Primeiramente,
bom dia a todos vocês!
Mas não sei
quando vocês vão ler a minha carta. Então é um bom dia, mas também pode ser uma
boa tarde. E, é claro, a gente sabe que pode ser também uma boa noite. Uma
dessas coisas.
E vocês
recebam meu carinho em qualquer época do dia em que estiverem.
É um
orgulho falar com vocês. Porque, é assim, vocês são gente. Nossa gente. E é
aquilo. Tem que gostar. Político gosta ou não vai gostar nunca. E eu gosto. Do
que? De gente.
E tem essa
coisa bonita de vocês. A gente olha vocês e fica vendo e admirando…
É uma coisa
bonita. Vocês orando e lendo a Bíblia, né, que é o livro que Jesus escreveu
antes de morrer e deixou na Ilha de Patmos, para a mãe dele traduzir,
a Nossa Senhora. Que é a deusa dos católicos.
Vocês acham
que ela não é a mãe de Jesus e eu respeito isso, porque sou muito cristã.
E isso que
estou fazendo nesse momento é uma coisa que, vocês entendam, é muito simbólica.
O que? Eu escrever uma carta pra vocês. Tem essa coisa aí da simbologia. Que é a
carta. Muito simbolismo, nisso.
Porque isso
quer dizer uma coisa. Porque a gente, com esse gesto, está fazendo uma coisa
que é buscar, agora, nesse momento, demonstrar, do nosso jeito, essa vontade,
de se aproximar, de vocês que são o que? A sociedade das pessoas cristãs, que
se dizem evangélicas.
Porque
temos um carinho com os crentes. Chamo de crentes porque tenho essa intimidade,
essa coisa de empatia, porque vocês sabem, isso é uma coisa, eu rezo muito
quando entro no avião. E dou presentes ao menino Jesus no fim do ano quando
pulo no mar, as ondas.
Sou a
presidenta de todo mundo. Mas, pessoalmente, no meu particular, que é meu e não
tem essa participação presidenta, do governo, tenho que dizer, que sou muito
cristã. A presidenta é neutra, de todo mundo, reza, se benze e recebe espírito.
Mas a Dilma é cristã.
Muita gente
faz essa controvérsia, mas amo muito a Bíblia.
No que se
refere a essa coisa da Bíblia, gosto muito do Sermão de Moisés, o
profeta que fala da vinda de Jesus e que deu tudo para os pobres. E fico
emocionada quando Martinho Lutero aparece pra matar os soldados e Jesus começa
a escrever na areia: "Para com isso".
Falo isso
porque quero mostrar que o pastor, e por que não dizer a pastora?, nós, do
governo, temos que valorizar. E também tenho que dizer que a sociedade precisa
parar com essa coisa, que eu acho deselegante, eu não aprovo, como Dilma, a
pessoa, que sou eu, não aprovo, que é falar mal de evangélico.
Eu até me
pareço muito com Jesus Cristo. Porque sempre sou traída por alguém. O Bonner me
traiu, vocês viram.
O Bonner é
jornalista e deveria saber que, enquanto presidenta, não posso comentar
casos de corrupção do meu governo. E nem posso falar mal do meu partido. Só do
partido dos outros.
Ele me
lembra Judas, que traiu Jesus no Jardim do Éden. E por falar em traidor…
O Malafaia
fala muito mal de mim. Não sei donde ele tira os dados.
Eu
respeito, claro. A gente tem que ter essa postura. Porque hoje o mundo
está globalizado na democracia e o Brasil está dentro desse mundo. Vocês não
pensem que o Brasil está fora, não!
A gente
fica na América e os jesuítas vieram aqui. Os índios existiam. Os jesuítas,
não. Daí que começou essa coisa bonita, que veio lá atrás, e a gente
conquistou, que foi a democracia.
E o
Malafaia tem liberdade de falar. Mas é claro, a gente precisa explicar.
Gente, tem
a Polícia Federal, a Receita Federal, e quem manda sou eu. Federal, sou
eu. É a federação. É o PT.
Ponho a PF
na cola do Romeu Tuma e a Receita atrás do Malafaia. É constitucional, essa
coisa.
Porque é da
democracia. Não é minha culpa. Veio isso lá, do mundo novo, com os jesuítas,
por isso se Malafaia fala mal de mim, tem essa coisa natural, que é isso, eu
investigo. É democrático. É da vida.
Eu respeito
a Constituição quando trata da questão do aborto. Isso não é uma questão
subjetiva. Mas tem que ser objetiva? Não sei.
Eu não vou
tomar nenhuma posição que me coloque em confronto, conflito, ou aceitando ou
não essas acusações de alguns pastores. Mas tenho minha posição, enquanto
Dilma. Sou contra o aborto, como Dilma, no meu particular.
Então, essa
posição. Eu tenho. Porque é triste, quando eu penso. O aborto é uma morte que
tira a vida.
Aqui eu
fico…assim, eu fico olhando, por quê? Primeiro, porque eu vejo as coisas. E eu
gosto de ver. E vejo. De longe, olho muito. E eu adoro criança. Fico
feliz.
E as
crianças são alegres. Porque vocês sabem, toda foto com criança, tem um sujeito
oculto. Que é um cachorro. E eu fico emocionada. Porque sou cristã, né, vocês
sabem.
E jamais
acharia bonito o aborto. Isso é uma coisa terrível. Ficaria apenas
o cachorro, na foto.
Daí muita
gente me acusa: "Dilma, você botou a ministra". "O que tem?", eu pergunto. Daí
vocês me dizem: "Ela é abortista". Mas ela está aposentada dessa coisa, gente,
faz tempo, que aposentou, dessa vida de cometer abortos. E hoje é uma senhora
linda e cristã.
Eu sempre
serei contra o aborto. Porque a morte acaba com a vida. Eu aprendi isso naquela
passagem de Jesus, quando ele diz: "Pai, afasta de mim as crianças. Deixa elas
brincar".
É o início
e o fim do homem porque não existe, fisicamente, a família. Nem tem como ver.
Não tem um país, fisicamente. Nem tem um Brasil, que dá pra você pegar com a
mão.
O que
existe são as pessoas. E eu gosto de gente. Porque sou cristã. Eu aprendi isso
lendo meu livro preferido da Bíblia, as Cartas de Chico Xavier.
O bebê é,
eu diria, muito mais, acredito, do que seria se apenas fosse somente aquilo que
é, um bebê. Então veja, o bebê é, além de ser vivo, uma pessoa, é um símbolo.
E quero o
apoio de vocês para continuar defendendo os valores cristãos, essa coisa bonita
que o Macedo construiu lá, que é muito simbólico, porque lembra Jesus falando
com os mercadores: "Entrem, mercadores do templo, sejam felizes, a casa do meu
Pai está a venda".
Então, me
despeço, agora, nesse espírito de união, com o apoio de vocês, porque todo
mundo tem no coração essa coisa, das crianças, do cachorro, e da fé.
Obrigada!
Um beijo,
internautas!
Dilmão*,
Brasília,
21 de
agosto de 2014,
* Dilma Roussef é
presidenta e chefe da Receita Federal que investiga o Malafaia.
(Esta é uma
carta fictícia.)
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