nas idéias do grande educador Anísio Teixeira, que implantou experiência pioneira na América Latina em 1950, com a criação do Centro Educacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque – SSA). A proposta de Anísio Teixeira incluía projeto amplo de atendimento à população escolar, através de atividades complementares sociais e artísticas, atividades de trabalho e de educação física, em um currículo integrado.
O currículo proposto é desenvolvido através de projetos, atividades e pesquisas pedagógicas, onde o aluno é provocado e desafiado a participar ativamente do processo de aprendizagem, a partir de situações desenvolvidas pelo Educador.
O aluno permanece na escola por dois turnos (matutino e vespertino) incluindo o almoço, lanche matutino e vespertino e atividades de reforço escolar. O desenvolvimento das ações na Escola de Tempo Integral deve envolver a participação da família e da equipe pedagógica da Unidade Escolar. Requer adaptação da infra-estrutura física para atender a demanda e planejamento semanal das atividades didático-pedagógicas.
A escola oferece um currículo integrado, envolvendo todas as atividades necessárias ao seu desenvolvimento, ao estudo reforçado da Língua Estrangeira, da Língua Portuguesa e da Matemática, as atividades culturais, esportivas, a realização de eventos integradores com temas indicados pela comunidade e experiências profissionais empreendedoras.
A viabilidade de implantação na rede de ensino é muito grande. É necessário cadastrar espaços comunitários (clubes de serviços, clubes sociais, igrejas, associações de moradores, infocentros, bibliotecas, academias, quadras de esportes etc) existentes nas localidades onde as unidades escolares estão situadas, para definição de parcerias visando possibilitar a realização das atividades complementares.
Importante destacar a necessidade de reelaborar o planejamento de ensino, a partir de um novo Projeto Político Pedagógico que contemple a oferta da Educação em Tempo Integral em toda rede. Necessário também manter a jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os docentes, desenvolver a formação continuada do quadro efetivo e o acompanhamento em serviço para garantir o êxito da proposta.
Países de todo mundo, que conseguiram elevar os indicadores educacionais, possuem jornada escolar superior a do Brasil como, por exemplo, o Chile. Assim, buscar elevar os indicadores de desempenho do aluno, requer investir na qualificação docente, na melhoria da infra estrutura de apoio didático e na ampliação da jornada escolar, a partir da implantação da Escola de Tempo Integral.
Implantar a Escola de Tempo Integral exige decisão política, mantê-la exige coragem para vencer desafios e apostar em medidas sustentáveis para promover a melhoria da qualidade da educação pública.
Anaci Bispo Paim é presidente da Academia de Educação de Feira de Santana

2 comentários:

Anônimo disse...

Bons tempos,na epoca em que ela era secretaria de Paulo Souto...sempre inaugurando escolas,reformando,sempre se preocupando c a educaçao do estado. Hoje, quem se preocupa? Saudades de Paulo Souto e daquela turma responsavel que sabia como trabalhar.Mariana

Anaci Bispo Paim disse...

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 09 ANOS

AVANÇO NA EDUCAÇÃO BÁSICA


A importância do Ensino Fundamental de 09 anos com matrícula inicial de 06 anos de idade se constituem em um grande avanço na Educação Básica, evitando ruptura na passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental e por oportunizar o ingresso das crianças no processo formal de alfabetização.
A escola potencializa a vivência da infância pelas crianças, etapa importante da vida, em que tanto se aprende. Assim, considerando a participação ativa das crianças de seis anos a dez anos da idade na escola, em espaços e tempos adequados à singularidade dessa fase de vida, a experiência de aprender ganha significado social na perspectiva da constituição da autonomia e da cidadania.
Entender a escola como espaço social pedagogicamente organizado, significa compreender sua dimensão, a sua ação finalística essencial definida através do Projeto Político Pedagógico como instrumento que dá direções, aponta caminhos, prevendo inclusive o jeito de caminhar. As escola existe principalmente pelo seu projeto, que se constitui no eixo organizador das ações de todos que compõem a comunidade escolar. Assim, define-se papéis, valores, modos de pensar, processo de aprendizagem, missão, objetivos. A escola não se constitui em um conjunto de salas para ofertar aulas à crianças, jovens e adultos. É mais do que um prédio. É um espaço privilegiado da formação cidadã. É um espaço de formação de pessoas íntegras e integradas à sociedade por meio da participação cidadã, de forma autônoma e crítica.
Nossa responsabilidade política de Educadores leva-nos a construir, por maiores que sejam os obstáculos, a escola que forma o cidadão, envolvendo as crianças desde os primeiros anos escolares. Se as crianças participam desde o inicio dessa organização, terão oportunidade de desenvolver o sentimento de pertencimento ao grupo, de responsabilidade pelas decisões tomadas, de respeito aos outros.
Na escola aprendemos novos modos de falar, de ler a realidade, quando conhecemos outras formas de viver, falar e se comportar. São diferentes modos de ler, mostrar e falar da realidade. Precisamos aprendê-los, contemplando – os, observando-os, conversando, ouvindo leituras sobre seus autores, as épocas em que foram produzidos.
Assim pensar na organização da escola em função das crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, envolve concebê-los no sentido de inserção no mundo letrado, mas construindo com base nos valores humanos, nas relações sociais e na distinção do bem contra o mal.
É preciso entender que para iniciar a fase escolar com 6 anos o ambiente da escola, o espaço pedagógico, os materiais didáticos e o papel do professor precisam ser bem definidos e especificados em razão da faixa etária que a criança se encontra. Quando a criança entra na escola, segundo Paulo Freire, a sua leitura do mundo está bastante desenvolvida. È preciso caminhar com ela, seguindo as etapas do processo de aprendizagem evoluindo o letramento, associando valores, contribuindo para formar o cidadão. Se iniciarmos cedo esta caminhada alcançaremos com êxito à formação esperada.

Anaci Bispo paim
Presidente da Academia de Educação de Feira de Santana