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terça-feira, 15 de julho de 2014

"Os despudorados: Dilma e 15 ministros convocam coletiva para demonizar a imprensa. E, para isso, usam a… imprensa!"



Por Reinaldo Azevedo
Não adianta! Eles não aprendem nada nem esquecem nada. Se faltava alguma evidência de que havia um gigantesco esquema de marketing preparado para esmagar a oposição caso o Brasil vencesse a Copa do Mundo, agora não há mais. Mesmo com a derrota humilhante, Dilma Rousseff passou o ridículo, nesta segunda-feira, de convocar uma entrevista coletiva, acompanhada de 15 ministros, com um único propósito: demonizar a imprensa. Boa, claro!, é a Al Jazeera, a emissora do tirano do Catar. Para esta, a presidente diz o que bem entender. E ninguém contesta. Se bem que não foi contestada por aqui também, mesmo sem tiranos… O objetivo da entrevista era demonstrar que "o Brasil perdeu a taça, mas ganhou a Copa", como resumiu Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil.
Afirmou a presidente: "Os vaticínios, os prognósticos que se faziam sobre a Copa eram dos mais terríveis possíveis. Começava com o 'não vai ter Copa' até 'nós teremos a Copa do caos1. O estádio do Maracanã, que ontem foi palco de um evento belíssimo, ia ficar pronto só em 2038, ou 2024. Enfim, não ficaria pronto nunca". Vamos ver.
Quem, com um mínimo de seriedade, afirmava o "Não vai ter Copa"? A imprensa? Não! A oposição? Não! Isso era coisa de grupelhos radicalizados de extrema esquerda com os quais, diga-se, Gilberto Carvalho estava negociando, conforme confessou em entrevista.
Mercadante resolveu fazer uma alusão à revista VEJA e à Folha: "A revista de maior tiragem do Brasil fez uma manchete: '2038: por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo'. Tinha uma foto do Maracanã, que vocês viram na final da Copa, a beleza não só daquela arena, mas também de todas as outras arenas que foram apresentadas. O jornal de maior tiragem do país, no dia de abertura da Copa, tinha a seguinte manchete: 'Copa começa hoje com seleção em alta e organização em xeque'".
É evidente que Mercadante está se referindo à VEJA e à Folha, que apenas cumpriram a sua função. Refere-se a uma reportagem de capa da revista de maio de 2011. Ora, as obras estavam atrasadas mesmo. Lá está escrito: "Por critérios matemáticos, as obras não ficarão prontas a tempo". E mais: "No ritmo atual, o Maracanã seria reaberto com 24 anos de atraso". E é mais do que legítimo - na verdade, é uma obrigação - fazer a advertência. Por que o ministro não bate boca também com a Fifa, que, mais de uma vez, demonstrou irritação com o ritmo das obras? Chamava-se a atenção do governo e dos brasileiros para um fato. Se a imprensa ajudou a corrigir o ritmo das obras, ótimo!
Mais: Mercadante estudou economia, é isso? Deve ter passado por rudimentos de matemática, ao menos. Considerando as obras de mobilidade que não foram e não serão feitas, o prazo para a realização das obras se multiplicou ao infinito, senhor ministro. Deu pra entender ou quer que eu desenhe?
A mais indigna das falas, e isso não me surpreende, ficou com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. Referindo-se sabe-se lá a quais governadores, afirmou: "Há ainda hoje quem acredite que o governo federal deve passar recursos para os Estados fazerem a política da segurança pública". Por que ele não diz quem pediu - e, pelo visto, não recebeu - recursos? Falo do que vi de perto: em São Paulo, enquanto a polícia se organizava para combater a baderna nas ruas, Gilberto Carvalho negociava, conforme confessou, com criminosos.
Eis aí. Provado está. Com a derrota acachapante, Dilma convoca uma entrevista coletiva com 15 ministros. Imaginem se o Brasil vence a Copa… Dilma tentaria mandar para o degredo os "inimigos da pátria"…
Fonte: "Blog Reinaldo Azevedo"

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