Por Hegnaldo Hélio de
Souza
Sim, somos cristãos unidos por Israel. Declaramos nosso amor pelo povo judeu como um legítimo
reconhecimento por tudo o que recebemos desse povo em particular (Romanos 3: 1, 2;
15: 27). Entendemos nosso dever de orar por eles (Romanos 10: 1) e de reconhecer no
atual Estado de Israel o cumprimento das promessas bíblicas (Isaías 66: 8; Amós
9: 14, 15). Há um Deus que rege a história e, portanto, a existência de Israel
tem conotações proféticas e históricas importantes dentro dos propósitos
divinos.
No entanto, sabemos
que nem todos os cristãos pensam assim. Alguns inclusive assumem um sentimento
antissemita que não se harmoniza com os sentimentos cristãos. Pensamos que
aqueles que afirmam não ser antissemitas, mas apenas antissionistas, estão
fazendo uma declaração incoerente. É como se disséssemos reconhecer o direito
de uma pessoa existir, mas negássemos seu direito de ocupar lugar no espaço.
Outros são cristãos
legítimos e sinceros e, no entanto, opõem-se a Israel por motivos particulares
e diversos. Nós, cristãos que amamos Israel, não desejamos que nosso amor a
essa nação nos faça inimigos dos cristãos que pensam diferente.
Nosso amor pelos
judeus não significa desamor para com os cristãos que não amam Israel. Não nos sentimos
pressionados entre alternativas. Amamos Israel e amamos a Igreja de Cristo,
mesmo os indivíduos dentro dela que não concordam com nossas posições. Somos
Unidos por Israel. Não queremos ser desunidos pela causa de Israel.
Também é importante
dizer que uma declaração de nosso amor pelos judeus não significa desamor por
outros povos e nações. Como cristãos, devemos amar o mundo que Deus amou (João
3: 16) e isso inclui tanto árabes quanto judeus.
Entretanto, amar não
é negar nossas firmes posições e nem ocultar nossas opiniões. Temos o pleno
direito de expressá-las e defendê-las. Nosso respeito não significa
concordância irrestrita, seja com cristãos que se opõem a Israel, seja com
povos que declaram abertamente seu ódio aos judeus e manifestam o desejo por
sua destruição. Nosso apoio a Israel não é irracional ou injusto. Vemos nas
Escrituras apoio suficiente para sua existência, como também o viram as
autoridades britânicas durante os primeiros anos do Movimento Sionista.
Chaim Weizmann, presidente
da Agência Judaica, órgão que representava os judeus antes da existência de seu
Estado, assim escreveu em sua autobiografia:
"Nunca lhe ocorreu
[isto é, nunca ocorreu a Lucien Wolf, antissionista declarado] que homens como
Balfour, Churchill, Lloyd George, fossem profundamente religiosos e
acreditassem na Bíblia, de tal maneira que nós, os sionistas, representássemos
para eles uma grande tradição pela qual sentiam enorme respeito".
O Estado judeu se
tornou uma realidade não apenas por causa dos judeus, mas também devido àquilo
que os cristãos acreditavam sobre a Bíblia. E somente por causa das Escrituras
podemos orar, abençoar, apoiar e amar a Israel e aos judeus.
Ainda é preciso dizer
que nosso respeito à Israel não se apoia em alguma infalibilidade por parte dos
judeus ou de seus líderes. É óbvio que tomam decisões erradas, é óbvio que
falham. Quando a falha não ocorre entre as altas lideranças ocorre entre os próprios
soldados e civis, propensos a ódios, excessos e erros como qualquer outro. Pelo
contrário, nossa defesa ao seu direito à terra se fia na justiça divina e não
na justiça humana:
"Não é por causa da
tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra,
mas (...) para confirmar a palavra que o SENHOR, teu Deus, jurou a teus pais,
Abraão, Isaque e Jacó. Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que o
SENHOR, teu Deus, te dá esta boa terra para possuí-la, pois tu és povo obstinado.
(Deuteronômio 9: 5, 6).
Os judeus conscientes
por seu lado não reivindicaram a terra porque fossem melhores do que outros
seres humanos. Julgavam-se igual a todos os homens e por isso lutaram para
viver novamente na terra de seus antepassados:
"Temos o direito de
ser tratados como seres humanos normais, capazes de ingressar na família das
nações como iguais e de ser senhores de nosso próprio destino. Odiamos o
antissemitismo tanto quanto o filossetimismo. Ambos são degradantes".
Não podemos ser
ingênuos
Reconhecer os erros
de Israel por outro lado não significa ignorar seus acertos bem como as más
intenções de seus inimigos. Os cristãos que condenam Israel parecem fazer vistas
grossas ao ódio e às ameaças abertas de seus inimigos. Relacionar aqui as
inúmeras declarações de intenção de destruir Israel, feitas por seus inimigos,
não seria só cansativo, como desnecessário. Os críticos cristãos de Israel
geralmente são pessoas instruídas, com pleno acesso à mídia, que sabem muito
bem as intenções por trás de muitas declarações aparentes de boa
vontade.
Como escreveu Mosab
Hassan Yousef, filho do fundador do Hamas:
"Portanto, para o
Hamas, o problema supremo não era a política de Israel. Era Israel em si, a
existência daquele Estado-nação".
Essa não é uma
declaração isolada. O extermínio da nação de Israel permanece o objetivo de
várias nações árabes desde o surgimento. É um fato sabido por todos. E quando
cristãos ignoram os discursos de ódio por parte dos árabes com relação aos
judeus eles estão sendo cúmplices desses sentimentos. Não é necessária grande
quantidade de informação e de análise política para saber que se a paz não
aconteceu ainda é porque de fato o interesse não é a paz, mas o extermínio de
Israel.
Na maioria das vezes
o que existe é uma ingenuidade voluntária, que não passa de mero partidarismo
alimentado por influência ideológica e não pela sinceridade ou pelo desejo de
justiça.
Ser justo é defender
os inocentes e não apenas os que sofrem
A verdade é que
Israel tornou-se uma nação forte em pouco mais do que seis décadas. Possui
poderio bélico de alto poder de destruição. Sua situação econômica sem dúvida é
muito superior ao dos chamados palestinos. Isto, contudo, não faz de Israel o
culpado e de seus atacantes inocentes. Ninguém é culpado por ser rico ou
inocente por ser pobre. Somos culpados ou inocentes de acordo com nossas ações.
Em outras palavras, o poderio bélico de Israel não o torna culpado da mesma
forma como a pobreza dos palestinos não os tornam inocentes. Julgar dessa forma
é alterar o sentido de justiça.
"Não admitirás falso
rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. Não
seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte
com o maior número para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na
sua demanda. (Êxodo 23:1-4)
Não fareis injustiça
no juízo; não aceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça
julgarás o teu próximo. (Levítico 19:15)
Uma amostra de
julgamento incoerente pode ser visto no muro que separa Belém e outras cidades
de Israel. Não resta dúvida de que ele cria segregação e prejudica os
palestinos sob vários aspectos. A pergunta é: por que o muro foi construído?
Todos sabem que foi para evitar o terrorismo, que de fato diminuiu
significativamente após sua construção. Entretanto, o governo judaico é acusado
de perverso por esse ato enquanto não se faz qualquer menção ao terrorismo como
se matar pessoas fosse um direito e protegê-las uma ofensa. Este é apenas um
exemplo.
Alguns se queixam de
que a história é escrita pelos vencedores. E na maioria das vezes é mesmo, pois
os perdedores não têm condição de escrevê-la. No entanto, dizer que é escrita
pelos vencedores não quer dizer que foi escrita pelos culpados enquanto os
inocentes foram silenciados. A Alemanha nazista perdeu a guerra e nem por isso
era inocente. Tudo o que a respeito do nazismo foi escrito pelos vencedores é
plenamente verdadeiro.
Forte e fraco não são
sinônimos de culpado e inocente. Ninguém que procure julgar com justiça seguirá
esse caminho, pois esse não é o caminho de Deus.
"Duas espécies de peso
e duas espécies de medida são abominação para o SENHOR, tanto uma coisa como
outra". (Provérbios 20: 10)
"O que justifica o ímpio
e o que condena o justo abomináveis são para o SENHOR, tanto um como o outro". (Provérbios 17: 15)
A culpa e a inocência
não são inerentes a grupos étnicos ou classes sociais. Avaliar segundo esses
critérios embotará o senso de justiça de qualquer um. Nem sempre os que usam da
palavra justiça são os que a estão praticando ou que estão avaliando segundo
ela.
Devemos amar os
inimigos de Israel e os cristãos que se opõem a Israel. Só não podemos alegar
que são inocentes ou que são justos em sua avaliação. Somos unidos por Israel
porque acreditamos no que dizem as Escrituras a seu respeito. Por esse mesmo
motivo rejeitamos os que abertamente defendem a sua destruição e aqueles que
substituem a Palavra por ideologias humanas.
Fonte: www.unidosporisrael.com.br
Divulgação: www.juliosevero.com
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