Jorge Magalhães
Nós, feirenses, estamos habituados a ver a nossa cidade estampar nas
manchetes do noticiário nacional, sobretudo nas grandes emissoras de TV,
todas as vezes em que uma tragédia humana envolvendo crimes violentos ou
o surto de uma virose, uma desgraça qualquer. E isto, meus caros, passou a ser
encarado como corriqueiro, como sendo um perfil da nossa gente, da nossa
região.
Claro que há as boas e honrosas exceções, mas, essas, quase sempre, não
encontram o mesmo espaço reservado pelos gigantes da comunicação, quando
servimos de bom exemplo, ou quando as boas ações de um dos nossos conterrâneos
extrapolam os limites dos nossos currais.
Tomemos o exemplo da pesquisa realizada pela Austin Rating para a
revista "IstoÉ"/Editoras 3 para o anuário "Melhores Cidades do
Brasil", onde Feira de Santana se destaca como a QUINTA CIDADE DO PAÍS
EM QUALIDADE DE VIDA.
Note-se que no que pese sermos um dos maiores mercados publicitários e
de mídia de comunicação do Norte e Nordeste, não consta, até aqui,
que nenhuma agência publicitária, jornal, emissora de rádio ou de TV
buscou capitalizar positivamente esse fato.
É claro que qualquer suporte de mídia que se queira antenado com os
contextos do seu tempo, mesmo nos Cafundós do Bodocó, acionaria o seu
departamento de criação para lincar a boa nova às campanhas publicitárias, ou,
na pior das hipóteses, usaria esse fato para alavancar o seu espaço no
mercado. Mas...
O mesmo vale para os jornais impressos, emissoras de rádio e de
televisão. Onde estão os diretores, chefes de reportagens, produtores e
pauteiros que não atinaram para esta oportunidade ímpar?
Compreendo que tanto os pequenos quanto os grandes da comunicação têm lá
os seus filtros, suas políticas de informação próprias, suas idiossincrasias,
suas limitações para inferir sobre certas circunstâncias.
Há, ainda, a leitura equivocada de que "EXALTAR OS MÉRITOS DA
CIDADE É O MESMO QUE POLITICAMENTE LEVANTAR A BOLA DO GOVERNANTE DA HORA".
Besteira!
Vejam bem, meus bons! Essas conquistas não pertencem a este ou aquele
governante: eles vêm e vão com o vento, e, no mais, quando um povo atinge algum
grau de excelência em determinado aspecto da civilização, só a esse povo pode
ser atribuída esta honraria, essa conquista, essa justa homenagem. É,
historicamente, a soma dos esforços continuados de todos que possibilita a
chegada dos bons resultados.
Por isso, vejo com certa tristeza esse desprezo boçal que aqueles a quem
foi dada a condição de pautar o dia a dia da terrinha tantas vezes têm, quando
se trata de enaltecê-la com a ênfase e o rigor que os fatos exigem.
Jorge Magalhães é jornalista
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