Em
uma das vezes que esteve em Feira de Santana como ministro, Eduardo Portella proferiu
aula magna na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), em 1979, quando
do reitorado de José Maria Nunes Marques
Fotos: Blog Por Simas e Blog Santanópolis
Faleceu nesta terça-feira, 2, no Rio de Janeiro, do escritor, crítico literário e
ex-ministro da Educação Eduardo Portella, aos 84 anos, com laços de família em
Feira de Santana.
Nascido
em Salvador em 8 de outubro de 1932, Eduardo Mattos Portella era filho de Enrique Portella
e de Maria Diva Mattos Portella. Fez os primeiros estudos em Feira de Santana,
inclusive no Colégio Santanópolis, e os secundários no Recife. Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal
de Pernambuco, em 1955.
Ele
integrou o gabinete civil do presidente Juscelino Kubitschek, foi ministro da
Educação no governo João Figueiredo e secretário de Estado de Cultura do Rio de
Janeiro. Também coordenou a pasta de Educação, Cultura e Comunicação da
Comissão de Estudos para a Constituição de 1988 e foi presidente da Conferência
Mundial da Unesco de 1997 a 1999.
Ele era ocupante da cadeira número 27 da
Academia Brasileira de Letras (ABL), cujo patrono é Antônio Peregrino Maciel
Monteiro, tomando posse na entidade em outubro de 1981.
No primeiro ano do
curso de Direito iniciou-se na crítica literária no "Jornal Universitário",
colaboração única, mas que positivou o início de uma vocação. Começou sua
colaboração regular de crítico no "Diário de Pernambuco", pela mão de Mauro
Mota. Entrou no convívio de Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Lucilo Varejão,
Moacyr de Albuquerque. Fez parte do grupo de intelectuais que fundou a
Editorial Sagitário. É considerado o introdutor, no Brasil, na
crítica militante, da "nova crítica de base estilística" (registro de Afrânio
Coutinho) e, no ensino universitário de Letras, da "compreensão
ontológico-hermenêutica" (conforme Emmanuel Carneiro Leão).
De
1952 a 1954, concomitante - como permitia a lei educacional vigente naquele
período - ao curso de Direito, fez estudos em instituições europeias de ensino
superior. Em Madri, estudou Filologia, Romanística, Crítica Literária e
Estilística com Damaso Alonso e Carlos Bousoño, e Filosofia com Xavier Zubiri e
Julián Marías. Em Paris, frequentou as aulas de Bataillon, no Collège de France,
e aulas na Sorbonne. Em Roma, na Faculdade de Letras, assistiu a aulas de
Giuseppe Ungaretti, sobre Literatura Italiana.
Estreou em
livro, em 1953, com "Aspectos de la Poesía Brasileña Contemporânea", tese
apresentada nas I Jornadas de Lengua y Literatura Hispanoamericana, em
Salamanca.
Desde 1953
fez opção pela docência universitária: inicialmente em Madri, na Faculdade de
Letras da Universidade Central de Madri; seguida em Recife, na Faculdade de
Filosofia e Letras da Universidade Federal de Pernambuco; prosseguindo no Rio
de Janeiro, na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
onde permaneceu conquistando todas as titulações, por concursos públicos de
provas e títulos, até receber o título de Professor Emérito.
Simultaneamente
ao exercício acadêmico, ocupou inúmeros e diferentes cargos públicos em seu
país, desde 1956, quando foi nomeado técnico de Educação do Ministério da
Educação e Cultura, até 1979 quando exerceu a maior função desse mesmo
ministério, ministro de
Estado da Educação, Cultura e Desportos. Sua trajetória
administrativa, e funções exercidas no campo da educação e da cultura se
fizeram marcar também no exterior, a partir de 1988, quando foi nomeado diretor geral adjunto da Unesco, cargo
que ocupou por cinco anos consecutivos. Foi eleito, para o período de
1997-1999, pelo colegiado superior, presidente da Conferência Geral da Unesco. Coordenava,
desde 1998, o Comitê Chemins de la Pensée d'Aujoud'hui (Unesco-Paris).
E foi eleito em 2000, e reeleito em 2003, presidente do Fond International pour
la Promotion de la Culture (Unesco-Paris). Destas funções se desligou em 2009,
para se dedicar à edição de suas obras reunidas, publicadas e por publicar.
Deixou
registrada nos anais da história a frase: "Não sou ministro, estou ministro",
demonstrando a transitoriedade do cargo público. Ao deixar o Ministério por defender
a valorização dos professores, pleito da greve dos docentes da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o apoio de intelectuais como o do
Alceu Amoroso Lima, registrado em artigo no Jornal do Brasil, intitulado: "Caiu
para cima".
Outros
diversos cargos e atividades técnicas estão registradas no seu extenso currículo.
Fonte: http://www.academia.org.br
Fonte: http://www.academia.org.br
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