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quarta-feira, 28 de junho de 2017

"'Milagre': Denúncia de Janot pode unir políticos"

Animou aliados a reação do presidente Michel Temer comparando sua relação com o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures à de Marcelo Miller com o ex-chefe Rodrigo Janot, de quem era braço direito na Procuradoria Geral da República quando se demitiu para "receber milhões" e atuar na defesa da J&F/JBS de Joesley Batista. Para o requisitado cientista político Paulo Kramer, "Janot está conseguindo o aparente milagre de unir, contra si, o conjunto da classe política".
Mesma moeda
Temer diz que a acusação o ofende tanto quanto seria leviano supor que "os milhões" pagos pela JBS não seriam apenas do ex-procurador.
Semente de dúvida
Para Paulo Kramer, "o estranhíssimo acordo com a gangue do Friboi plantou uma semente de dúvida sobre acordos de delação premiada".
Consenso trincado
O acordo tão favorável a Joesley & cia "também trincou o que até pouco tempo atrás era um sólido consenso pró-Lava Jato", diz Kramer.
Discurso de defesa
Em sua fala, o presidente quis mostrar segurança sob aspecto jurídico, e dar discurso para que os aliados o defendam. Pode ter conseguido.
Delação não basta
Para Arthur Lira, que lidera 47 deputados do PP, não basta basear a denúncia contra Temer apenas na delação de Joesley. Ex-presidente da CCJ, ele prevê, em princípio, "maioria tranquila para o presidente." A briga na Câmara será mais política que jurídica, diz o parlamentar.
Escapando pela tangente
Temer está convencido de que Joesley armou toda a delação com o único objetivo de se livrar, de uma só tacada, das cinco investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal contra ele.
Claque inédita
Michel Temer discursou no Planalto, encarando Rodrigo Janot, cercado de uma centena de parlamentares e auxiliares de primeiro e segundo escalões. Ao final foi aplaudido e ainda ouviu gritos de "bravo!".
Fonte: Claudio Humberto

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