Por Reinaldo Azevedo
Quatro horas! Foi o tempo que durou o cessar-fogo de três dias
entre as forças de Israel e as do Hamas, anunciado ontem por Ban Ki-moon, secretário-geral
da ONU, e John Kerry, secretário de Estado dos Estados Unidos. Quem violou o
acordo? O Hamas. Um destacamento de soldados israelenses foi atacado quando
destruía um dos túneis construídos pelo grupo terrorista, atividade permitida
nos termos estabelecidos pelo cessar-fogo. Um homem-bomba chegou a ser usado no
ataque. Um soldado israelense de 23 anos, Hadar Goldin, foi sequestrado. Na
retomada da reação aos ataques do Hamas, Israel bombardeou a cidade de Rafah, e
pelos menos 35 pessoas morreram. Como sempre, os extremistas palestinos dizem
que eram todos civis.
Eis aí a lógica e a moral do terror. Desde o começo da operação "Margem Protetora", o Hamas vem se negando sistematicamente a concordar com uma
trégua. Violou mesmo uma - humanitária, creiam - para a retirada de feridos. Na
minha coluna de hoje, na Folha, aponto
a delinquência intelectual e moral dos que ignoram o conteúdo do Estatuto do Hamas e tratam um grupo terrorista como
se fosse mera organização de resistência. Lá está escrito, entre outras
barbaridades: "A hora do julgamento não
chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por matá-los. E
mesmo que os judeus se abriguem por detrás de árvores e pedras, cada árvore e
cada pedra gritará: 'Oh! Muçulmanos, Oh! Servos de Alá, há um judeu por detrás de
mim, venham e matem-o".
Torno público o conteúdo de um e-mail, de autoria de um médico que
trabalha em Israel, que chegou a este jornalista. Prestem atenção:
"Não creio que os jornais brasileiros descrevam com detalhes o que se passa em Gaza. Das muitas histórias, quero descrever com pormenores um episódio instrutivo: terminou muito mal, mas podia ter terminado muito pior.
"Não creio que os jornais brasileiros descrevam com detalhes o que se passa em Gaza. Das muitas histórias, quero descrever com pormenores um episódio instrutivo: terminou muito mal, mas podia ter terminado muito pior.
Um grupo de soldados precisava entrar num
ambulatório-enfermaria da UNRWA - United Nations Relief and Works Agency
for Palestinian Refugees. NOTA DO REDATOR: é a "Agência das Nações Unidas
para a Ajuda aos Refugiados Palestinos", que atua, é bom que saibam, em
parceria com o Hamas. E não é de hoje. Sigo com o e-mail.
De acordo com as instruções, antes de entrar, mandaram um
robô, pois o prédio poderia estar minado. O robô não mostrou nenhum sinal de
explosivos. Aí os soldados mandaram um cachorro especialmente treinado para
farejar pólvora e explosivos. Também não detectou nada. Aí os soldados
entraram, e o prédio explodiu. As paredes desmoronaram. Por um verdadeiro
milagre, "somente" 5 soldados morreram mas muitos, mais de duas dezenas,
ficaram feridos, muitos deles gravemente. A investigação do Exército revelou do
que se tratava: quando as Nações Unidas contrataram uma firma local para construir
a enfermaria, os palestinos colocaram 12 sacos de explosivos - cada saco
pesando 80 quilos - dentro das paredes do prédio. É isto mesmo: quase uma
tonelada de explosivos!
Eu entendo perfeitamente que "à la guerre comme à la guerre":
até outro dia, havia pacientes palestinos sendo tratados num
ambulatório-enfermaria das Nações Unidas, em Gaza, cujas paredes continham uma
tonelada de explosivos: o Hamas tem os seus próprios métodos de calcular riscos
versus benefícios."
Retomo
Eis aí. Os inimigos contumazes de Israel, que se deixam contaminar pela ideologia, mas não pelos fatos, gostam de apontar as assimetrias nessa guerra. Elas são, antes de mais nada, de método. O Hamas não distingue instalações civis e humanitárias de instalações militares. Afinal, de acordo com o seu estatuto, "Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer todos aqueles que existiram antes dele".
Eis aí. Os inimigos contumazes de Israel, que se deixam contaminar pela ideologia, mas não pelos fatos, gostam de apontar as assimetrias nessa guerra. Elas são, antes de mais nada, de método. O Hamas não distingue instalações civis e humanitárias de instalações militares. Afinal, de acordo com o seu estatuto, "Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer todos aqueles que existiram antes dele".
Essa é a lei do terror. Essa é a lei dos que fazem da morte de
civis a sua fortaleza. Israel tem o direito de se defender e vai se defender.
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário