Antônia
Velloso no filme "Akpalô"
Foto: Blog
Demais
Considerada
madrinha do teatro, a atriz Antonia Velloso, 80 anos, vai receber da Câmara
Municipal a Comenda Maria Quitéria. A sessão solene ocorre na próxima quinta-feira,
25. O projeto de decreto legislativo de 2015, é de autoria do vereador José
Carneiro (PSDB). Sem dúvida, Antonia Velloso é o maior nome feminino do teatro
de Feira de Santana.
Antonia
Maria Guimarães Velloso é professora formada pelo Colégio Santanópolis.
Ingressou no teatro em meados dos anos 1960. Participou de três grupos locais -
Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana (Scafs), Teatro Experimental
de Feira (TEF) e Movimento de Estudos Teatrais e Artísticos (Meta). Também fez
cinema.
Sua
estreia foi como a Rainha Negra em "O Boi e o Burro a Caminho de
Belém", de Maria Clara Machado, direção de Carlos Petrovich, ao lado de
Margarida Ribeiro, Luciano Ribeiro, Antonio Miranda e Gildarte Ramos, entre
outros, em 1965. Depois, atuou em "Uma Véspera de Reis", de Aloísio Azevedo,
em 1965, e "Só o Faraó Tem Alma", de Silveira Sampaio, em 1967, ambas
com direção de Raymundo Pinto.
Também
atuou em "A Guerra Mais Ou Menos Santa", de Mário Brasini, direção de
Francisco Barreto, em 1966; "Dona Patinha Vai Ser Miss", de Arthur
Maia, como Dona Marreca, direção de Gildarte Ramos, em 1967; interpretou Mamãe
Fantasma em "Pluft, o Fantasminha", e a Bruxa em "Branca de Neve
e os Sete Anões", as duas de Maria Clara Machado, com direção de Geraldo
Lima, em 1969.
Em 1969,
fez em "Joãozinho e Maria", de Daniel Rocha, com direção de Deolindo
Checcucci, que foi a primeira peça encenada por grupo feirense - o Meta - no
Teatro Castro Alves, em Salvador.
Em 1970,
fez o papel de Dora em "Os Justos", de Albert Camus, direção de
Antonio Álvaro, peça que mais tempo levou sendo ensaiada em Feira de Santana:
nove meses.
Trabalhou
ainda em "A Bruxinha Que Era Boa", de Sonia de Humildes, encenada em
Feira. Sob a direção de Deolindo Checcucci atuou "O Futuro Está nos
Ovos", de Eugene Ionesco, e "Malish, A Bruxa do Espaço", do
próprio Deolindo Checcucci, montadas em Salvador, em 1970, mais
"Chapeuzinho Vermelho", texto de Raimundo Blumetti. Trabalhou no
teatro de cordel aparecendo em "Antonio, Meu Santo" e "A Mulher
Que Casou 18 Vezes", as duas com direção de João Augusto.
Outras
peças: "A Árvore Que Andava", de Oscar Von Pfull, direção de Maria
Idalina; e "Deus Lhe Pague", de Joracy Camargo, direção de Luciano
Ribeiro.
Seu maior destaque foi na montagem da Scafs e do Meta de
"Natal em Gotham City", com direção de Deolindo Checcucci, que causou
polêmica por ser considerado pela Ditadura como contrário à moral
católica. Além de Feira de Santana, com apresentação no Cine
Santanópolis, em 1970, também foi encenada em Salvador. Com elementos
inovadores e impactantes, usando fragmentos de vários autores, um espetáculo
ousado, que suscitou muitos comentários pelo seu contexto.
Antonia
Velloso participou dos filmes "Akpalô", de Deolindo Checcucci e José
Frazão, 1972; e como Carol em "Anjo Negro", de José Umberto, 1972,
ambos do chamado cinema undergound baiano. Também apareceu no documentário
"O Forte", de Jamison Pedra.
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