Por
Reinaldo Azevedo
Escrevi ontem aqui sobre a elevação do número de casos de Aids no
Brasil, na contramão do que acontece no mundo. Enquanto houve um aumento de 11%
em nosso país, entre 2008 e 2013, a queda global foi de 27,6% no mesmo período.
Indaguei por que é assim. E apontei algumas causas:
- a propaganda voltada à prevenção no Brasil está estupidamente errada;
- os comandantes dessas ações são grupos militantes, não médicos;
- centra-se a prevenção apenas no uso de camisinha e se esquece da responsabilidade individual.
- a propaganda voltada à prevenção no Brasil está estupidamente errada;
- os comandantes dessas ações são grupos militantes, não médicos;
- centra-se a prevenção apenas no uso de camisinha e se esquece da responsabilidade individual.
E apontei também, o que deixou muita gente furiosa, que o
crescimento, como atestam médicos que trabalham no Sistema Público de Saúde, se
dá majoritariamente entre gays masculinos e entre usuários de drogas, já que
não existe mais contaminação por transfusão de sangue.
Neste blog, no Twitter, em outras redes sociais, fui chamado de
reacionário, de conservador, de católico - como se isso fosse ofensa. Até de
homofóbico! Ora, eu só estava cobrando que os fatos venham à luz para que se
possa aplicar a política de tratamento adequada. Isso nada tem a ver com
orientação sexual. Já fazer sexo com ou sem risco é uma questão de escolha,
sim. Entre hetero e entre homossexuais.
Pois é. Fui xingado, mas eu tinha razão. Jarbas Barbosa, o
secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, afirmou que o aumento de 11%
no Brasil se deu, sim, em razão da proliferação da doença entre os homossexuais
jovens. A prevalência nesse grupo é de 10%, contra 0,4% no resto da população.
Logo, a informação que eu trouxe aqui estava corretíssima. E
notem: é importante ter isso em mente não para discriminar pessoas, para
isolá-las, para culpá-las por isso ou por aquilo. Mas para que se possa fazer o
trabalho de modo correto, o que salva vidas. A patrulha de alguns grupos gays,
que insistem em negar a existência de grupos de risco, mata pessoas. É
importante que isso fique claro.
Se as campanhas contra a Aids continuarem a apostar todas as suas
fichas apenas no preservativo, limitando a responsabilidade individual a essa
proteção apenas, o país continuará a produzir milhares de doentes todos os
anos. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 400 mil pessoas sejam
portadores do HIV e não saibam disso. Só neste primeiro semestre, foram
diagnosticados 35 mil casos novos. Mantido o ritmo, serão 100 mil até o fim do
ano.
Preconceito uma ova! Preconceituoso é quem pretende negar a
realidade dos fatos em nome de uma pregação ideológica. Não se trata de fazer
terror, mas de informar. A Aids não é uma doença crônica; ainda mata. Não se
trata de tentar passar uma moral de estado, mas de evidenciar que certas
combinações costumam ser malsucedidas. Homens não contaminados que fazem sexo
entre si jamais ficarão doentes de Aids. Não se trata de um mal decorrente da orientação
sexual ou de castigo divino. Trata-se de uma doença, antes de mais nada,
comportamental, pouco importa com quem a pessoa se deite.
O Brasil assiste a essa expansão estúpida da Aids porque
insiste em negar o óbvio.
Preconceituosos, como se vê, são os que me atacaram sem nem ler
direito o que falei. A ideologia costuma provocar também uma forma muito
particular de cegueira.
Fonte: "Blog
Reinaldo Azevedo"
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